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Anais 2º Congresso Latino-Americano de Restauraçao de Metais

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computacionais nesta última década, e é, com especial satisfação que se constatam<br />

inúmeras teses <strong>de</strong> alto gabarito científico, algumas <strong>de</strong>las na origem <strong>de</strong> alguns dos<br />

artigos apresentados no presente Colóquio, que se apoiaram no emprego correto do<br />

método científico e dos aspectos <strong>de</strong>ontológicos da Restauração. Na presente<br />

conferência, que temos a honra <strong>de</strong> proferir, apresentaremos, por facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

exposição, a) a natureza do restauro, b) a ciência e a <strong>de</strong>ontologia do restauro, c)<br />

alguns exemplos <strong>de</strong> técnicas adaptadas à restauração, e por último, d) as<br />

conclusões.<br />

2 – A NATUREZA DO RESTAURO<br />

Nos países da Europa, Ásia e África, a prática da restauração <strong>de</strong> objetos <strong>de</strong><br />

arte data <strong>de</strong> tempos que se afiguram <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os antigos egípcios até aos dias <strong>de</strong> hoje.<br />

A conservação em museus <strong>de</strong> estátuas, moedas, alvenaria, poterias, quadros,<br />

esculturas, etc... é profundamente enraizada na cultura <strong>de</strong>stes povos. Nas Américas,<br />

no que pese a importância das culturas pré-hispânicas, a conservação e restauração<br />

<strong>de</strong> tais objetos foi, forçosamente, mais recente, o que não impe<strong>de</strong> que centros <strong>de</strong><br />

excelência em restauração estejam hoje situados no novo mundo, alguns tão<br />

respeitados quanto seus congêneres europeus. Contudo, é importante realçar que<br />

várias escolas <strong>de</strong> pensamento se rivalizam, seja no conceito, seja na praxes do<br />

restauro. A importância histórica <strong>de</strong> um objeto, afora qualquer subjetivismo estético,<br />

refere-se sobretudo ao conceito <strong>de</strong> um bem da Humanida<strong>de</strong> e que, nestas<br />

condições, necessita-se conservá-lo e passá-lo às novas gerações <strong>de</strong> tal forma que<br />

todas suas proprieda<strong>de</strong>s estéticas e funcionais sejam preservadas. Daí a importância<br />

das “Cartas <strong>de</strong> Restauro”, que ditam as regras <strong>de</strong>ontológicas do que restaurar e <strong>de</strong><br />

quais princípios o profissional <strong>de</strong>ve se balizar para quando for restaurar. Como dito<br />

acima na Introdução, os critérios científicos do restauro não <strong>de</strong>vem se restringir<br />

apenas à melhoria <strong>de</strong> uma ou outra técnica posto que um objeto <strong>de</strong> arte não é , em<br />

si, um “objeto puramente científico”, mas sobretudo um objeto histórico e <strong>de</strong> valor<br />

cultural. Todo um meticuloso estudo histórico-cultural, <strong>de</strong>ve ser o passo inicial para<br />

qualquer ação <strong>de</strong> conservação ou <strong>de</strong> restauração. É preciso que se saiba, com o<br />

<strong>de</strong>vido rigor, qual a natureza <strong>de</strong> um pigmento, ou a composição <strong>de</strong> um metal, ou<br />

ainda o traço original <strong>de</strong> uma argamassa, afim <strong>de</strong> que se compatibilize, da melhor<br />

maneira possível, a inserção <strong>de</strong> um material “novo” numa estrutura “velha”. Fosse o<br />

simples aspecto estético o principal critério para se restaurar, em pouco tempo todos<br />

os monumentos históricos <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> centro estariam limpos e “novos em folha”,<br />

como já ouvi, certa vez, <strong>de</strong> uma autorida<strong>de</strong> municipal, sendo o problema maior, para<br />

esta autorida<strong>de</strong>, a questão <strong>de</strong> se conseguir verbas para tal finalida<strong>de</strong>. Ora, conservar<br />

não é restaurar!...Em certas circunstâncias extremas, alguns autores preferem “não<br />

tocar” no objeto, permitindo a exposição <strong>de</strong> uma réplica com as <strong>de</strong>vidas notas<br />

explicativas, a recompo-lo artificialmente, através <strong>de</strong> “tecnologias <strong>de</strong> última geração”<br />

a partir <strong>de</strong> partes autênticas <strong>de</strong>ste objeto. Daí a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> congressos,<br />

comissões <strong>de</strong> altos estudos, órgãos centralizadores do acervo público, profissionais<br />

especializados, historiadores, para as tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão quanto às intervenções.<br />

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