Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br
Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br
Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
junto à coronha.<<strong>br</strong> />
- Parece...<<strong>br</strong> />
- Se disseres um projetor <strong>de</strong> raios ficarei convencido <strong>de</strong> que é qualquer coisa<<strong>br</strong> />
infecciosa. Já houveram três pessoas que disseram o mesmo.<<strong>br</strong> />
- Ainda. bem que me interrompeste - disse Gibson, <strong>de</strong>volvendo a pistola ao<<strong>br</strong> />
inventor. - A propósito, Owen já conseguiu entrar em contacto <strong>com</strong> o míssil?<<strong>br</strong> />
- Não. E parece que não será capaz disso. Mac diz que ele vai passar a cento e<<strong>br</strong> />
quarenta e cinco mil quilômetros - certamente fora <strong>de</strong> alcance. É uma vergonha: não<<strong>br</strong> />
há outra nave para <strong>Marte</strong> nos próximos meses e por isso é que eles estavam<<strong>br</strong> />
ansiosos <strong>de</strong> nos alcançarem.<<strong>br</strong> />
- Owen é um tipo esquisito, não é? - perguntou Gibson, <strong>com</strong> alguma<<strong>br</strong> />
inconsequência.<<strong>br</strong> />
- Oh, não. Não é verda<strong>de</strong> que ele tenha envenenado a mulher, Ela é que bebeu até<<strong>br</strong> />
se matar.<<strong>br</strong> />
Owen Bradley era um homem muito aborrecido <strong>com</strong> a vida. Como todo mundo, a<<strong>br</strong> />
bordo da Ares, levava o seu trabalho muito a sério, ainda que fingisse o contrário.<<strong>br</strong> />
Durante as últimas horas não saíra da sala <strong>de</strong> <strong>com</strong>unicações, esperando que a onda<<strong>br</strong> />
portadora emitida pelo míssil recebesse a modulação que lhe indicaria que os seus<<strong>br</strong> />
sinais estavam sendo recebidos e que o engenho estava dirigindo-se para a Ares.<<strong>br</strong> />
Ligou para a saia <strong>de</strong> astronavegação e Mackay respon<strong>de</strong>u quase imediatamente<<strong>br</strong> />
através do inter<strong>com</strong>unicador.<<strong>br</strong> />
- Quais são as últimas Mac?<<strong>br</strong> />
- Não <strong>de</strong>ve aproximar-se muito mais. Acabo <strong>de</strong> marcar a última posição e reduzir<<strong>br</strong> />
os erros. Está agora a cento e cinquenta mil quilômetros e <strong>de</strong>sloca-se seguindo um<<strong>br</strong> />
rumo quase paralelo ao nosso. O Ponto mais próximo da sua passagem será a cento<<strong>br</strong> />
e quarenta e quatro mil quilômetros, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> três horas, Portanto, perdi a<<strong>br</strong> />
aposta. .. e creio que per<strong>de</strong>mos o foguete,<<strong>br</strong> />
- Receio que sim, mas veremos. Vou à oficina - disse Bradley.<<strong>br</strong> />
- Para quê?<<strong>br</strong> />
- Para preparar um foguete <strong>de</strong> um só lugar e correr atrás <strong>de</strong>ssa maldita coisa. Não<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>moraria mais <strong>de</strong> meia hora nas histórias <strong>de</strong> Martin. Desce e vem ajudar-me.<<strong>br</strong> />
Mackay estava mais próximo do «equador» da nave que Bradley;<<strong>br</strong> />
consequentemente chegou primeiro ao «pólo sul» e quando Bradley chegou,<<strong>br</strong> />
engalanado <strong>com</strong> metros e metros <strong>de</strong> cabo coaxial, olhou-o perplexo. Bradley disselhe<<strong>br</strong> />
:<<strong>br</strong> />
- Isto já <strong>de</strong>via ter sido feito, mas resultaria numa <strong>com</strong>plicação tremenda e eu sou<<strong>br</strong> />
uma das pessoas que guarda as coisas para o último momento. O problema <strong>com</strong> o<<strong>br</strong> />
nosso emissor é que irradia em todas direções - o que é indispensável, uma vez que<<strong>br</strong> />
não sabemos <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem a onda portadora. - Vou construir uma antena<<strong>br</strong> />
focalizadora e transmitir por ela toda a energia que pu<strong>de</strong>rmos arranjar.<<strong>br</strong> />
Mackay, que tinha mãos <strong>com</strong> uma habilida<strong>de</strong> maravilhosa, olhou para os <strong>de</strong>senhos<<strong>br</strong> />
e para os materiais que Bradley trouxera consigo.<<strong>br</strong> />
- Cerca <strong>de</strong> uma hora - disse ele, ao mesmo tempo que <strong>com</strong>eçava a trabalhar. -<<strong>br</strong> />
Que vais fazer?<<strong>br</strong> />
- Vou lá fora, ao casco, <strong>de</strong>sligar o radiofarol. Quando estiveres pronto leva isso<<strong>br</strong> />
para a <strong>com</strong>porta <strong>de</strong> ar, sim?<<strong>br</strong> />
Cerca <strong>de</strong> uma hora <strong>de</strong>pois, Gibson encontrou Mackay correndo através da nave,<<strong>br</strong> />
atrás <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>licada estrutura <strong>de</strong> varetas metálicas separadas por hastes <strong>de</strong>