Política cultural na Bahia: o caso do Fazcultura - Universidade ...
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comparecem como uma das mais emblemáticas das estratégias de política <strong>cultural</strong>,<br />
implementadas pelos sucessivos governos carlistas. A recuperação <strong>do</strong> Centro Histórico de<br />
Salva<strong>do</strong>r, como vimos, foi a pedra de toque dessa empreitada. No entanto, outros sítios<br />
históricos da capital, bem como <strong>do</strong> interior, foram alvos das políticas de preservação, ações<br />
essas que significaram, segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s divulga<strong>do</strong>s pela secretaria, a recuperação e preservação<br />
de 497 imóveis, totalizan<strong>do</strong> um investimento de cerca de R$ 94 milhões no perío<strong>do</strong> de 1995 a<br />
1999. “Di<strong>na</strong>mização” foi o terceiro tripé que sustentou o programa de ação da Secretaria da<br />
Cultura e Turismo. Segun<strong>do</strong> definição oficial essa ação configura-se numa “linha de<br />
promoção de eventos especiais, di<strong>na</strong>mização de espaços culturais e de apoio ao<br />
desenvolvimento a ações artísticas e culturais”(GAUDENZI, 2000a, p.82). Em resumo,<br />
refere-se ao fomento a um conjunto diversifica<strong>do</strong> de atividades que vão desde a promoção de<br />
grandes espetáculos ence<strong>na</strong><strong>do</strong>s no Teatro Castro Alves e a realização de projetos <strong>do</strong> gênero<br />
“Pelourinho Dia & Noite” 22 , por exemplo. O mais significativo dessas ações diz respeito à<br />
quantidade expressiva de eventos realiza<strong>do</strong>s, artistas mobiliza<strong>do</strong>s e público especta<strong>do</strong>r. É<br />
interessante ilustrar aqui alguns desses quantitativos. Em 6 anos, no perío<strong>do</strong> entre 1995 e<br />
2000, o Complexo TCA (Teatro Castro Alves, Concha Acústica e Sala <strong>do</strong> Coro) foi palco<br />
para a realização de 1.605 eventos, aprecia<strong>do</strong>s por 132.139 especta<strong>do</strong>res. O projeto<br />
“Pelourinho Dia & Noite”, por exemplo, mobilizou 28.342 artistas que se apresentaram nos<br />
principais espaços que hoje compõem o “enobreci<strong>do</strong>” Parque Histórico <strong>do</strong> Pelourinho. São<br />
números que inegavelmente revelam a di<strong>na</strong>micidade <strong>do</strong> circuito da produção, circulação e<br />
consumo de bens culturais que a <strong>Bahia</strong> vem presencia<strong>do</strong> desde a última década.<br />
No entanto, ao a<strong>na</strong>lisarmos o perfil da política <strong>cultural</strong> implementada nesse perío<strong>do</strong>,<br />
pode-se perceber que a linha que orienta a ingerência <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>na</strong> cultura está pautada em<br />
um modelo tradicio<strong>na</strong>l de intervenção, por assim dizer, aos moldes <strong>do</strong> script que vem sen<strong>do</strong><br />
a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> em nível federal ao longo da história da relação entre Esta<strong>do</strong> e cultura no Brasil. Qual<br />
seja: incentivar ações ora voltadas para aquele circuito mais identifica<strong>do</strong> com o que<br />
comumente tem se chama<strong>do</strong> de cultura de elite, fomentan<strong>do</strong> produções voltadas para<br />
22 O projeto “Pelourinho Dia & Noite” transformou diferentes espaços que compõem o sítio histórico <strong>do</strong><br />
Pelourinho em espécies de palcos nos quais é ence<strong>na</strong>da uma diversidade de espetáculos. Além <strong>do</strong>s shows, o<br />
projeto engloba feiras, exposições e atividades infantis. Vários espetáculos são exibi<strong>do</strong>s diariamente <strong>na</strong>s praças<br />
Thereza Batista, Quincas Berro D'Água e no Largo Pedro Arcanjo.<br />
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