05.03.2015 Views

Anais 2º Congresso Latino-Americano de Restauraçao de Metais

Anais 2º Congresso Latino-Americano de Restauraçao de Metais

Anais 2º Congresso Latino-Americano de Restauraçao de Metais

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

As diferentes ligas utilizadas no fabrico das diferentes partes dos objetos<br />

encontram-se representadas no gráfico ternário da figura 13. De modo a conservar<br />

estas amostras para estudos posteriores, escolhemos a análise por PIXE com um<br />

filtro <strong>de</strong> 75 µm <strong>de</strong> cobre e a configuração em micro-feixe externo.<br />

Para po<strong>de</strong>r reconhecer a proveniência do ouro <strong>de</strong> Guarrazar, utilizamos como<br />

referência os resultados obtidos para a moeda visigótica cunhada na Península<br />

Ibérica e analisada para um estudo anterior. Este estudo, que nos permitiu mostrar a<br />

reciclagem do ouro visigótico pela primeira dinastia muçulmana da Península Ibérica<br />

assim como a chegada <strong>de</strong> um novo aprovisionamento <strong>de</strong> ouro proveniente das<br />

famosas minas da África do Oeste a partir <strong>de</strong> 750 a.D., mostra claramente a<br />

existência <strong>de</strong> duas fontes <strong>de</strong> aprovisionamento peninsulares sob os Visigodos<br />

(Guerra 2000 e Guerra e Roux 2002). A figura 14 representa a separação em dois<br />

grupos dos tremisses visigóticos ibéricos segundo a localização das oficinas<br />

monetárias.<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

Sn/Au<br />

norte<br />

sul<br />

Lusitania norte<br />

Galicia<br />

Lusitania sul<br />

Betica<br />

Caratginensis<br />

Tarraconensis<br />

Suevo<br />

20<br />

10<br />

0<br />

Pt/Au<br />

0 1 2 3 4<br />

Figura 14: Representação das concentrações <strong>de</strong> estanho e <strong>de</strong> platina <strong>de</strong>terminadas por ativação<br />

protônica, presentes nos tremisses visigóticos cunhados na Península Ibérica entre 568 e 710.<br />

A exploração sob os Romanos dos <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> ouro aluviais do rio Tejo e<br />

das minas e <strong>de</strong>pósitos aluviais da Galícia e das Astúrias é citada por Plínio na sua<br />

“História Natural” (Pline l’Ancien 1983). Curiosamente, e contrariamente ao que era<br />

esperado, esses <strong>de</strong>pósitos não se encontram totalmente exaustos sob os Visigodos,<br />

mesmo se o ouro explorado na região do noroeste peninsular é suposto chegar<br />

apenas para cobrir cerca <strong>de</strong> 10% das necessida<strong>de</strong>s das oficinas monetárias.<br />

Assim, se os objetos do tesouro <strong>de</strong> Guarrazar são fabricados com ouro local, então<br />

ele <strong>de</strong>verá correspon<strong>de</strong>r ao ouro explorado no sul da Península Ibérica.<br />

Infelizmente, a técnica PIXE tem limites <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong>masiadamente<br />

elevados para po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>terminar as concentrações <strong>de</strong> certos elementos presentes<br />

nas amostras das coroas <strong>de</strong> Guarrazar, como a platina. Deste modo, utilizamos para<br />

caracterizar este ouro os resultados obtidos para as concentrações <strong>de</strong> estanho e <strong>de</strong><br />

paládio. Este último elemento, pertencente igualmente ao grupo dos PGE, fornece<br />

98

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!