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Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

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Gibson ainda pensava na notícia quando dirigiu-se ao Laboratório <strong>de</strong> Biologia.<<strong>br</strong> />

Havia dois dias que não via o seu «amigo» marciano e sentia-se um pouco culpado<<strong>br</strong> />

disso. Quando <strong>de</strong>scia por Regent Street lem<strong>br</strong>ou-se do que Hadfield lhe dissera: <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

que a conclusão do «Projeto Alvorada» ainda <strong>de</strong>moraria meio século, mesmo<<strong>br</strong> />

admitindo o máximo auxilio da Terra. Era essencial obter esse auxílio e Hadfield faria<<strong>br</strong> />

o possível para obe<strong>de</strong>cer ao planeta-mãe. O mais que Gibson podia fazer era ajudálo<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> uma espécie <strong>de</strong> fogo <strong>de</strong> cobertura, <strong>com</strong> o seu <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> propaganda.<<strong>br</strong> />

Mas os resultados não seriam imediatos.<<strong>br</strong> />

Squik, <strong>com</strong>o <strong>de</strong> costume, ficou feliz ao vê-lo. Gibson, um pouco distraído <strong>com</strong>o <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

costume, ofereceu-lhe um pedaço <strong>de</strong> «erva <strong>de</strong> ar». Essa ação tão simples <strong>de</strong>ve ter<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>spertado qualquer coisa no seu subconsciente, porque se <strong>de</strong>teve <strong>de</strong> repente e<<strong>br</strong> />

disse ao biologista chefe:<<strong>br</strong> />

- Acabo <strong>de</strong> ter uma i<strong>de</strong>ia maravilhosa. Conseguiu ensinar alguma coisa a Squik?<<strong>br</strong> />

- Ensiná-lo? O problema está em evitar que ele aprenda tudo.<<strong>br</strong> />

- Tem a certeza <strong>de</strong> que os Marcianos po<strong>de</strong>m se <strong>com</strong>unicar uns <strong>com</strong> os outros ?<<strong>br</strong> />

- Bem, os nossos exploradores verificaram que eles po<strong>de</strong>m transmitir pensamentos<<strong>br</strong> />

simples, e até algumas i<strong>de</strong>ias abstratas, <strong>com</strong>o a cor. O que não prova muita coisa. As<<strong>br</strong> />

abelhas também po<strong>de</strong>m fazer isto.<<strong>br</strong> />

- Então diga-me uma coisa: porque é que não os ensinamos a cultivar a «Erva <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

ar» para nós? Compreen<strong>de</strong> a colossal vantagem que isso representaria? – Po<strong>de</strong>riam<<strong>br</strong> />

ir para on<strong>de</strong> quisessem, em <strong>Marte</strong>, e não teríamos necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usar máquinas.<<strong>br</strong> />

Não seria necessário que soubessem o que estavam fazendo. Bastaria que déssemos<<strong>br</strong> />

rebentos, que lhes ensinássemos o procedimento habitual e os premiássemos <strong>de</strong>pois.<<strong>br</strong> />

- Um momento: A i<strong>de</strong>ia é magnifica mas já se recordou <strong>de</strong> que há apenas <strong>de</strong>z<<strong>br</strong> />

espécimes conhecidos, incluindo Squik?<<strong>br</strong> />

- Não, não tinha me esquecido disso. Simplesmente não acredito que o grupo que<<strong>br</strong> />

encontramos seja o único que existe. Talvez sejam muito raros, mas <strong>de</strong>vem existir<<strong>br</strong> />

centenas, senão milhares em todo o planeta. Vou propor o reconhecimento<<strong>br</strong> />

aerofotográfico <strong>de</strong> todas asa zonas em que existam «ervas <strong>de</strong> ar». Mas, em qualquer<<strong>br</strong> />

caso, <strong>de</strong>vemo-nos lem<strong>br</strong>ar que agora têm muito melhores condições <strong>de</strong> vida. Estão<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>eçando a multiplicar-se mais rapidamente, tal <strong>com</strong>o acontece <strong>com</strong> os vegetais.<<strong>br</strong> />

Se <strong>de</strong>ixarmos a «erva <strong>de</strong> ar» entregue a si própria, ela co<strong>br</strong>irá toda a cintura<<strong>br</strong> />

equatorial em quatrocentos anos – segundo os vossos próprios cálculos. Com os<<strong>br</strong> />

Marcianos a nos ajudarem, o «Projeto Alvorada» será um fato <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> poucos<<strong>br</strong> />

anos.<<strong>br</strong> />

O biologista abanou a cabeça, mas <strong>com</strong>eçou a fazer cálculos num bloco. Quando<<strong>br</strong> />

acabou, esten<strong>de</strong>u os lábios.<<strong>br</strong> />

- Bem, não é impossível, apesar <strong>de</strong> haver muitos fatores <strong>de</strong>sconhecidos. Como a<<strong>br</strong> />

taxa <strong>de</strong> natalida<strong>de</strong> dos Marcianos, por exemplo. Suponho que sabe que eles são<<strong>br</strong> />

marsupiais.<<strong>br</strong> />

- Como os cangurus ?<<strong>br</strong> />

- Sim. Os filhos vivem na bolsa. até serem suficientemente gran<strong>de</strong>s e fortes para<<strong>br</strong> />

enfrentarem este mundo frio e mau. Achamos que algumas das fêmeas <strong>de</strong>vem ter<<strong>br</strong> />

filhotes consigo, portanto talvez se reproduzam anualmente. Mas <strong>com</strong>o Squik é o<<strong>br</strong> />

único «rapaz» que encontramos, isso significa que a taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> é terrível –<<strong>br</strong> />

o que não nos <strong>de</strong>ve surpreen<strong>de</strong>r..<<strong>br</strong> />

- Exatamente o que precisávamos! Agora não há nada que impeça <strong>de</strong> se<<strong>br</strong> />

multiplicarem, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que lhes forneçamos toda a <strong>com</strong>ida que quiserem.<<strong>br</strong> />

- Você quer criar Marcianos ou plantar ervas?<<strong>br</strong> />

- As duas coisas! Estão ligadas uma à outra <strong>com</strong>o peixe e batata frita ou presunto

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