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Anais 2º Congresso Latino-Americano de Restauraçao de Metais

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Deve, no entanto, tomar-se em linha <strong>de</strong> conta o fato que se as razões<br />

isotópicas dos elementos, como o Pb, são aplicáveis ao estudo <strong>de</strong> objetos em prata,<br />

no caso do ouro esta técnica apresenta certas dificulda<strong>de</strong>s. Por exemplo, <strong>de</strong>vido aos<br />

baixos teores daquele elemento nas ligas <strong>de</strong> ouro, a medida do isótopo 204 é<br />

problemática. Com efeito, os ouros aluviais, que prevalecem na antiguida<strong>de</strong>,<br />

apresentam teores bastante baixos <strong>de</strong> Pb, em geral inferiores a 100 ppm e muitas<br />

vezes a 50 ppm.e menos (Antweiler e Sutton 1970). Recor<strong>de</strong>-se que as medidas<br />

isotópicas necessitam da <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> uma amostra e que são assim pouco<br />

apropriadas para o estudo <strong>de</strong> pequenos objetos.<br />

Até agora apenas citamos técnicas que permitem o estudo da liga que<br />

compõe a base do objeto. No entanto, outras técnicas fornecem informações sobre,<br />

por exemplo, a sua superfície. Destaque-se neste caso a técnica <strong>de</strong> Rutherford<br />

Backscattering (RBS) que fornece a composição elementar das primeiras camadas.<br />

Ela utiliza feixes <strong>de</strong> partículas carregadas obtidas em pequenos aceleradores <strong>de</strong><br />

partículas para o estudo <strong>de</strong> pátinas e <strong>de</strong> certas corrosões. As técnicas estruturais <strong>de</strong><br />

difração <strong>de</strong> raios X (XRD) e <strong>de</strong> micro-espectrometria Raman (µ-Raman) fornecem<br />

informações complementares sobre os compostos que se encontram ao nível das<br />

primeiras camadas dos objetos. Cite-se ainda a técnica SEM-EDS que, como<br />

referido, fornece a morfologia do objeto e a composição elementar dos <strong>de</strong>talhes<br />

estudados (ela po<strong>de</strong> ser substituída pela microscopia eletrônica <strong>de</strong> transmissão,<br />

TEM, para <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong> menor dimensão)<br />

Refira-se ainda que certas técnicas são portáteis, o que permite o estudo in<br />

situ dos objetos. Neste caso encontram-se o XRF, o XRD e o µ-Raman. Enfim, um<br />

pequeno número <strong>de</strong> publicações utiliza certas técnicas <strong>de</strong> análise que não foram até<br />

agora citadas por serem pouco utilizadas neste domínio <strong>de</strong> investigação ou então<br />

porque ten<strong>de</strong>m a ser substituídas atualmente pelas técnicas emergentes. Neste caso<br />

encontram-se, por exemplo, as técnicas <strong>de</strong> ativação nuclear com nêutrons ou com<br />

feixes <strong>de</strong> partículas carregadas. Citemos assim apenas a técnica <strong>de</strong> ativação<br />

protônica, com feixes <strong>de</strong> 12 MeV obtido em aceleradores <strong>de</strong> tipo ciclotron, que é<br />

utilizada em alguns dos exemplos referidos nas secções seguintes. Esta técnica<br />

<strong>de</strong>termina a concentração dos elementos majoritários e <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 12 elementos<br />

traço com limites <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção da or<strong>de</strong>m do ppm (Meyers 1969, Guerra e Barrandon<br />

1998, Guerra e Gondonneau 1998). Apesar <strong>de</strong> para a prata a medida <strong>de</strong>stes<br />

elementos requerer cerca <strong>de</strong> duas semanas e para o ouro cerca <strong>de</strong> um mês, a<br />

análise é totalmente não <strong>de</strong>strutiva, mas implica a indução <strong>de</strong> radioativida<strong>de</strong> no<br />

objeto.<br />

- Técnicas <strong>de</strong> fabricação dos objetos<br />

Como já referimos, as técnicas <strong>de</strong> fabricação dos objetos po<strong>de</strong>m referir-se aos<br />

metais utilizados ou ao objeto propriamente dito (Armbruster e Guerra 2003). Os<br />

estudos são assim diferentes e po<strong>de</strong>m mesmo requerer a execução <strong>de</strong><br />

experimentações. Por outro lado, a moeda é tratada geralmente à parte. Com efeito,<br />

os objetos <strong>de</strong> ourivesaria são compostos <strong>de</strong> várias partes e são <strong>de</strong>corados, o que<br />

significa que certas técnicas são inexistentes no caso da moeda. Além disso, a<br />

numismática está muito ligada à história econômica e refere-se assim a um domínio<br />

histórico bastante específico.<br />

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