Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...
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(leis, decretos e regulamentos) que lhe regulam e lhe dão forma é o propósito dessa pesquisa a<br />
partir de agora. Averiguar os rumos que o programa vem toman<strong>do</strong> desde a sua implantação<br />
em 1997, como também a<strong>na</strong>lisar os seus números e estatísticas, os seus limites e benefícios e<br />
a configuração que o campo <strong>cultural</strong> <strong>na</strong> <strong>Bahia</strong> passou a assumir após a implantação <strong>do</strong><br />
<strong>Fazcultura</strong> são também aspectos a serem aborda<strong>do</strong>s aqui, buscan<strong>do</strong>, sempre, a interlocução<br />
com debate<strong>do</strong>res e pesquisa<strong>do</strong>res e consultan<strong>do</strong> textos exploratórios sobre o advento das leis<br />
de incentivo à cultura enquanto uma das principais, senão a principal, ferramentas da política<br />
<strong>cultural</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s pelo país nesses tempos de intensas correntes neoliberais de gestão<br />
<strong>do</strong>s interesses públicos.<br />
5.1 FAZCULTURA: GERENCIAMENTO DOS RECURSOS, DA AVALIAÇÃO DOS<br />
PROJETOS E DO PERFIL DE INVESTIMENTOS<br />
Apesar <strong>do</strong> di<strong>na</strong>mismo <strong>do</strong> campo da produção <strong>cultural</strong> baia<strong>na</strong> estar mais fortemente<br />
ancora<strong>do</strong> <strong>na</strong> indústria que movimenta a espetacularização da festa e <strong>do</strong> lúdico (a exemplo <strong>do</strong><br />
car<strong>na</strong>val e das festas juni<strong>na</strong>s) – seja no que se refere às cifras que o impulsio<strong>na</strong> seja pela<br />
amplitude <strong>do</strong> público que acessa essas manifestações –, as atividades artístico-culturais que<br />
não integram esse circuito mais amplo e, conseqüentemente, têm dificuldade em<br />
autofi<strong>na</strong>nciar-se <strong>na</strong> lógica <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> (como as artes cênicas, a literatura, as artes plásticas, o<br />
audiovisual e a produção musical de caráter “não-comercial”), passaram a ter mais um<br />
caminho de realização, através <strong>do</strong> <strong>Fazcultura</strong>.<br />
A efervescência da produção <strong>cultural</strong> local, em termos de demanda por fi<strong>na</strong>nciamento<br />
no âmbito <strong>do</strong> programa estadual de incentivo à cultura, pode ser mensurada pelos números<br />
divulga<strong>do</strong>s pela Secretaria de Cultura e Turismo. No perío<strong>do</strong> entre 1997 a 2002, 4.247<br />
projetos foram inscritos no programa, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> aprova<strong>do</strong>s 2.033, o equivalente a 47,87% <strong>do</strong><br />
total, sen<strong>do</strong> que 768 deles foram patroci<strong>na</strong><strong>do</strong>s, equivalen<strong>do</strong> a 37,77% <strong>do</strong>s projetos aprova<strong>do</strong>s<br />
– uma média relativamente alta se compara<strong>do</strong> aos números da Lei Rouanet que, no perío<strong>do</strong> de<br />
1996 a 2000, ape<strong>na</strong>s 23, 61% <strong>do</strong>s projetos aprova<strong>do</strong>s foram patroci<strong>na</strong><strong>do</strong>s (OLIVIERI, 2002).<br />
Os recursos investi<strong>do</strong>s ape<strong>na</strong>s pelo executivo local, em seis anos de funcio<strong>na</strong>mento <strong>do</strong><br />
programa, giraram em torno de R$ 56 milhões, já o capital priva<strong>do</strong> comparece com<br />
investimentos <strong>na</strong> ordem de R$ 14 milhões de reais, cifras essas que somadas totalizam um<br />
volume de R$ 70 milhões de reais injeta<strong>do</strong>s <strong>na</strong> di<strong>na</strong>mização <strong>do</strong> circuito da produção <strong>cultural</strong><br />
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