Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...
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popular, recuperação <strong>do</strong> patrimônio histórico e artístico), ten<strong>do</strong> por objetivo precípuo<br />
potencializar a atividade turística <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Atuação essa que fecun<strong>do</strong>u o mo<strong>do</strong> peculiar<br />
como vêm sen<strong>do</strong> concebidas e formuladas as políticas públicas para a cultura sob o signo <strong>do</strong><br />
carlismo a saber, um mo<strong>do</strong> de ação que aposta <strong>na</strong> presumível singularidade da formação<br />
<strong>cultural</strong> da <strong>Bahia</strong> e <strong>na</strong> sua suposta vocação para as atividades vinculadas ao setor de serviços<br />
(a produção artístico-<strong>cultural</strong> e o turismo, sobremaneira) como caminho alter<strong>na</strong>tivo ao<br />
desenvolvimento econômico <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Nesse senti<strong>do</strong>, podemos creditar à <strong>Bahia</strong>tursa a<br />
germi<strong>na</strong>ção de um modelo de gestão desse grupos político que amalgama a atividade turística<br />
ao setor <strong>cultural</strong>, particularidade essa que veio a desembocar <strong>na</strong> criação da atual Secretaria da<br />
Cultura e Turismo, não por a<strong>caso</strong> gerida por Paulo Gaudenzi, homem público umbilicalmente<br />
vincula<strong>do</strong> à história <strong>do</strong> órgão oficial <strong>do</strong> turismo, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> seu presidente em três diferentes<br />
ciclos político-administrativos (1979-1983; 1983-1987; 1991-1994).<br />
Com a retomada <strong>do</strong> ciclo hegemônico <strong>do</strong> carlismo durante a década de 90, cultura e turismo<br />
voltaram a ser agendas prioritárias <strong>do</strong> programa de governo desse grupo político. A união<br />
dessas duas áreas em única pasta constituiu-se em um sintoma da complexidade institucio<strong>na</strong>l<br />
e política. Complexidade essa que <strong>do</strong>ravante passou a se fazer presente nos planos de<br />
governo da frente carlista, no tocante à área <strong>cultural</strong>. Tratou-se de uma reformulação político-<br />
administrativa que, se por um la<strong>do</strong> assi<strong>na</strong>lou as vicissitudes <strong>do</strong>s remanejamentos internos de<br />
poder, por outro, delineou-se como reflexo de uma tendência de valorização <strong>do</strong> comércio de<br />
bens de lazer e de diversão em escala global. Basta lembrar que um <strong>do</strong>s fatores que<br />
motivaram a criação da Secretaria da Cultura e Turismo foi o vultuoso aporte de recursos<br />
possível de ser capta<strong>do</strong> através <strong>do</strong> Prodetur, programa geri<strong>do</strong> por Paulo Gaudenzi quan<strong>do</strong><br />
ainda era presidente da <strong>Bahia</strong>tursa. Vimos que a estratégia de criação da secretaria não se<br />
efetivou num vácuo socio<strong>cultural</strong>. A<strong>na</strong>lisada numa dimensão global, coadunou-se e<br />
incorporou-se num cenário contemporâneo teci<strong>do</strong> por práticas socioculturais e estruturas de<br />
sentimento que dão estofo às ações ligadas ao desenvolvimento de atividades <strong>do</strong> setor<br />
terciário, como o entretenimento e o turismo. Daí a motivação <strong>do</strong> poder local em ancorar sua<br />
atuação no desenvolvimento <strong>do</strong> comércio de bens simbólicos em teorizações sociológicas que<br />
adensam conceitualmente o fenômeno da formação de uma sociedade pós-industrial. No<br />
plano local, a instituição da secretaria emergiu em um momento em que a <strong>Bahia</strong> vivenciava a<br />
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