Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br
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a bagagem, <strong>de</strong> costas voltadas os interessados espectadores. Demorou apenas um<<strong>br</strong> />
momento para <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>ir o que pretendia e então virou-se subitamente.<<strong>br</strong> />
- Aqui está o que eu queria - disse ele.<<strong>br</strong> />
Um relâmpago intolerável encheu <strong>de</strong> repente a cabine, inundando todos os seus<<strong>br</strong> />
recantos <strong>com</strong> uma luz <strong>br</strong>ilhante e dura. Durante alguns minutos todos ficaram meio<<strong>br</strong> />
cegos, tendo nas suas retinas a imagem fixa da cabine no momento <strong>de</strong> tal explosão.<<strong>br</strong> />
- Perdoem-me - disse Glbson, contrito. - Nunca a tinha usado <strong>com</strong> toda a potência<<strong>br</strong> />
num local fechado...<<strong>br</strong> />
- Safa! - excamou Hilton, esfregando os olhos. É pior que uma bomba atômica!<<strong>br</strong> />
O escritou explicou:<<strong>br</strong> />
- É um gerador especial, para permitir a obtenção <strong>de</strong> fotografias coloridas à noite.<<strong>br</strong> />
Até agora não tinha tido oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer uso <strong>de</strong>le.<<strong>br</strong> />
Hilton examinou a pequena lâmpada <strong>de</strong> flash.<<strong>br</strong> />
- Po<strong>de</strong>remos focar isto convenientemente? - perguntou ele.<<strong>br</strong> />
- Há um regulador atrás do refletor. O feixe é largo, mas <strong>de</strong>ve ajudar.<<strong>br</strong> />
Hilton pareceu ficar satisfeito..<<strong>br</strong> />
- Devem ver isto em Phobos, mesmo durante o dia. No entanto é melhor não<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>sperdiçarmos a carga.<<strong>br</strong> />
- Phobos está bem por cima <strong>de</strong> nós? - perguntou Gibson, - Vou lá fora e dispararei<<strong>br</strong> />
isto imediatamente.<<strong>br</strong> />
- Não dispares mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z vezes - disse Hilton. Temos <strong>de</strong> guardar energia para a<<strong>br</strong> />
noite. E a<strong>br</strong>iga-te nas som<strong>br</strong>as.<<strong>br</strong> />
Com a máquina e a preciosa luz <strong>de</strong> flash bem aconchegadas ao peito, Gibson<<strong>br</strong> />
correu pelo vale <strong>com</strong>o uma jovem gazela, a<strong>com</strong>panhado por Jimmy. Não tardaram<<strong>br</strong> />
em <strong>de</strong>ixar a som<strong>br</strong>a da encosta, Olharam para o céu e viram Phobos a oeste, <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />
uma meia lua que ràpidaimente transrormou-se num o crescente enquanto corria<<strong>br</strong> />
para o sul. Gibson se perguntou se naquele momento alguém estaria observando<<strong>br</strong> />
aquela parte <strong>de</strong> <strong>Marte</strong>.<<strong>br</strong> />
A cerca <strong>de</strong> um quilômetro do avião o solo <strong>de</strong>scia suavemente e na parte mais<<strong>br</strong> />
baixa do vale havia uma larga cintura castanha que parecia estar coberta por ervas<<strong>br</strong> />
altas. Gibson dirigiu-se para ela. Jimmy seguiu-o.<<strong>br</strong> />
Encontraram-se ente plantas esguias e coriáceas, <strong>de</strong> um tipo que nunca tinham<<strong>br</strong> />
visto antes. As folhas elevavam-se verticalmente e estavam cobertas por numerosas<<strong>br</strong> />
vagens. Sem per<strong>de</strong>r tempo em investigações botânicas, Gibson a<strong>br</strong>iu caminho até o<<strong>br</strong> />
centro da pequena floresta. Então ergueu a luz <strong>de</strong> flash e disparou na direcção <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
Phobos. O momento fôra bem escolhido, pois que o lado do satélite que estava<<strong>br</strong> />
virado para ele encontrava-se nas trevas e os telescópios po<strong>de</strong>riam funcionar nas<<strong>br</strong> />
melhores condições.<<strong>br</strong> />
Disparou <strong>de</strong>z vezes, em cinco pares, bem espaçados. - Por hoje basta - disse o<<strong>br</strong> />
escritor. - Vejamos agora as plantas. Sabes o que me lem<strong>br</strong>am?<<strong>br</strong> />
- Algas muito crescidas... - respon<strong>de</strong>u Jimmy.<<strong>br</strong> />
- É verda<strong>de</strong>. Que haverá nestas vagens ? Tens um canivete ? . .. O<strong>br</strong>igado.<<strong>br</strong> />
Gibson não <strong>de</strong>scansou enquanto não rasgou um dos pequenas balões negros.<<strong>br</strong> />
Aparentemente ele continha gás, e a uma pressão consi<strong>de</strong>rável, porque ouviu-se um<<strong>br</strong> />
pequeno silvo.<<strong>br</strong> />
- Que coisa tão estranha! - <strong>com</strong>entou o escritor. Levemos algumas conosco.<<strong>br</strong> />
Não sem dificulda<strong>de</strong>, conseguiu cortar uma das plantas quase pela raiz. Um líquido<<strong>br</strong> />
castanho-escuro saiu do corte, libertando bolhas <strong>de</strong> gás. Gibson coiocou o seu troféu<<strong>br</strong> />
ao om<strong>br</strong>o e iniciou a viagem <strong>de</strong> regresso ao avião.<<strong>br</strong> />
Ignorava que trazia consigo o futuro <strong>de</strong> um mundo. Tinham dado apenas alguns