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Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

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A bem da verdade, nem sempre foi assim. No início <strong>do</strong> funcio<strong>na</strong>mento <strong>do</strong> programa não<br />

havia a desti<strong>na</strong>ção da verba por setor como agora está previsto pela referida resolução. De lá<br />

pra cá, o programa foi sen<strong>do</strong> aperfeiçoa<strong>do</strong> e diferentes resoluções foram regulamentadas com<br />

o propósito de afi<strong>na</strong>r os critérios sobre avaliação de projetos, distribuição de recursos por<br />

segmento <strong>cultural</strong> e prestação de contas.<br />

A primeira grande modificação <strong>na</strong>s normas <strong>do</strong> <strong>Fazcultura</strong> ocorreu no ano de 2000. A<br />

falta de critérios para a distribuição de recursos por área provocou algumas distorções como a<br />

alta concentração <strong>do</strong>s recursos para atividades ligadas à produção de eventos car<strong>na</strong>valescos e<br />

juninos, principalmente entre o perío<strong>do</strong> de 1997 a 2000. Como essas são as atividades que<br />

recentemente tor<strong>na</strong>ram-se as grandes vedetes da indústria <strong>cultural</strong> baia<strong>na</strong> – portanto,<br />

potencialmente auto-sustentáveis pelos seus próprios dispositivos organizativos –<br />

concorreram para o esgotamento, cada vez mais rápi<strong>do</strong>, da cota reservada à renuncia fiscal.<br />

Esse fato motivou <strong>na</strong> época uma ampla discussão, encabeçada por artistas, produtores e<br />

jor<strong>na</strong>listas acerca de algumas questões que permeiam a produção <strong>cultural</strong> <strong>na</strong> <strong>Bahia</strong>, fazen<strong>do</strong><br />

com que o <strong>Fazcultura</strong>, um das principais ferramentas da política oficial de cultura, fosse<br />

colocada <strong>na</strong> berlinda. A pressão foi tal que a discussão ganhou a proporção de um debate<br />

público veicula<strong>do</strong> pelo jor<strong>na</strong>l de maior circulação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, geran<strong>do</strong> declarações<br />

inconformadas como essa, <strong>do</strong> poeta Geral<strong>do</strong> Maia, publica<strong>do</strong> no jor<strong>na</strong>l A Tarde de<br />

28/08/2000.<br />

182<br />

(...) essa discussão em torno da cultura e de seus mecanismos de<br />

fi<strong>na</strong>nciamento está permitin<strong>do</strong> descobrir não ape<strong>na</strong>s essa coisa <strong>do</strong><br />

Fazcinismo, mas, também, que o Esta<strong>do</strong> não pode deixar de patroci<strong>na</strong>r<br />

diretamente a produção <strong>cultural</strong>, notadamente, aquela que não atende aos<br />

interesses <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, mas sim da educação e <strong>do</strong> bem-estar social; que as<br />

grandes empresas e artistas de renome não precisam de leis de incentivo e<br />

nem de fi<strong>na</strong>nciamento estatal, mas de apoiar a produção da cultura local,<br />

principalmente os valores emergentes, contribuin<strong>do</strong>, dessa maneira, para<br />

que exista renovação e continuidade; que é preciso diferenciar os projetos<br />

dentro das leis de incentivo, impor limites ao uso dessas leis e estimular a<br />

construção de equipamentos de difusão <strong>cultural</strong>, assim como as atividades<br />

de estímulo à criação e à formação de platéias. (...) Quase tu<strong>do</strong> que é<br />

produzi<strong>do</strong> <strong>na</strong> <strong>Bahia</strong> em termos de cultura é patroci<strong>na</strong><strong>do</strong> pelo esta<strong>do</strong>. Mesmo<br />

a lei de incentivo é patrocínio estatal. Mas não só o esta<strong>do</strong> deve ser o<br />

responsável pela produção <strong>cultural</strong>, deven<strong>do</strong> existir múltiplas fontes de<br />

fi<strong>na</strong>nciamento, inclusive com a participação da sociedade civil (...)atuan<strong>do</strong>

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