Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br
Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br
Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
plástico. Ficou <strong>de</strong> boca aberta e o segui até à <strong>com</strong>porta, on<strong>de</strong> Bradley já se<<strong>br</strong> />
encontrava, impaciente, no seu incômodo escafandro <strong>com</strong> o capacete aberto.<<strong>br</strong> />
- Qual é a estrela mais próxima do foguete? - perguntou Brad1ey.<<strong>br</strong> />
Mackay pensou rapidamente.<<strong>br</strong> />
- Os últimos números... Vejamos... <strong>de</strong>clinação quinze e qualquer coisa, norte;<<strong>br</strong> />
ascensão reta, catorze horas. Suponho que é... mais ou menos para as bandas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
Böotes. Sim – não <strong>de</strong>ve ficar muito longe <strong>de</strong> Arcturus, não mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z graus.<<strong>br</strong> />
- Serve. De resto, posso fazer rodar o feixe. Quem está na Sala <strong>de</strong> Comunicações ?<<strong>br</strong> />
- O Velho e Fred. Já falei <strong>com</strong> eles e estão observando o monitor. Manter-me-ei em<<strong>br</strong> />
contato contigo através do transmissor do casco.<<strong>br</strong> />
Bradley fechou o capacete e <strong>de</strong>sapareceu. Gibson olhou <strong>com</strong> alguma inveja.<<strong>br</strong> />
Desejara sempre vestir um dia um traje espacial, mas Nor<strong>de</strong>n dissera-lhe que era<<strong>br</strong> />
contra as regras. Tratava-se <strong>de</strong> mecanismos muito <strong>com</strong>plexos e ele podia fazer<<strong>br</strong> />
qualquer disparate. Então talvez tivessem <strong>de</strong> realizar um funeral em circunstâncias<<strong>br</strong> />
absolutamente novas.<<strong>br</strong> />
Bradley não per<strong>de</strong>u tempo admirando, quando se viu no exterior. Deslizou<<strong>br</strong> />
suavemente ao longo do casco, impelido pelos reatores, até chegar à secção do<<strong>br</strong> />
revestimento que estivera <strong>de</strong>smontando. Por baixo estava uma teia <strong>de</strong> cabos e fios,<<strong>br</strong> />
exposta à luz crua do Sol. Um dos cabos já fora cortado. Fez uma ligação provisória e<<strong>br</strong> />
abanou a cabeça ao lem<strong>br</strong>ar-se que meta<strong>de</strong> da potência do emissor se per<strong>de</strong>ria por<<strong>br</strong> />
ali. Depois procurou Arcturus e apontou a antena para a estrela, Depois tê-la girado,<<strong>br</strong> />
esperançoso, durante algum tempo, ligou o <strong>com</strong>unicador do fato.<<strong>br</strong> />
- Alguma coisa?<<strong>br</strong> />
A voz irônica <strong>de</strong> Mackay fez-se ouvir através do alto-falante:<<strong>br</strong> />
- Nada. Vou ligar-te às <strong>com</strong>unicações. Nor<strong>de</strong>n confirmou as notícias.<<strong>br</strong> />
- O sinal continua sendo <strong>de</strong>tectado, mas ainda não <strong>de</strong>u mostras <strong>de</strong> nos ter<<strong>br</strong> />
recebido,<<strong>br</strong> />
Bradley ficou estupefato. Rodou a antena durante alguns minutos e <strong>de</strong>pois<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>sistiu, Chamou <strong>de</strong> novo Mackay.<<strong>br</strong> />
- Ouve! Confere essas coor<strong>de</strong>nadas e <strong>de</strong>pois vem aqui e continua a experimentar.<<strong>br</strong> />
Vou ver o emissor.<<strong>br</strong> />
Quando Mackay o substituiu, Bradley voltou correndo à sala <strong>de</strong> <strong>com</strong>unicações<<strong>br</strong> />
Encontrou Gibson e o resto da tripulação a olharem tristemente para o receptor,<<strong>br</strong> />
através do qual se continuava a ouvir o silvo ininterrupto do foguete.<<strong>br</strong> />
Começou a consultar os diagramas do emissor. Precisou apenas <strong>de</strong> um instante<<strong>br</strong> />
para ligar um par <strong>de</strong> fios ao coração <strong>de</strong>le. Ao mesmo tempo disparou uma série <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
perguntas para Hilton:<<strong>br</strong> />
- Sabes <strong>com</strong>o são estes foguetes? Quanto tempo <strong>de</strong>moram eles para registrar o<<strong>br</strong> />
nosso sinal e o respon<strong>de</strong>rem ?<<strong>br</strong> />
- Depen<strong>de</strong> da velocida<strong>de</strong> relativa e outros fatores. De qualquer forma, uns bons<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>z minutos.<<strong>br</strong> />
- Quanto tempo po<strong>de</strong>rá este <strong>de</strong>morar a alcançar-nos, se pu<strong>de</strong>r <strong>de</strong>tectar os meus<<strong>br</strong> />
sinais ?<<strong>br</strong> />
- Dois dias, se não for menos. Qual é a tua idéia?<<strong>br</strong> />
- Os amplificadores <strong>de</strong> potência do emissor trabalham a setecentos e cinquenta<<strong>br</strong> />
volts. Vou ligar-lhes mil volts, <strong>de</strong> outra fonte. Viverão por pouco tempo, mas<<strong>br</strong> />
duplicarei ou triplicarei a potência <strong>de</strong>bitada.<<strong>br</strong> />
Ligou o interruptor, Gibson esperava ver faíscas por todos os lados, mas ficou<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>sapontado. Bradley, que sabia o que fazia, olhou para os mostradores e mor<strong>de</strong>u os