15.04.2013 Views

Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

historicamente o referi<strong>do</strong> processo. A autora ressalta que, no rastro da corrida<br />

desenvolvimentista iniciada <strong>na</strong>s décadas de 50 e 60, a política de preservação <strong>do</strong> antigo<br />

SPHAN – Serviço <strong>do</strong> Patrimônio Histórico e Artístico Nacio<strong>na</strong>l, muda a sua tônica de atuação<br />

no intuito de acompanhar “a ideologia <strong>do</strong> desenvolvimentismo, [que] atrelou o <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lismo<br />

aos valores da modernização (FONSECA, 1997, p.159). O intenso processo de urbanização e<br />

industrialização pelo qual passava o país fez gerar impasses <strong>na</strong> política de atuação que vinha<br />

sen<strong>do</strong> a<strong>do</strong>tada até então pelo SPHAN.<br />

Considera<strong>do</strong> a partir desse ponto de vista, o culto de valores como “tradição” e<br />

“continuidade” – antes assumi<strong>do</strong>s como fios-guia das políticas de preservação desse órgão –<br />

pareciam não fazer senti<strong>do</strong> ao novo modelo de desenvolvimento que ora se forjava. Como<br />

conciliar, então, preservação e desenvolvimento, conceitos aparentemente inconciliáveis?<br />

Estrategicamente, a partir de 1965, o SPHAN recorre à Unesco com o intuito de dar um novo<br />

tom à sua atuação, <strong>do</strong>ravante sintonizada com a onda desenvolvimentista <strong>do</strong> país. Como<br />

esclarece Fonseca:<br />

107<br />

O objetivo era demonstrar a relação entre o valor <strong>cultural</strong> e valor<br />

econômico, e não ape<strong>na</strong>s procurar convencer autoridades e sociedade <strong>do</strong><br />

interesse público de preservar valores culturais, como ocorrera <strong>na</strong>s décadas<br />

anteriores. Essa articulação foi feita em duas direções: seja consideran<strong>do</strong> os<br />

bens culturais enquanto merca<strong>do</strong>rias de potencial turístico, seja buscan<strong>do</strong><br />

nesses bens os indica<strong>do</strong>res para um desenvolvimento apropria<strong>do</strong><br />

(FONSECA, 1997, p. 160).<br />

A partir desse impulso, iniciativas importantes foram tomadas no campo <strong>cultural</strong> como,<br />

por exemplo, a criação, em 1973, <strong>do</strong> Programa Integra<strong>do</strong> de Reconstrução das Cidades<br />

Históricas (PCH) e o deslanche <strong>do</strong> processo de descentralização da atividade de preservação<br />

<strong>do</strong> patrimônio <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Ou seja, a responsabilidade pelo desenvolvimento dessa atividade<br />

passava a ser também responsabilidade <strong>do</strong>s governos estaduais.<br />

Ora, no rastro dessas transformações, a <strong>Bahia</strong>, Esta<strong>do</strong> privilegia<strong>do</strong> por abrigar um rico<br />

patrimônio histórico e arquitetônico, coadu<strong>na</strong>-se ao novo direcio<strong>na</strong>mento da política <strong>do</strong><br />

SPHAN e inicia aí os primeiros passos de um longo processo de preservação e revitalização<br />

<strong>do</strong> seu patrimônio histórico, intimamente afi<strong>na</strong><strong>do</strong> com as políticas de modernização turística e<br />

de consumo <strong>cultural</strong> que começavam a vicejar no país.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!