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Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

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O escrtitor assustou-se quando a voz do outro, ecoando metàlicamente no altofalante<<strong>br</strong> />

instalado no interior do seu traje, que<strong>br</strong>ou o silêncio.<<strong>br</strong> />

- Não use os jatos senão quando eu or<strong>de</strong>nar. Não convém que tenhamos<<strong>br</strong> />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>masiada e é necessário cuidado para que as nossas linhas não se<<strong>br</strong> />

embaracem. - Está bem - disse Gibson, mais ou menos aborrecido. Olhou para a<<strong>br</strong> />

nave. Viu-a já a algumas centenas <strong>de</strong> metros, afastando-se rapidamente.<<strong>br</strong> />

- Qual é o oomprimento <strong>de</strong> cabo que ainda nos resta ? - perguntou ele, ansioso.<<strong>br</strong> />

Não houve resposta e ele teve um momento <strong>de</strong> pânico antes <strong>de</strong> se lem<strong>br</strong>ar <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

carregar no botão <strong>de</strong> TRANSMISSÃO.<<strong>br</strong> />

- Cerca <strong>de</strong> um quilômetro - respon<strong>de</strong>u Bradley quando ele repetiu a pergunta. - O<<strong>br</strong> />

suficientte para nos sentirmos solitários.<<strong>br</strong> />

- E se ele se que<strong>br</strong>asse ?<<strong>br</strong> />

- Não é possivel. Seria capaz <strong>de</strong> suportar o teu peso, mesmo na Terra. E mesmo<<strong>br</strong> />

que se partisse, po<strong>de</strong>ríamos regressar facilmente graças aos meus jatos.<<strong>br</strong> />

- E se eles esgotassem o propulsante?<<strong>br</strong> />

- Que linda idéia! Isso não seria impossível, a menos que houvesse um tremendo<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>scuido ou surgissem três gran<strong>de</strong>s avarias mecânicas ao mesmo tempo. De<<strong>br</strong> />

qualquer maneira, lem<strong>br</strong>a-te <strong>de</strong> que há um propulsor reserva e também alarmes<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ntro do escafandro.<<strong>br</strong> />

Houve um segundo puxão. Tinham chegado ao fim do fio. Bradley amorteceu o<<strong>br</strong> />

ressalto <strong>com</strong> os seus jatos.<<strong>br</strong> />

- Estamos muito longe <strong>de</strong> casa – disse ele.<<strong>br</strong> />

Gibson precisou <strong>de</strong> alguns segundos para localizar a Ares. Estavam do lado da<<strong>br</strong> />

noite, <strong>de</strong> modo que a nave lhes aparecia quase <strong>com</strong>pletamene na som<strong>br</strong>as. Suas<<strong>br</strong> />

esferas eram pequenos e <strong>de</strong>lgados crescentes que po<strong>de</strong>riam ser facilmente<<strong>br</strong> />

confundidos <strong>com</strong> a Terra e a Lua, vistas talvez a uma distância <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

quilômetros.<<strong>br</strong> />

O escritor sentia-se satisfeito por Bradley o ter <strong>de</strong>ixado só, no silêncio. Talvez o<<strong>br</strong> />

outro se sentisse também impressionado pela esplêndida solenida<strong>de</strong> do momento. As<<strong>br</strong> />

estrelas eram tão <strong>br</strong>ilhantes e tão numerosas que Gibson, a princípio, não pô<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

distinguir as constelações. Depois viu <strong>Marte</strong>, o mais <strong>br</strong>ilhante astro no céu <strong>de</strong>pois do<<strong>br</strong> />

próprio Sol, e <strong>de</strong>terminou alssim o plano da eclíptilca. Muito <strong>de</strong>vagar, <strong>com</strong> cuidadosos<<strong>br</strong> />

impulsos dos seus jatos, fez rodar o escafandro <strong>de</strong> modo que a sua cabeça ficasse<<strong>br</strong> />

apontada para a Estrela Polar. Era a maneira <strong>de</strong> estar <strong>de</strong> «pé», e assim pô<strong>de</strong> voltar a<<strong>br</strong> />

reconhecer as estrelas.<<strong>br</strong> />

A imensa distância, um retângulo <strong>br</strong>anco apareceu flutuando entre as estrelas.<<strong>br</strong> />

Pelo menos, essa foi a primeira impressão. Só <strong>de</strong>pois <strong>com</strong>preen<strong>de</strong>u que o seu senso<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> perspectiva falhara, e que na verda<strong>de</strong> ele estava vendo qualquer coisa muito<<strong>br</strong> />

pequena, a poucos metros <strong>de</strong> distância. Mesmo assim, teve gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> em<<strong>br</strong> />

reeonhecer o viajante interplanetário - era uma folha <strong>de</strong> papel <strong>de</strong> escrever, vulgar,<<strong>br</strong> />

que girava so<strong>br</strong>e si própria muito lentamente no espaço. Nada seria mais vulgar – ou<<strong>br</strong> />

mais inesperado.<<strong>br</strong> />

Gibson olhou para a aparição durante algum tempo, antes <strong>de</strong> se certificar <strong>de</strong> que<<strong>br</strong> />

não se tratava <strong>de</strong> uma ilusão. Depois ligou o emissor e falou a Bradley.<<strong>br</strong> />

O outro não se mostrou <strong>de</strong> modo algum impressionado<<strong>br</strong> />

- Não há nada <strong>de</strong> notável quanto a isto - respon<strong>de</strong>u ele, um pouco impaciente. -<<strong>br</strong> />

Jogamos lixo fora, todos os dias e, <strong>com</strong>o não temos aceleração alguma, é <strong>de</strong> se<<strong>br</strong> />

esperar que ele continue à nossa volta. Assim que <strong>com</strong>eçarmos a travar, ficaremos<<strong>br</strong> />

para trás e o lixo continuará em frente, até sair do Sistema Solar.<<strong>br</strong> />

Gibson pensou que a expiicação era absolultamente óbvia, mas sentiu-se um

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