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Anais 2º Congresso Latino-Americano de Restauraçao de Metais

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ondam os 1800°C, po<strong>de</strong>m ser utilizados com mais segurança para este tipo <strong>de</strong><br />

estudo (apesar dos problemas <strong>de</strong> insolubilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> certos elementos, ver Craddock<br />

2000).<br />

Aos problemas já referidos vêm adicionar-se ainda os seguintes: o<br />

<strong>de</strong>sconhecimento da localização das minas antigas, a ausência <strong>de</strong> dados<br />

geoquímicos sobre os <strong>de</strong>pósitos explorados no passado, a reciclagem dos metais.<br />

Com efeito, existem apenas algumas informações sobre os ouros e pratas<br />

explorados nos períodos mo<strong>de</strong>rnos. Por exemplo, conhecem-se as datas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scoberta e exploração dos <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> ouro <strong>de</strong> Minas Gerais e da chegada do<br />

ouro à Corte <strong>de</strong> Lisboa, mas <strong>de</strong>sconhece-se a localização das minas exploradas, por<br />

exemplo, por Alexandre Magno (356-323 a.C.) na Grécia ou na Ásia Menor no século<br />

IV a.C. (Gondonneau et al 2002).<br />

A i<strong>de</strong>ntificação da proveniência <strong>de</strong> um metal passa pela análise <strong>de</strong> um<br />

conjunto <strong>de</strong> objetos ou moedas, tomados como referência dos metais, encontrados<br />

em contextos arqueológicos bem <strong>de</strong>finidos e com uma cronologia bem estabelecida.<br />

Esta análise permite estabelecer os elementos característicos dos objetos e assim os<br />

grupos químicos correspon<strong>de</strong>ntes aos diversos metais possíveis, logo às diversas<br />

proveniências possíveis dos metais (Gondonneau e Guerra 2002). Os objetos<br />

analisados posteriormente que correspondam a um <strong>de</strong>sses grupos (<strong>de</strong>finidos por<br />

valores precisos <strong>de</strong> concentrações dos elementos característicos) são ditos<br />

fabricados com o metal correspon<strong>de</strong>nte.<br />

Quanto mais um metal é comum, mais difícil é a <strong>de</strong>terminação da sua<br />

proveniência. No entanto, é possível, por vezes, i<strong>de</strong>ntificar a mudança <strong>de</strong><br />

aprovisionamentos sem que se possa <strong>de</strong>terminar <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vêm os metais. É ainda<br />

possível, no caso do ouro, po<strong>de</strong>r i<strong>de</strong>ntificar a exploração <strong>de</strong> um <strong>de</strong>pósito aluvial sem<br />

que por isso, como no caso prece<strong>de</strong>nte, seja i<strong>de</strong>ntificada a sua localização. Enfim, os<br />

estudos <strong>de</strong> proveniência são realizados para períodos <strong>de</strong> abundância <strong>de</strong> metal (e<br />

evitados durante os períodos <strong>de</strong> escassez) e <strong>de</strong> preferência em regiões próximas<br />

dos <strong>de</strong>pósitos explorados. Para os períodos mais recentes, as fontes documentais<br />

fornecem informações fundamentais sobre a exploração e circuitos dos metais, o que<br />

muito ajuda à escolha dos objetos a analisar e à interpretação dos resultados<br />

obtidos.<br />

Neste capítulo optamos por apresentar dois exemplos <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong><br />

proveniência que cobrem a moeda e a ourivesaria, <strong>de</strong> forma a dar uma idéia sobre<br />

as possibilida<strong>de</strong>s das técnicas elementares nesse domínio <strong>de</strong> investigação.<br />

- Os metais brasileiros: moedas e lingotes<br />

Pouco se sabe sobre os metais brasileiros utilizados para o fabrico da moeda<br />

antes da <strong>de</strong>scoberta do famoso ouro do Brasil (Guerra 2004b). Segundo Noya Pinto<br />

1979, a exploração <strong>de</strong> ouro começa já no século XVI, nos arredores <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Para melhorar o estado da economia do Reino, a pedido <strong>de</strong> D. Pedro II, os “homens<br />

bons” <strong>de</strong> São Paulo procuram <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1674 metais preciosos nas terras brasileiras.<br />

Em 1680 são <strong>de</strong>scobertas as jazidas <strong>de</strong> Curitiba e <strong>de</strong> Paranaguá e em Junho <strong>de</strong><br />

1695 chega à Corte <strong>de</strong> Lisboa notícia da primeira <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> ouro em Minas<br />

Gerais.<br />

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