15.04.2013 Views

Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

----------------------------CAPÍTULO XI----------------------------<<strong>br</strong> />

A luz amarela estava acesa, Gibson bebeu um último gole <strong>de</strong> água e veriftcou se<<strong>br</strong> />

os papéis escritos por ele estavam em or<strong>de</strong>m. Sempre que falava no rádio, sentia um<<strong>br</strong> />

nó na garganta. O operador levantou um <strong>de</strong>do; a luz amarela mudou para vermelho.<<strong>br</strong> />

- Atenção, Terra. Martin Gibson fala-vos <strong>de</strong> Port Lowell, em <strong>Marte</strong>. É um gran<strong>de</strong> dia<<strong>br</strong> />

para nós. Esta manhã a nova redoma foi cheia e a cida<strong>de</strong> quase do<strong>br</strong>ou <strong>de</strong> tamanho.<<strong>br</strong> />

Não sei se posso transmitir-lhes a impressão do triunfo que isto representa, a<<strong>br</strong> />

sensação <strong>de</strong> vitória que nos dá na batalha contra <strong>Marte</strong>. Mas tentarei fazê-lo.<<strong>br</strong> />

«Sabem que é impossivel respirar a atmosfera marciana. É <strong>de</strong>masiado rarefeita e<<strong>br</strong> />

quase não contém oxigênio. Port Lowell, a nossa maior cida<strong>de</strong>, encontra-se sob<<strong>br</strong> />

quatro redomas <strong>de</strong> plástico transparente sustentadas pela pressão do ar no seu<<strong>br</strong> />

interior - ar que po<strong>de</strong>mos respirar confortávelmente, ainda que seja muito menos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>nso que o vosso.<<strong>br</strong> />

«Durante o ano passado foi construída uma nova redoma, duas vezes maior que<<strong>br</strong> />

qualquer das outras, Vou <strong>de</strong>screvê-la <strong>com</strong>o era ontem, quando entrei nela antes <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>eçarem a enchê-la.<<strong>br</strong> />

«Imaginem um gran<strong>de</strong> espaço circular <strong>com</strong> quinhentos metros <strong>de</strong> diâmetro,<<strong>br</strong> />

ro<strong>de</strong>ado por uma pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> tijolos <strong>de</strong> vidro <strong>com</strong> o do<strong>br</strong>o da altura <strong>de</strong> um homem.<<strong>br</strong> />

Nessa pare<strong>de</strong> a<strong>br</strong>em-se os túneis <strong>de</strong> ligação às outras cúpulas e as saídas diretas<<strong>br</strong> />

para a magnífica paisagem ver<strong>de</strong> que nos cerca. Os túneis são simples tubos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

metal <strong>com</strong> gran<strong>de</strong>s portas que se fechariam automaticamente se o ar escapasse <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

qualquer das cúpulas.<<strong>br</strong> />

«Quando entrei ontem na Redoma Sete, todo esse gran<strong>de</strong> espaço circular estava<<strong>br</strong> />

coberto <strong>com</strong> uma película fina e transparente, unida à pare<strong>de</strong> circundante, e caída<<strong>br</strong> />

no chão em gran<strong>de</strong>s do<strong>br</strong>as sob as quais tínhamos <strong>de</strong> a<strong>br</strong>ir caminho. Era <strong>com</strong>o se<<strong>br</strong> />

estivéssemos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um balão antes <strong>de</strong>le ser cheio. A cúpula é feita <strong>de</strong> um<<strong>br</strong> />

plástico muito forte, <strong>de</strong> uma transparência quase perfeita, e muito flexível.<<strong>br</strong> />

«Evi<strong>de</strong>ntemente, tive <strong>de</strong> usar a minha máscara, porque, ainda que a redoma já<<strong>br</strong> />

tivesse sido tornada estanque, não havia praticamente ar algum <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>la. Estava<<strong>br</strong> />

sendo bombeado tão rapidamente quanto possível e eu podia ver as gran<strong>de</strong>s folhas<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> plástico moverendo-se preguiçosamente, à medida que a pressão subia.<<strong>br</strong> />

«Isso continuou por toda a noite. Quando nessa manhã voltei à redoma, a<<strong>br</strong> />

primeira coisa que vi foi que a cúpula formara uma gran<strong>de</strong> bolha ao centro, muito<<strong>br</strong> />

embora continuasse plana na periferia. Essa enorme bolha, <strong>com</strong> cem metros <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

diâmetro, movia-se em redor <strong>com</strong>o se estivesse viva – e não parava.<<strong>br</strong> />

«Cerca do meio da manhã, crescera <strong>de</strong> tal modo que já podíamos ver a redoma<<strong>br</strong> />

inteira tomando forma; a cúpula abandonara inteiramente o chão. Parou-se a

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!