15.04.2013 Views

Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

---------------------------CAPÍTULO V ----------------------------<<strong>br</strong> />

Há uma hora tínhamos apenas um passageiro - disse o Dr. Scott, acariciando a<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>prida caixa <strong>de</strong> metal que passara através da <strong>com</strong>porta <strong>de</strong> ar. Agora temos alguns<<strong>br</strong> />

milhares <strong>de</strong> milhões.<<strong>br</strong> />

- Acha que eles so<strong>br</strong>eviveram à viagem ? - perguntou Gibson<<strong>br</strong> />

- Os termostatos parecem ter funcionado corretamente. Vou transferí-los para as<<strong>br</strong> />

culturas que preparei e <strong>de</strong>pois eles sentir-se-ão felizes. Terão a barriga bem cheia<<strong>br</strong> />

durante toda a viagem, até chegarem a <strong>Marte</strong>.<<strong>br</strong> />

Através da vigia mais próxima, Gibson via o corpo do míssil, pintado <strong>de</strong> <strong>br</strong>anco.<<strong>br</strong> />

- Que vão fazer <strong>de</strong>le? - perguntou o escritor ao Capitão Nor<strong>de</strong>n.<<strong>br</strong> />

- Recuperaremos o propulsor e abandonaremos a carcaça no espaço. Não merece<<strong>br</strong> />

o propulsante que seria necessário para o levar para <strong>Marte</strong>. Portanto, até voltarmos a<<strong>br</strong> />

acelerar, teremos uma lua só nossa.<<strong>br</strong> />

- Como o cão, na novela <strong>de</strong> Júlio Verne ?<<strong>br</strong> />

- «Da Terra à Lua»? Nunca consegui lê-la até o fim. Não há nada pior que ficção<<strong>br</strong> />

científica dos velhos tempos – e Verne já não é <strong>de</strong> ontem: é <strong>de</strong> anteontem.<<strong>br</strong> />

Gibson sentiu que tinha chegado o momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a sua profissão.<<strong>br</strong> />

- Isso quer dizer que a ficção científica não tem um valor literário permanente?<<strong>br</strong> />

- Não digo isso. Mas ainda que tenha por vezes um valor social quando é escrita,<<strong>br</strong> />

para a geração seguinte parecerá mesquinha e arcaica. Pense no que aconteceu às<<strong>br</strong> />

histórias espaciais..<<strong>br</strong> />

- Não tenha receio <strong>de</strong> dizer o que pensa.<<strong>br</strong> />

- Muito bem – disse Nor<strong>de</strong>n, - Até 1969 houve muita gente que escreveu so<strong>br</strong>e a<<strong>br</strong> />

primeira viagem à Lua. Hoje são impossíveis <strong>de</strong> ler. Quando os homens chegaram à<<strong>br</strong> />

Lua, pô<strong>de</strong>-se escrever <strong>com</strong> segurança so<strong>br</strong>e <strong>Marte</strong> e Vênus. Mas apenas durante<<strong>br</strong> />

alguns anos. Agora até essas histórias nada valem. Se as leem é para rirem <strong>de</strong>las.<<strong>br</strong> />

- Mas o tema das viagens espaciais é mais popular do que nunca o foi.<<strong>br</strong> />

- Sim, mas já não é ficção científica. Trata-se <strong>de</strong> fatos. O que importa agora é falar<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> coisas para além do Sistema Solar, mesmo que se trate <strong>de</strong> contos <strong>de</strong> fadas. Como<<strong>br</strong> />

quase todas as histórias afinal.<<strong>br</strong> />

- Não concordo contigo – disse Gibson - Em primeiro lugar, ainda há muitas<<strong>br</strong> />

pessoas que gostam das histórias <strong>de</strong> Wells, embora já tenham um século <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

E, passando do sublime ao ridículo, até ainda leem os meus primeiros livros, <strong>com</strong>o a<<strong>br</strong> />

«Poeira Marciana».<<strong>br</strong> />

- Quando foi que escreveste isso ?<<strong>br</strong> />

- Em 1973 ou 74.<<strong>br</strong> />

- Não sabia que tinha sido há tanto tempo. Mas isso explica muita coisa. AS

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!