15.04.2013 Views

Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

pequena festa. Vai buscar a tua máquina fotográfica e tira as fotografias que<<strong>br</strong> />

quiseres enquanto bebemos à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste caixote!<<strong>br</strong> />

- Não bebam tudo antes <strong>de</strong> eu voltar! - gritou Gibson. Quando voltou pronto a<<strong>br</strong> />

fotografá-los o Dr. Scott estava fazendo uma experiência muito curiosa.<<strong>br</strong> />

- Estou farto <strong>de</strong> esguichar a cerveja <strong>de</strong> uma borracha – disse ele. - Agora que<<strong>br</strong> />

temos <strong>de</strong> novo essa possibilida<strong>de</strong>, vou <strong>de</strong>spejá-la num copo. Vejamos quanto tempo<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>mora.<<strong>br</strong> />

- Ficará sem espuma antes <strong>de</strong> chegar lá – avisou Mackay. - Vejamos... o valor <strong>de</strong> g<<strong>br</strong> />

é <strong>de</strong> meio centímetro por segundo... ao quadrado... <strong>de</strong>itando-se <strong>de</strong> uma altura...<<strong>br</strong> />

Mas a experiência já estava em curso. Scott tinha nas mãos uma lata perfurada e<<strong>br</strong> />

mantinha-a a cerca <strong>de</strong> trinta centímetros <strong>de</strong> altura, so<strong>br</strong>e o seu copo. Com<<strong>br</strong> />

inacreditável lentidão, o líquido cor <strong>de</strong> âmbar saía da lata. Dir-se-ia um xarope<<strong>br</strong> />

espesso. Passou-se um século antes que o líquido caisse no copo. Quando isso<<strong>br</strong> />

aconteceu ouviram-se palmas.<<strong>br</strong> />

- Deve <strong>de</strong>morar cerca <strong>de</strong> cento e vinte segundos a chegar lá - disse Mackay, por<<strong>br</strong> />

cima <strong>de</strong> todo o clamor.<<strong>br</strong> />

- Então é melhor que calcules <strong>de</strong> novo - retorquiu Scott. - Isso é o mesmo que dois<<strong>br</strong> />

minutos e ela já está no copo!<<strong>br</strong> />

- O quê? - exclamou Maclcay, <strong>com</strong>preen<strong>de</strong>ndo pela primeira vez que a experiência<<strong>br</strong> />

já terminara. Reviu rapidamente os seus cálculos e oompreen<strong>de</strong>u <strong>de</strong> repente que se<<strong>br</strong> />

enganara numa virgula.<<strong>br</strong> />

- Disparate! Eram doze segundos, evi<strong>de</strong>ntemente.<<strong>br</strong> />

- E isto é o homem que nos trouxe a <strong>Marte</strong>! - disse alguém, num tom <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

estupefação. - Quando voltarmos para casa irei a pé!<<strong>br</strong> />

No entanto ninguém pareceu interessado em repetir a experiência <strong>de</strong> Scott. O<<strong>br</strong> />

líquido continuou a correr, mas <strong>de</strong> borrachas, à maneira «normal», e o grupo tornouse<<strong>br</strong> />

cada vez mais alegre. Gibson seguiu a boa disposição <strong>de</strong>les até que a atmosfera<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>eçou a tornar-se muito pesada para o seu gosto e teve <strong>de</strong> sair dali para clarear<<strong>br</strong> />

os seus pensamentos. Quase automaticamente, voltou para o seu lugar favorito, na<<strong>br</strong> />

galeria <strong>de</strong> observação.<<strong>br</strong> />

Teve <strong>de</strong> agarrar-se, porque a pequena mas insistente atração <strong>de</strong> Deimos o<<strong>br</strong> />

o<strong>br</strong>igava a <strong>de</strong>slocar-se. <strong>Marte</strong>, mais que meio «cheio» e iluminando-se lentamente,<<strong>br</strong> />

estava exatamente por baixo <strong>de</strong>le.<<strong>br</strong> />

- Mr. Gibson!<<strong>br</strong> />

Olhou ao redor, surpreendido.<<strong>br</strong> />

- Então Jimmy... também já estavas farto?<<strong>br</strong> />

Jmnmy parecia cheio <strong>de</strong> calor – muito corado – e era evi<strong>de</strong>nte que procurava um<<strong>br</strong> />

pouco <strong>de</strong> ar fresco. Cambaleou um pouco e durante um momento fitou <strong>Marte</strong> <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

se nunca o houvesse visto. Por fim abanou a cabeça, num gesto <strong>de</strong> reprovação.<<strong>br</strong> />

- Que gran<strong>de</strong> que ele é! - disse ele, a ninguém em particular.<<strong>br</strong> />

- Não tão gran<strong>de</strong> <strong>com</strong>o a Terra - protestou Gibson. - De que tamanho queria que<<strong>br</strong> />

ele fosse?<<strong>br</strong> />

Era evi<strong>de</strong>nte que isso nem sequer ocorrera a Jimmy e o rapaz manteve-se a<<strong>br</strong> />

meditar no fato durante algum tempo. - Não sei - disse ele por fim, <strong>com</strong> tristeza, -<<strong>br</strong> />

Mas mesmo assim é <strong>de</strong>masiado gran<strong>de</strong>, É tudo <strong>de</strong>masiado gran<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

Assim nunca chegariam a parte alguma. Gibson resolveu mudar <strong>de</strong> assunto.<<strong>br</strong> />

- Que vai fazer quando <strong>de</strong>scermos em <strong>Marte</strong>? Terá um par <strong>de</strong> meses para se<<strong>br</strong> />

divertir, antes da Ares voltar para casa.<<strong>br</strong> />

- Bem, suponho que passearei em volta <strong>de</strong> Port Lowell e darei uma olha<strong>de</strong>la nos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sertos. Gostaria <strong>de</strong> os explorar um bocado, se pu<strong>de</strong>sse.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!