Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br
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A cerca <strong>de</strong> um quilômetro da estação, movendo-se na mesma órbita mas <strong>de</strong> modo<<strong>br</strong> />
algum ligado a ela naquele momento, estavam três naves que se encontravam<<strong>br</strong> />
acostadas nesse momento. Uma era o pequeno transbordador que o trouxera da<<strong>br</strong> />
Terra uma hora antes, <strong>com</strong> tanta <strong>de</strong>spesa e <strong>de</strong>sconforto. A segunda era um cargueiro<<strong>br</strong> />
lunar, <strong>de</strong> umas mil toneladas, pelo que lhe parecia. E a terceira, <strong>de</strong> resto, era a Ares,<<strong>br</strong> />
refulgindo no esplendor da sua nova pintura <strong>de</strong> alumínio.<<strong>br</strong> />
Gibson nunca Conseguiu habituar-se ao <strong>de</strong>saparecimento das naves esguias,<<strong>br</strong> />
aerodinâmicas, que tinham sido o sonho dos princípios do século XX. Aquela coisa<<strong>br</strong> />
em forma, <strong>de</strong> altere, suspensa entre as estrelas, não era a sua i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> uma nave<<strong>br</strong> />
espacial: ainda que o mundo a tivesse aceito, ele não a aceitara. Evi<strong>de</strong>ntemente, ele<<strong>br</strong> />
conhecia todos os argumentos usuais - não havia necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aerodinamismo<<strong>br</strong> />
numa nave que nunca penetrava na atmosfera e cujo <strong>de</strong>senho, portanto, era ditado<<strong>br</strong> />
unicamente por consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> estrutura e propulsão. Como o sistema propulsor<<strong>br</strong> />
era violentamente radioativo, as duas esferas e o <strong>com</strong>prido tubo que as unia eram a<<strong>br</strong> />
solução mais simples.<<strong>br</strong> />
Era também a mais feia, pensou Gibson. Mas isso pouco importava, porque a Ares<<strong>br</strong> />
ia passar praticamente toda a sua missão nos confins do espaço, on<strong>de</strong> os únicos<<strong>br</strong> />
espectadores eram as estrelas. Possivelmente os seus tanques já tinham sido<<strong>br</strong> />
carregados e a nave aguardava apenas o momento, precisamente calculado, em que<<strong>br</strong> />
os seus motores <strong>com</strong>eçariam a funcionar, para a afastarem da órbita em que ela<<strong>br</strong> />
girava e tinha passado toda a existência, e lançarem-na na longa hipérbole que a<<strong>br</strong> />
levaria para <strong>Marte</strong>.<<strong>br</strong> />
Quando isso acontecesse ele estaria a bordo, lançado também, finalmente, na<<strong>br</strong> />
aventura que na realida<strong>de</strong> nunca acreditara que lhe aconteceria.