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Anais 2º Congresso Latino-Americano de Restauraçao de Metais

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A primeira notícia da chegada <strong>de</strong> ouro a Lisboa, por frota, data <strong>de</strong> 1697, último<br />

ano <strong>de</strong> funcionamento da primeira casa da moeda do Brasil, situada na Bahia. O<br />

embaixador Rouillé i<strong>de</strong>ntificaria este ouro como “peruano”, mas Noya Pinto 1979<br />

acredita que ele provém já dos primeiros <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong>scobertos em Minas Gerais.<br />

Quanto à prata, os diversos autores se acordam a dizer que o metal provém<br />

do antigo Perú, mais precisamente <strong>de</strong> Potosi, através do Rio da Prata, mas também<br />

do México. A <strong>de</strong>scoberta das minas <strong>de</strong> Potosi remonta a 1545 e os filões superficiais<br />

são explorados até 1564. Se entre 1560 e 1570 o esgotamento <strong>de</strong>sses filões implica<br />

um enorme <strong>de</strong>créscimo da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prata explorada, a introdução em 1570-<br />

1572 da técnica <strong>de</strong> extração por amálgama <strong>de</strong> mercúrio relança as minas. No<br />

primeiro quartel do século XVII estas minas produzem quantida<strong>de</strong>s imensas <strong>de</strong> prata,<br />

que só vão ser ultrapassados pelas quantida<strong>de</strong>s produzidas mais tar<strong>de</strong> pelas minas<br />

do México. Com efeito, as minas do México atingem no final do século XVIII uma<br />

produção que é cerca <strong>de</strong> 3 vezes superior ao pico <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> Potosi (Brau<strong>de</strong>l<br />

1966).<br />

Os metais sul-americanos encontram-se num caso particularmente favorável<br />

do ponto <strong>de</strong> vista analítico em relação aos metais europeus (Guerra et al 1998). Os<br />

minérios <strong>de</strong> ouro e <strong>de</strong> prata explorados nos dois continentes, sendo <strong>de</strong> origem<br />

geológica bastante diferente, possuem elementos característicos distintos. Assim, a<br />

caracterização dos metais sul-americanos e o estudo da sua chegada e difusão na<br />

Europa são facilitados por este fato, mas também por certas publicações existentes<br />

que fornecem informações sobre os metais e minérios daquelas regiões (De Launay<br />

1913, Turneaure 1971).<br />

A caracterização e o estudo da difusão da prata <strong>de</strong> Potosi na Europa, através<br />

da medida <strong>de</strong> baixos teores <strong>de</strong> índio, e a comparação com a prata do México foram<br />

realizados por Guerra 1990 e Guerra 2000. Des<strong>de</strong> o final do século XIX, que as<br />

pepitas brasileiras <strong>de</strong> várias regiões mineiras são analisadas e caracterizadas pela<br />

sua quantida<strong>de</strong> elevada <strong>de</strong> paládio (De Launay 1913). Por outro lado, o estudo do<br />

ouro <strong>de</strong> Las Tolitas e da região <strong>de</strong> Esmeraldas, perto do Equador, por Scott e Bray<br />

1994 e por Romero 1998 mostram que a platina é um dos elementos característicos<br />

daquelas regiões mineiras.<br />

1<br />

0.1<br />

In/Ag<br />

Potosi<br />

Lima<br />

Espanha<br />

0.01<br />

0.001<br />

0.0001<br />

Data <strong>de</strong> emissão<br />

1500 1550 1600 1650 1700 1750 1800<br />

Figura 9: Evolução da concentração <strong>de</strong> índio com a data <strong>de</strong> emissão das moedas <strong>de</strong> prata cunhadas<br />

em Potosi, Lima e Espanha.<br />

93

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