15.04.2013 Views

Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

importância desses diferentes ma<strong>na</strong>nciais de verbas para fazer girar a roda da criação <strong>cultural</strong><br />

no país, garantin<strong>do</strong> uma maior estabilidade para o setor. Para alguns agentes envolvi<strong>do</strong>s <strong>na</strong><br />

dinâmica da produção <strong>cultural</strong>, a pluralidade de fontes de fi<strong>na</strong>nciamento – possibilitada pela<br />

associação de investimentos públicos e priva<strong>do</strong>s – constitui-se como uma das saídas para a<br />

sustentação de um sistema mais estável para a área da cultura, que garanta a diversidade da<br />

produção <strong>cultural</strong> (BOTELHO, 1998; PEIXE,2003; OLIVIERI, 2003; MIRANDA, 2003b).<br />

Em meio às graves crises econômicas que pululam nos mais diferentes quadrantes <strong>do</strong> globo,<br />

incentivar uma maior participação de setores diferencia<strong>do</strong>s da sociedade civil tor<strong>na</strong>-se uma<br />

estratégia capaz de assegurar alter<strong>na</strong>tivas viáveis à criação <strong>cultural</strong>, desvencilhan<strong>do</strong>-se assim<br />

da dependência unilateral de ape<strong>na</strong>s um agente (no <strong>caso</strong> <strong>do</strong> Brasil, <strong>do</strong> poder público).<br />

Conforme alguns de seus defensores, a diversificação de fontes de recursos induziria a<br />

abertura de um maior campo de possibilidades para o realiza<strong>do</strong>r <strong>cultural</strong>, já que diante da<br />

diversidade de potenciais mece<strong>na</strong>s, surgem nos critérios, novos padrões de “gosto e<br />

sensibilidade”, o que <strong>na</strong>turalmente ampliaria as chances de o patrocínio <strong>cultural</strong> ser efetiva<strong>do</strong>.<br />

Conseqüentemente, tal ambiência promoveria também uma diversidade <strong>na</strong> fonte de criação<br />

<strong>cultural</strong>, possibilitan<strong>do</strong> assim um florescimento das diversas linguagens artísticas. Nesse<br />

senti<strong>do</strong>, haveria espaço tanto para realizações mais identificadas às demandas de merca<strong>do</strong>,<br />

onde o investimento da iniciativa privada cobriria essa necessidade, bem como obras e<br />

projetos culturais que têm dificuldade de realização <strong>caso</strong> não sejam contempla<strong>do</strong>s com<br />

subsídios diretos <strong>do</strong>s governos (BOTELHO, 1998).<br />

Porém, o que fica latente <strong>na</strong>s entrelinhas <strong>do</strong> debate acerca da temática <strong>do</strong>s mecanismos<br />

de subvenção à cultura – debate esse orientan<strong>do</strong> sobremaneira pelas distorções origi<strong>na</strong>das pela<br />

especificidade <strong>do</strong> funcio<strong>na</strong>mento das leis – são questões como: a) a necessidade de delinear<br />

papéis mais defini<strong>do</strong>s de atuação <strong>do</strong>s diferentes agentes que hoje conformam o campo <strong>cultural</strong><br />

no Brasil; b) a redefinição de determi<strong>na</strong><strong>do</strong>s dispositivos das leis fiscais ora em vigor e c) a<br />

premência da criação de modalidades outras que viabilizem fi<strong>na</strong>nceiramente as produções<br />

culturais. Tal contexto proporcio<strong>na</strong> a ocorrência de questio<strong>na</strong>mentos com os seguintes<br />

matizes: se o Esta<strong>do</strong> investe majoritariamente recursos oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> erário público (cerca de<br />

80%, quan<strong>do</strong> não mesmo 100%) porque delegar a tarefa da decisão fi<strong>na</strong>l às empresas<br />

privadas, que por sua vez, são movidas por interesses sobretu<strong>do</strong> comerciais? Como ficam, sob<br />

essa lógica, o fomento de produções culturais que não seduzem os critérios <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>? Na<br />

216

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!