Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

5.1.5.2 Recursos captados por área
Se o volume de recursos captados por área – levando-se em consideração o somatório
da contrapartida do governo com a iniciativa privada – for tomado como parâmetro de análise,
logo verificaremos que o perfil dos indicadores se modifica.
Conforme índices da Figura 3, a área beneficiada com o maior volume de verba é a de
“Música”, englobando 25% do total dos recursos captados, o que equivale ao montante de R$
17.853.767,00. Projetos referentes à conservação, restauração e recuperação de acervos,
bibliotecas e monumentos históricos são projetos que, pela sua natureza, mobilizam um
volume de recursos considerável para a sua realização. Apesar de ter obtido um pequeno
número de propostas patrocinadas ao longo do período estudado, no cômputo geral, “Arquivo,
Biblioteca, Museus e Bens Móveis e Imóveis” é o setor que angaria uma parte considerável:
R$ 15.789.499,00, ou 22% do total. A área de “Artes Cênicas” também apresenta um
desempenho considerável na captação da verba: R$ 11.655.252,00 ou 17% do total. Por sua
vez, “Artesanato, Folclore e Tradições populares”, que encabeçou a lista do número de
projetos patrocinados cai para 4º lugar no que se refere ao coeficiente de recursos, captando
um montante R$ 10.482.493,00, o que representa 15% dos recursos envolvidos no programa.
A área do audiovisual, apesar de figurar no último lugar da lista do número total de projetos
apoiados, é um setor que por sua complexidade de produção demanda um volume de recursos
significativos. Assim sendo, os 31 projetos patrocinados pelo Fazcultura na área de “Cinema e
Vídeo”, ao longo dos seus últimos seis anos de vigência, totalizaram um investimento de R$
6.927.634,00. As áreas que obtiveram índices mais tímidos no montante de recursos foram
“Literatura” – captando um valor R$ 4.230.430, o que representa 6% do montante global – e
“Artes Plásticas, Gráficas e Fotografia”, que abocanhou R$ 3.260.425,00 em patrocínio,
equivalendo a 5% dos recursos destinados ao fomento à cultura, através da lei estadual de
estímulo fiscal – um índice condizente ao desempenho dessas áreas quando se leva em
consideração a média do número de projetos patrocinados no período entre 1997 e 2002. Há
que se considerar o fato de que são linguagens pouco atrativas ao mecenato empresarial por se
constituírem em atividades que promovem uma reduzida visibilidade para as empresas que
buscam, no investimento em cultura, obter efeitos mercadológicos ou de reforço de imagem
institucional.
199