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Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

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defini<strong>do</strong>s no interior da dinâmica das relações intergrupais que movimenta o circuito da<br />

produção, dissemi<strong>na</strong>ção e consumo de bens simbólicos no país. A<strong>na</strong>lisan<strong>do</strong> a questão sob o<br />

ponto de vista <strong>do</strong> argumento sugeri<strong>do</strong> nessa dissertação, o cenário evidencia os contornos da<br />

tendência cada vez mais notória e acirrada pelos mecanismos de incentivos fiscais à cultura,<br />

qual seja: a assimetria de forças entre os agentes que conformam a esfera <strong>cultural</strong>,<br />

configuração esta que aponta a gradativa retirada <strong>do</strong> poder público no circuito da produção<br />

<strong>cultural</strong> brasileira. Passemos então a um breve relato <strong>do</strong>s referi<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s:<br />

A partir da pesquisa elaborada pelo IBGE a respeito <strong>do</strong> perfil <strong>do</strong>s municípios brasileiros,<br />

o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM) divulgou um texto intitula<strong>do</strong><br />

“Equipamentos culturais de lazer nos municípios”, revelan<strong>do</strong> informações não muito<br />

anima<strong>do</strong>ras sobre o perfil de consumo <strong>cultural</strong> da população brasileira (Boletim Prometheus,<br />

2004). Vejamos alguns da<strong>do</strong>s: quatro em cada cinco municípios brasileiros possuem<br />

bibliotecas públicas, no entanto, 68,6% dispõem de somente uma e ape<strong>na</strong>s 0,8% <strong>do</strong>s<br />

municípios tem mais de seis. Em relação à existência de museus ape<strong>na</strong>s 17,5% <strong>do</strong>s<br />

municípios <strong>do</strong> país dispõem deste equipamento <strong>cultural</strong>, sen<strong>do</strong> que ape<strong>na</strong>s 13,9% têm um<br />

único museu. O quadro se agrava ainda mais em relação aos teatros: 13,4% das cidades<br />

dispõem de teatros, sen<strong>do</strong> que 10,9% contam com ape<strong>na</strong>s um espaço para as artes cênicas. A<br />

situação <strong>do</strong>s cinemas é igualmente desola<strong>do</strong>ra. Menos de um município em cada dez (8,2%)<br />

contam com salas de cinemas e deste irrisório percentual 5,6% das cidades dispõem de uma<br />

única sala de exibição.<br />

O texto ainda revela um da<strong>do</strong> interessante que confirma a tendência de privatização <strong>do</strong><br />

consumo <strong>cultural</strong>, cada vez mais uma atividade exercida no conforto <strong>do</strong>s lares brasileiros e<br />

menos realizada em equipamentos púbicos. A tentacular penetração da televisão no Brasil<br />

proporcionou o acirramento desta tendência. Ilustrativo desse processo é um da<strong>do</strong> revela<strong>do</strong><br />

pelo texto aqui referi<strong>do</strong>. O texto informa que 63,9% <strong>do</strong>s municípios brasileiros dispõem de<br />

loca<strong>do</strong>ras de vídeo. Aliás, a conformação deste cenário já havia si<strong>do</strong> apontada desde o início<br />

da década de 80 por Sérgio Miceli (1984b) quan<strong>do</strong> se dedicava à análise <strong>do</strong> perfil de atuação<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>na</strong> área <strong>cultural</strong> durante a década de 70. Conjeturan<strong>do</strong> sobre a postura “patrimonial”<br />

<strong>do</strong> poder público de subvencio<strong>na</strong>r as atividades artístico-culturais que vêem perden<strong>do</strong> público,<br />

e como conseqüência, a possibilidade de auto-sustentação, o autor apresenta como uma das<br />

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