15.04.2013 Views

Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

diferentes instâncias da administração pública, ou seja, nos planos federal, estadual e<br />

municipal.<br />

Criou-se, dessa forma, um ambiente aparentemente propício à parceria entre Esta<strong>do</strong>,<br />

produtores culturais e conglomera<strong>do</strong>s econômicos com vistas ao desenvolvimento da<br />

atividade artístico-<strong>cultural</strong> no país. Através desse modelo, o Esta<strong>do</strong> passa a conceder<br />

formalmente à iniciativa privada (especialmente àquela cuja atividade não está vinculada à<br />

produção e ao comércio <strong>do</strong> bem <strong>cultural</strong>) a chave que dá acesso à esfera da cultura, seja<br />

através da contrapartida fi<strong>na</strong>nceira – minoritária, cabe ressaltar –, seja pelo poder – um tanto<br />

distorci<strong>do</strong> – que é concedi<strong>do</strong> às empresas de escolher as produções que serão viabilizadas<br />

através <strong>do</strong> incentivo estatal. A cadeia de interdependência funcio<strong>na</strong>l, instaurada a partir da<br />

lógica específica que rege o funcio<strong>na</strong>mento desse mecanismo de fi<strong>na</strong>nciamento à cultura,<br />

acaba por revelar uma das características mais notórias <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> de organização e gestão <strong>do</strong><br />

campo <strong>cultural</strong> no Brasil <strong>na</strong> atualidade, qual seja: um remanejamento <strong>na</strong>s linhas de coman<strong>do</strong><br />

de sua gestão, corresponden<strong>do</strong> à tendência da balança de poder pender cada vez mais<br />

intensamente a favor da iniciativa privada. Essa redistribuição de poder no âmbito da<br />

correlação de forças entre Esta<strong>do</strong> e merca<strong>do</strong> nos leva a questio<strong>na</strong>r sobre os limites e sobre as<br />

possibilidades <strong>do</strong>s papéis a serem desempenha<strong>do</strong>s pelo poder público e pelos conglomera<strong>do</strong>s<br />

econômicos no campo da produção <strong>cultural</strong>.<br />

No bojo <strong>do</strong> processo moderniza<strong>do</strong>r de desenvolvimento <strong>cultural</strong> e seguin<strong>do</strong> a tendência,<br />

que vigora em nível <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, de utilização das leis de incentivo à cultura como vetor<br />

precípuo para o fomento da produção <strong>cultural</strong>, o governo estadual baiano também passou a<br />

a<strong>do</strong>tar esse mecanismo de fi<strong>na</strong>nciamento às atividades culturais como sustentáculo das<br />

políticas culturais no Esta<strong>do</strong>. Apesar de a <strong>Bahia</strong> ter ti<strong>do</strong>, no início da década de 90, pela<br />

primeira vez um, projeto de lei aprova<strong>do</strong> pela Câmara Municipal, volta<strong>do</strong> para o incentivo<br />

fiscal– a Lei Alfaya 1 –, somente em 1997, o Esta<strong>do</strong> vai ganhar mais uma lei de renúncia<br />

fiscal voltada para o fomento da produção <strong>cultural</strong> baia<strong>na</strong> – agora <strong>na</strong> esfera estadual.<br />

1 A lei municipal de incentivo à cultura, conhecida como Lei Alfaya (Lei 4.260/90, sancio<strong>na</strong>da em 28/12/90 e<br />

Lei 4.280/90, sancio<strong>na</strong>da em 13/03/91), por ter si<strong>do</strong> um projeto de Lei proposto pelo verea<strong>do</strong>r Javier Alfaya,<br />

tinha por objetivo intensificar a produção <strong>cultural</strong> no município de Salva<strong>do</strong>r, através da dedução fiscal <strong>do</strong> IPTU e<br />

<strong>do</strong> ISS a empresas que investissem em projetos culturais. Em 1998, já <strong>na</strong> gestão <strong>do</strong> prefeito Antonio Imbassahy,<br />

foi criada a Lei 5352/98, que dispunha sobre a concessão de incentivos para fi<strong>na</strong>nciamentos de projetos culturais.<br />

Essa lei foi sancio<strong>na</strong>da em janeiro de 1998 e aprovada pela Câmara, substituin<strong>do</strong>, dessa forma, a Lei Alfaya. No<br />

entanto, a Lei 5352/98, assim como a Lei Alfaya, não foi devidamente regulamentada. Como conseqüência,<br />

Salva<strong>do</strong>r, atualmente, não possui nenhuma lei municipal de incentivo fiscal à cultura em vigor.<br />

173

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!