15.04.2013 Views

Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

– hoje, no Brasil, a produção <strong>cultural</strong> gira em torno de 1% <strong>do</strong> PIB e gera meio milhão de<br />

empregos (BRASIL, 1998b). A título de ilustração, a tão proclamada saúde econômico-<br />

fi<strong>na</strong>nceira da atividade <strong>cultural</strong> (principalmente <strong>do</strong>s segmentos volta<strong>do</strong>s a industrialização <strong>do</strong>s<br />

bem simbólicos) parece assentar-se em números vultuosos como esses divulga<strong>do</strong>s pelo jor<strong>na</strong>l<br />

Esta<strong>do</strong> de São Paulo:<br />

153<br />

No ano de 2000, a indústria metalúrgica teve faturamento de R$ 2 bilhões,<br />

enquanto que só a matriz da rede Globo de Televisão faturou R$ 2,5<br />

bilhões. Além disso, nesse mesmo ano as TVs por assi<strong>na</strong>tura faturaram R$<br />

700 milhões, a indústria gráfica <strong>cultural</strong> R$ 650 milhões, a indústria<br />

fonográfica R$ 400 milhões, e os distribui<strong>do</strong>res e exibi<strong>do</strong>res de cinema R$<br />

500 milhões (ESTADO DE SÃO PAULO, 2002).<br />

Aliás, a máxima proferida pelo ex-ministro da Cultura, Francisco Weffort (2000), –<br />

“Cultura é um bom negócio” – sintoniza-se perfeitamente com essa interpretação sobre o<br />

papel da cultura <strong>na</strong> contemporaneidade. Ou seja, a cultura entendida como um fato econômico<br />

relevante, essencial ao desenvolvimento econômico e social, por ser capaz de atrair<br />

investimentos <strong>do</strong>s diversos setores da sociedade (sejam eles públicos ou priva<strong>do</strong>s), gerar<br />

riquezas e aumentar o número de postos de trabalho. Portanto, uma área que começa a deixar<br />

de la<strong>do</strong> a tradicio<strong>na</strong>l pecha que lhe era imposta: a de seu caráter de frivolidade, de uma<br />

atividade secundária, desti<strong>na</strong>da ao consumo e gozo de determi<strong>na</strong>das elites e que, por sua vez,<br />

representa mais gastos <strong>do</strong> que retorno ou benefícios para uma parcela mais ampla da<br />

população.<br />

Cultura é um bom negócio. Se o sistema que estamos crian<strong>do</strong> no país<br />

necessita de um slogan, eu creio que deveria ser esse. É útil mesmo para<br />

aqueles setores em que a cultura necessita de <strong>do</strong>tações públicas. Só<br />

conseguiremos recursos adequa<strong>do</strong>s e estáveis para estas áreas se formos<br />

capazes de construir um sistema dirigi<strong>do</strong> para o merca<strong>do</strong>. Cultura é um bom<br />

negócio para o empresário porque pode dar lucro. Mas é também, como<br />

qualquer atividade empresarial, um bom negócio como meio para a criação<br />

de empregos. E, no fim das contas, um bom negócio para os governos pelos<br />

novos recursos que as atividades culturais serão capazes de criar<br />

(WEFFORT, 2000, p.1).<br />

Diante desse panorama, pode-se concluir que não é num vácuo político no plano<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, e mesmo trans<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, que o poder local começa a ajustar seus esforços e a definir<br />

sua atuação em relação ao fomento da atividade <strong>cultural</strong> no Esta<strong>do</strong>. No rastro da consolidação

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!