Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br
Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br
Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
surpreendido quando Spencer fora <strong>de</strong>signado seu «professor», mas <strong>com</strong>preen<strong>de</strong>ra a<<strong>br</strong> />
razão. Quando havia um trabalho que ninguém queria fazer, surgia sempre uma<<strong>br</strong> />
tendência curiosa para entregá-lo a Jimmy.<<strong>br</strong> />
- Mas é elementar! Trata <strong>de</strong> tudo sem entrar no cálculo vetorial e não fala na<<strong>br</strong> />
teoria das perturbações. Devia ver alguns dos livros que Mackay tem no camarote<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>le. Cada uma das equações ocupa páginas seguidas.<<strong>br</strong> />
- Bem, muito o<strong>br</strong>igado. Gritarei por ti quando estiver aflito. Há vinte anos que não<<strong>br</strong> />
trabalho <strong>com</strong> matemática, embora noutros tempos tivesse sido muito bom. Quando<<strong>br</strong> />
quiseres que te <strong>de</strong>volva. o livro, me diz.<<strong>br</strong> />
- Não há pressa, Mr. Gibson. Não o uso muitas vezes. Já trabalho <strong>com</strong> coisas muito<<strong>br</strong> />
mais avançadas...<<strong>br</strong> />
- Antes <strong>de</strong> te retirares talvez possas explicar-me uma coisa. Há muita, gente que<<strong>br</strong> />
fala do perigo dos meteoritos. Que há <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> so<strong>br</strong>e ele?<<strong>br</strong> />
Jimmy pensou um pouco.<<strong>br</strong> />
- Posso dar-lhe uma idéia aproximada. Mas se falar <strong>com</strong> Mr. Mackay, ele dar-lhe-á<<strong>br</strong> />
informações <strong>com</strong>pletas. Possui tabelas <strong>com</strong> números exatos.<<strong>br</strong> />
Gibson encontrou o pequeno astro-navegador digitando nas teclas do <strong>com</strong>putador<<strong>br</strong> />
eletrônico.<<strong>br</strong> />
- Meteoritos? - disse Mackay. - Ah, sim, um assunto muito interessante. No<<strong>br</strong> />
entanto, suponho que têm sido publicados muitos disparates so<strong>br</strong>e isso. Houve<<strong>br</strong> />
tempos em que se pensava que uma nave ficaria transformada num crivo, logo que<<strong>br</strong> />
saísse da atmosfera. Mas os meteoritos são muito menos perigosos que os<<strong>br</strong> />
relâmpagos na Terra e normalmente os maiores são muito menores que uma ervilha.<<strong>br</strong> />
- Mas, que eu saiba, já houve uma nave atingida por eles!<<strong>br</strong> />
- A Rainha do Espaço? Um único aci<strong>de</strong>nte sério nos últimas cinco anos é um<<strong>br</strong> />
resultado muito satisfatório. Até agora nenhuma nave se per<strong>de</strong>u <strong>de</strong>vido aos<<strong>br</strong> />
meteoritos<<strong>br</strong> />
- E a Pallas ?<<strong>br</strong> />
- Ninguém sabe o que lhe aconteceu. É apenas o que se diz. Mas não o que dizem<<strong>br</strong> />
os peritos.<<strong>br</strong> />
- Portanto posso dizer ao público que esqueça o assunto.<<strong>br</strong> />
- Sim, mas há a questão da poeira...<<strong>br</strong> />
- Poeira?<<strong>br</strong> />
- Sim. No que diz respeito aos meteoritos, <strong>de</strong> um par <strong>de</strong> milímetros <strong>de</strong> diâmetro<<strong>br</strong> />
para cima, não há que ter receio. Mas os micro-meteoritos - a poeira - são um<<strong>br</strong> />
aborrecimento, principalmente nas estações espaciais. De vez em quando, alguem<<strong>br</strong> />
tem <strong>de</strong> ir até ao exterior para examinar o revestimento e localizar os furos.<<strong>br</strong> />
Normalmente são <strong>de</strong>masiado pequenos para po<strong>de</strong>rem ser vistos a olho nu, mas um<<strong>br</strong> />
grão <strong>de</strong> poeira movendo-se a cinquenta quilômetros por segundo po<strong>de</strong> atravessar<<strong>br</strong> />
uma espessura surpreen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> metal.<<strong>br</strong> />
Gibson mostrou-se um pouco alarmado, mas Mackay apressou-se a acalmá-lo.<<strong>br</strong> />
- Na verda<strong>de</strong>, não há qualquer razão para te preocupares. Há sempre perdas <strong>de</strong> ar,<<strong>br</strong> />
por falta <strong>de</strong> estanqueida<strong>de</strong>. É por isso que temos a bordo <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> oxigênio.<<strong>br</strong> />
Por muito ocupado que Gibson estivesse, ou pensasse estar, arranjava sempre<<strong>br</strong> />
tempo para vaguear pelos labirintos da nave ou para fitar as estrelas, na galeria <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
observação equatorial. Costumava ir para ali durante o concerto diário. Às 15 horas o<<strong>br</strong> />
sistema <strong>de</strong> alto-falantes da nave <strong>com</strong>eçava sempre a transmitir música da Terra e