Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...
Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...
Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
local. Pode-se inferir através desses números a vigorosa demanda por fi<strong>na</strong>nciamento que pulsa<br />
nos basti<strong>do</strong>res da ce<strong>na</strong> <strong>cultural</strong> <strong>na</strong> <strong>Bahia</strong>.<br />
Operacio<strong>na</strong>lmente, o programa está orienta<strong>do</strong> basicamente nos moldes das principais<br />
leis federais, estaduais e municipais de incentivo à cultura em vigor nos diferentes esta<strong>do</strong>s e<br />
municípios <strong>do</strong> país. No entanto, como chama a atenção Reis (2003), a maioria das leis<br />
estaduais e municipais de renúncia fiscal está baseada no texto da primeira lei municipal de<br />
incentivos à cultura <strong>do</strong> país – a Lei Men<strong>do</strong>nça, regulamentada no município de São Paulo –,<br />
no que diz respeito a diferentes aspectos como composição, mandato e responsabilidade das<br />
comissões avalia<strong>do</strong>ras de projetos, à forma e ao mecanismo de incentivo, e a faixa de renúncia<br />
fiscal. Passemos então à análise da especificidade da experiência da lei baia<strong>na</strong> de renúncia<br />
fiscal.<br />
5.1.1 Recursos <strong>do</strong> poder público e a contrapartida da iniciativa privada: uma equação<br />
equilibrada?<br />
O mecanismo que orienta o funcio<strong>na</strong>mento das leis de incentivo pela renúncia fiscal está<br />
basea<strong>do</strong> no princípio de que o governo se dispõe a abdicar de parte da sua receita a favor de<br />
contribuintes que destinem parcela de algum imposto a pagar a projetos de <strong>na</strong>tureza <strong>cultural</strong>,<br />
de acor<strong>do</strong> com as regras estipuladas por cada município ou Esta<strong>do</strong> (REIS, 2003).<br />
No que se refere aos recursos públicos carrea<strong>do</strong>s para o <strong>Fazcultura</strong>, anualmente é<br />
estabeleci<strong>do</strong> pelo gover<strong>na</strong><strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, através de decreto, o montante de recursos desti<strong>na</strong><strong>do</strong><br />
à renúncia fiscal, ou seja, a cota da verba pública que poderá ser gasta em incentivos fiscais à<br />
cultura. É notório o significativo crescimento <strong>do</strong> montante de recursos reserva<strong>do</strong>s ao incentivo<br />
<strong>cultural</strong>. Inicia<strong>do</strong>, em 1997, com uma cota de R$ 5 milhões, o <strong>Fazcultura</strong> chega em seu oitavo<br />
ano, contan<strong>do</strong> com recursos de renúncia fiscal da ordem de R$ 13 milhões para o exercício de<br />
2004, representan<strong>do</strong> um aumento global de 128%.<br />
Se, por um la<strong>do</strong>, essa expansão <strong>do</strong> teto de recursos renuncia<strong>do</strong>s pelo governo baiano<br />
denota a preocupação <strong>do</strong> poder público em atender a uma demanda crescente <strong>do</strong>s produtores<br />
culturais, vista por outro ângulo ela indica a tendência da crescente desregulamentação das<br />
funções <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>na</strong> área <strong>cultural</strong>, <strong>na</strong> medida em que reflete não só a diminuição da <strong>do</strong>tação<br />
orçamentária desti<strong>na</strong>da para a pasta da cultura, mas também a sua substituição – já que a cota<br />
de renúncia fiscal, como o próprio termo indica, é uma parcela <strong>do</strong> dinheiro público que o<br />
176