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Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

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O pequeno anfiteatro nas colinas so<strong>br</strong>anceiras a Port Lowell tinha o mesmo<<strong>br</strong> />

aspecto, excetuando o fato <strong>de</strong> o ver<strong>de</strong> da sua vegetação luxuriante ter escurecido<<strong>br</strong> />

um pouco. A Pulga dirigiu-se à maior das quatro cúpulas e passaram pelo guarda-ar.<<strong>br</strong> />

- Quando estive aqui disseram-me que tínhamos <strong>de</strong> ser submetidos a uma<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sinfecção antes <strong>de</strong> entrarmos - observou Gibson.<<strong>br</strong> />

- Um pequeno exagero para afastar os visitantes in<strong>de</strong>sejáveis - disse Hadfield.<<strong>br</strong> />

A porta interior a<strong>br</strong>iu-se e entraram na redoma. Um homem <strong>com</strong> uma bata <strong>br</strong>anca<<strong>br</strong> />

- limpa <strong>com</strong>o a <strong>de</strong> um trabalhador científico muito importante - aguarda-o. - Olá,<<strong>br</strong> />

Baines – disse Hadfield. – Gibson, apresento-lhe o professor Baines. Devem ter<<strong>br</strong> />

ouvido falar um do outro.<<strong>br</strong> />

O escritor sabia muito bem que Baines era um dos maiores especialistas mundiais<<strong>br</strong> />

em genética <strong>de</strong> plantas. E que ele viera pra <strong>Marte</strong> um ou dois anos antes para<<strong>br</strong> />

estudar a flora.<<strong>br</strong> />

- Então foi você quem <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>iu a Oxyfera! - exclamou o professor, <strong>com</strong>o num<<strong>br</strong> />

sonho.<<strong>br</strong> />

- O quê? Já lhe arranjaram um nome? Está bem. Creio que fui eu que a <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>i,<<strong>br</strong> />

mas já <strong>com</strong>eço a ter dúvidas.<<strong>br</strong> />

Caminharam entre tabiques que repartiam o espaço interior da redoma em<<strong>br</strong> />

numerosos <strong>com</strong>partimentos e corredores. Tudo parecia ter sido construído muito<<strong>br</strong> />

apressadamente: Havia belos aparelhos científicos montados so<strong>br</strong>e caixotes e a<<strong>br</strong> />

atmosfera era <strong>de</strong> plena improvisação. Baines levou-os ao guarda-ar que ligava <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

outra das redomas e, enquanto esperavam pela abertura da última porta, observou<<strong>br</strong> />

calmamente:<<strong>br</strong> />

- Isto <strong>de</strong>ve magoar seus olhos um pouco.<<strong>br</strong> />

A primeira impressão <strong>de</strong> Gibson foi <strong>de</strong> luz e calor. Era quase <strong>com</strong>o se tivesse<<strong>br</strong> />

passado do Polo para os trópicos num único passo. Em cima, baterias <strong>de</strong> lâmpadas<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>rosas inundavam a câmara hemisférica <strong>com</strong> luz. Havia qualquer coisa pesada e<<strong>br</strong> />

opressiva no ar que não era apenas <strong>de</strong>vida ao calor e ele perguntou-se que espécie<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> atmosfera estava respirando.<<strong>br</strong> />

Aquela redoma não estava dividida por tabiques. Era apenas um gran<strong>de</strong> espaço<<strong>br</strong> />

circular <strong>de</strong>ntro do qual cresciam todas as plantas marcianas que Gibson já vira até<<strong>br</strong> />

então, e muitas mais. Cerca <strong>de</strong> um quarto da superfície era ocupada pelas «algas»<<strong>br</strong> />

acastanhadas que Gibson <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>ira..<<strong>br</strong> />

- Foram encontradas há dois anos e não são muito raras em torno do equador –<<strong>br</strong> />

disse Hadfield. – Só po<strong>de</strong>m crescer on<strong>de</strong> há abundância <strong>de</strong> luz solar e aquele grupo<<strong>br</strong> />

que encontraram é o que se conhece mais ao norte.<<strong>br</strong> />

O escritor aproximou-se das plantas. No fim <strong>de</strong> tudo não eram exatamente as<<strong>br</strong> />

mesmas que ele <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>ira, ainda que fossem por certo <strong>de</strong> origem <strong>com</strong>um. O mais<<strong>br</strong> />

surpreen<strong>de</strong>nte era que as bexigas <strong>de</strong> gás tinham <strong>de</strong>saparecido, substituídas por<<strong>br</strong> />

miría<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pequenos poros.<<strong>br</strong> />

- Isto é o mais importante. Conseguimos obter uma varieda<strong>de</strong> que liberta o<<strong>br</strong> />

oxigênio diretamente no ar. Des<strong>de</strong> que tenham luz e calor suficientes para extrair da<<strong>br</strong> />

areia tudo quanto necessitar e jogar fora o excesso. Todo o oxigênio que estamos<<strong>br</strong> />

respirando agora é produzido por essas plantas – não há qualquer outra fonte na<<strong>br</strong> />

redoma.<<strong>br</strong> />

- Compreendo - disse Gibson, numa voz lenta, - Só não entendo a razão <strong>de</strong> tanto<<strong>br</strong> />

segredo.<<strong>br</strong> />

- Que segredo? - perguntou Hadfield.<<strong>br</strong> />

- Então?! Pediu-me que não dissesse nada so<strong>br</strong>e o que ia ver!<<strong>br</strong> />

- Oh, é porque vai haver um <strong>com</strong>unicado oficial <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> poucos dias. Apenas

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