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Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

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----------------------------CAPÍTULO X----------------------------<<strong>br</strong> />

O Gran<strong>de</strong> Hotel Marciano tinha agora nada menos que dois hóspe<strong>de</strong>s, o que<<strong>br</strong> />

exigia um severo reforço do seu pessoal temporário. O resto dos tripulantes da nave<<strong>br</strong> />

tinham arranjado alojamentos particulares, mas <strong>com</strong>o Jimmy não conhecia ninguém<<strong>br</strong> />

em Port Lowell, aceitara a hospitalida<strong>de</strong> oficial. Gibson se perguntava se aquilo seria<<strong>br</strong> />

um sucesso: não queria forçar <strong>de</strong>masiado a sua amiza<strong>de</strong> um tanto ou quanto<<strong>br</strong> />

provisória e se Jimmy o visse <strong>de</strong>masiadas vezes o resultado po<strong>de</strong>ria ser um <strong>de</strong>sastre.<<strong>br</strong> />

A vida <strong>de</strong>le em Port Lowell tornara-se uma rotina mais ou menos permanente. De<<strong>br</strong> />

manhã passava para o papel as suas impressões <strong>de</strong> <strong>Marte</strong> – uma coisa presunçosa,<<strong>br</strong> />

levando-se em conta o pouco que vira do planeta. A tar<strong>de</strong> era reservada a visitas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

inspeção e conversas <strong>com</strong> os habitantes da cida<strong>de</strong>. Por vezes Jimmy a<strong>com</strong>panhava-o<<strong>br</strong> />

nesses passeios, e uma vez todos os tripulantes da Ares foram ao hospital, ver <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

o Dr. Scott e os seus camaradas progrediam na sua luta contra a fe<strong>br</strong>e marciana. Era<<strong>br</strong> />

ainda <strong>de</strong>masiado cedo para tirar conslusões, mas Scott mostrava-se otimista.<<strong>br</strong> />

Jimmy tinha duas razões para a<strong>com</strong>panhar Gibson nas suas voltas pela cida<strong>de</strong>. Em<<strong>br</strong> />

primeiro lugar, o escritor podia ir a quase todos os locais que <strong>de</strong>sejasse, incluindo<<strong>br</strong> />

aqueles que em condições normais o rapaz nunta teria conseguito visitar. A segunda<<strong>br</strong> />

razão era absolutamente pessoal e explicava o seu interesse cada vez maior pelo<<strong>br</strong> />

curioso caráter <strong>de</strong> Martin Gibson.<<strong>br</strong> />

Sabia que Gibson estava ansioso pela amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong>le e <strong>com</strong>preendia que o escritor<<strong>br</strong> />

podia ser extremamente útil para a sua carreira. No entanto, seria injusto dizer que<<strong>br</strong> />

Jimmy tinha essas consi<strong>de</strong>rações materiais em primeiro plano no seu espírito.<<strong>br</strong> />

A vida <strong>de</strong> Jimmy iria, no entanto, ser transformada por um novo e inesperado<<strong>br</strong> />

elemento. Uma tar<strong>de</strong>, dirigiu-se ao pequeno café em frente ao edifício da<<strong>br</strong> />

Administração. Escolheu mal a hora, porque quando estava bebendo um pouco <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

chá que nunca chegara a uns bons milhões <strong>de</strong> quilômetros <strong>de</strong> Ceilão, a casa foi<<strong>br</strong> />

subitamente invadida. Era o periodo <strong>de</strong> vinte minutos, durante a tar<strong>de</strong>, em que todo<<strong>br</strong> />

o trabalho parava o<strong>br</strong>igatoriamente em <strong>Marte</strong>. Uma regra que o Diretor-Geral<<strong>br</strong> />

inventara e impunha em favor da eficiência, ainda que todo mundo preferisse ir para<<strong>br</strong> />

casa mais cedo esses mesmo vinte minutos. Jimmy viu-se subitamente ro<strong>de</strong>ado por<<strong>br</strong> />

um exército <strong>de</strong> moças que o olharam <strong>com</strong> uma candura alarmante e uma <strong>com</strong>pleta<<strong>br</strong> />

falta <strong>de</strong> artificialida<strong>de</strong>. Meia duzia <strong>de</strong> homens já tinha sido arrastada por aquela<<strong>br</strong> />

inundação, mas para se protegerem haviam-se reunido em torno <strong>de</strong> uma mesa e, a<<strong>br</strong> />

avaliar pelas suas expressões, continuavam a luta mentalmente <strong>com</strong> as pastas que<<strong>br</strong> />

tinham <strong>de</strong>ixado so<strong>br</strong>e as secretárias. Jimmy resolveu beber o chá tão <strong>de</strong>pressa<<strong>br</strong> />

quanto possível e sair.<<strong>br</strong> />

Uma mulher <strong>de</strong> aspecto duro, <strong>de</strong> trinta e muitos anos - provavelmente chefe <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

secretaria - estava sentada em frente <strong>de</strong>le, falando <strong>com</strong> uma moça muito mais

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