Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br
Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br
Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
manhã subiremos essas colinas e veremos o que há em volta.<<strong>br</strong> />
Sem que ninguém soubesse <strong>com</strong>o, Hilton assumira o <strong>com</strong>ando <strong>com</strong> o<<strong>br</strong> />
consentimento <strong>de</strong> todos. Talvez ele próprio ainda não tivesse consciência disso. Mas<<strong>br</strong> />
o próprio piloto ce<strong>de</strong>ra-lhe a sua autorida<strong>de</strong>, sem pensar duas vezes no assunto.<<strong>br</strong> />
- Phobos nasce <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma hora, não é? - perguntou Hilton.<<strong>br</strong> />
- Sim.<<strong>br</strong> />
- E <strong>com</strong>o é a órbita <strong>de</strong>la? Nunca consigo me recordar dos hábitos <strong>de</strong>ssa lua meio<<strong>br</strong> />
maluca.<<strong>br</strong> />
- Bem, nasce a oci<strong>de</strong>ne e põe-se a oriente cerca <strong>de</strong> quatro horas <strong>de</strong>pois.<<strong>br</strong> />
- Portanto <strong>de</strong>ve estar no sul perto da meia-noite, não é?<<strong>br</strong> />
- É verda<strong>de</strong>. Meu Deus... Isso significa <strong>de</strong> fato que não po<strong>de</strong>remos vê-la! Estará<<strong>br</strong> />
eclipsada por pelo menos uma hora!<<strong>br</strong> />
- Que gran<strong>de</strong> lua! - resmungou Gibston.. - Quando mais precisamos <strong>de</strong>la é que<<strong>br</strong> />
não a vemos!<<strong>br</strong> />
- Isso não importa - disse Hilton, <strong>com</strong> toda a calma. - Sabemos on<strong>de</strong> ela está e<<strong>br</strong> />
não per<strong>de</strong>remos nada se tentarmos fazer uso do rádio quando ela passar. Por esta<<strong>br</strong> />
noite é tudo. Alguém tem um baralho <strong>de</strong> cartas? Não?. Então talvez Martin possa nos<<strong>br</strong> />
contar uma das suas histórias...<<strong>br</strong> />
Era uma grainha impiedosa e Gibson encontrou imediatamente a oportunida<strong>de</strong> que<<strong>br</strong> />
esperava.<<strong>br</strong> />
- Nem sequer seria capaz <strong>de</strong> pensar em tal coisa - disse ele. - Tu é que tens<<strong>br</strong> />
histórias para contar.<<strong>br</strong> />
Hilton ficou hirto e o escrtor se perguntou se o teria ofendido.<<strong>br</strong> />
- Apanhaste-me, não é verda<strong>de</strong>? Está bem. Falarei. Mas <strong>com</strong> uma condição.<<strong>br</strong> />
- Qual ?<<strong>br</strong> />
- Quando escreveres qualquer coisa a respeito disso, mostrar-me-ás primeiro o<<strong>br</strong> />
manuscrito.<<strong>br</strong> />
- Evi<strong>de</strong>ntemente.<<strong>br</strong> />
Fora da fuselagem, a noite marciana era a rainha – uma noite <strong>de</strong>corada <strong>de</strong> estrelas<<strong>br</strong> />
que não cintilavam e eram finas <strong>com</strong>o agulhas. A leste estava Júpiter – o corpo<<strong>br</strong> />
celeste mais <strong>br</strong>ilhante, erguendo-se em toda a sua glória, a seiscentos milhões <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
quilômetros..<<strong>br</strong> />
Muitas pessoas ainda olhavam <strong>com</strong> estranheza o fato do homem ter visltado<<strong>br</strong> />
Saturno e não Júpiter, tão perto das suas mãos. Mas nas viagens espaciais a<<strong>br</strong> />
distâncla não era o mais importante e Saturno fôra alcançado por causa <strong>de</strong> um golpe<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> sorte que parecia <strong>de</strong>masiado gran<strong>de</strong> para ser verda<strong>de</strong>iro. Em volta <strong>de</strong> Saturno<<strong>br</strong> />
orbiltava Titã, o maior satélite do sistema solar - <strong>com</strong> cerca <strong>de</strong> duas vezes o tamanho<<strong>br</strong> />
da Lua. Em 1944 fôra <strong>de</strong>scoberto que Titã possuía uma atmosfera. Não era<<strong>br</strong> />
respirávei. Era muito mais valiosa do que isso. Era formada <strong>de</strong> metano - um dos<<strong>br</strong> />
propulsantes i<strong>de</strong>ais pare os foguetes nucleares.<<strong>br</strong> />
Isso conduzira a uma situação única na história dos vôos espaciais. Pela primeira<<strong>br</strong> />
vez uma expedição po<strong>de</strong>ria ser enviada a um mundo estranho <strong>com</strong> a certeza<<strong>br</strong> />
antecipada <strong>de</strong> que po<strong>de</strong>ria se reabastecer para regressar.<<strong>br</strong> />
A Arcturus e a sua tripulação <strong>de</strong> seis homens fôra lançada no espaço a partir da<<strong>br</strong> />
órbita <strong>de</strong> <strong>Marte</strong>. Atcançara o sistema saturnino nove meses <strong>de</strong>pois, apenas <strong>com</strong> o<<strong>br</strong> />
propulsante suficiente para pousar em segurança em Titã. Depois as bombas tinham<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>eçado a trabalhar e os gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>pósitos tinham sido recheados <strong>com</strong> as<<strong>br</strong> />
incontáveis toneladas <strong>de</strong> metano necessárias para a largada. Reabastecendo-<strong>de</strong> em<<strong>br</strong> />
Titã quando era necessário, a Arcturus tinha visitaldo as quinze luas <strong>de</strong> Saturno e até