15.04.2013 Views

Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

conseguirmos a varieda<strong>de</strong> que forneça mais oxigênio.<<strong>br</strong> />

- Naturalmente...<<strong>br</strong> />

Gibson olhou para o seu interlocutor <strong>com</strong> uma súbita suspeita e protestou <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

amargura: - Não está me levando a sério!<<strong>br</strong> />

Hadfield pôs-se <strong>de</strong> pé <strong>de</strong> um salto.<<strong>br</strong> />

- Pelo contrário. Estou a levá-lo muito mais a sério do que imagina. - Inclinou-se<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> repente so<strong>br</strong>e o inter<strong>com</strong>unicador e falou: - Preciso <strong>de</strong> uma Pulga da Areia e <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

um condutor, daqui a trinta minutos, na Comporta Um Oeste.<<strong>br</strong> />

Voltou-se para Gibson e acrescentou:<<strong>br</strong> />

- Esteja preparado para partir daqui a meia hora.<<strong>br</strong> />

O Serviço <strong>de</strong> Transportes apresentou o veículo exatamente no momento indicado e<<strong>br</strong> />

o Chefe foi pontual <strong>com</strong>o sempre. Deu ao condutor instruções que Gibson não pô<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

ouvir e a Pulga saiu da redoma para a estrada que ro<strong>de</strong>ava a cida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

- Estou fazendo uma coisa um pouco incômoda - disse Hadfield ao escritor,<<strong>br</strong> />

enquanto a verdura <strong>de</strong>saparecia perante os olhos <strong>de</strong>les. - Dê-me a sua palavra <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

que não dirá nada disso enquanto eu não o autorizar?<<strong>br</strong> />

- Certamente.<<strong>br</strong> />

A Pulga rumou para sul, seguindo o rastro que levava às colinas. E <strong>de</strong> repente<<strong>br</strong> />

Gibson <strong>com</strong>preen<strong>de</strong>u para on<strong>de</strong> iam.<<strong>br</strong> />

- Ficaste muito perturbada quando soubeste do <strong>de</strong>sastre? - perguntou Jimmy,<<strong>br</strong> />

ansioso.<<strong>br</strong> />

- Evi<strong>de</strong>ntemente - respon<strong>de</strong>u lrene. - Perdi a cabeça. Nem podia dormir, tão<<strong>br</strong> />

preocupada estava contigo.<<strong>br</strong> />

- Agora que tudo acabou, não achas que valeu a pena?<<strong>br</strong> />

- Acho que sim. Mas não consigo esquecer <strong>de</strong> que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um mês partirás <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

novo. Oh, Jimmy, que faremos então ?<<strong>br</strong> />

Os dois apaixonados ficaram esmagados pelo <strong>de</strong>sespero. A Ares largaria <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Deimos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> quatro semanas e talvez <strong>de</strong>morasse anos a voltar a <strong>Marte</strong>. Não<<strong>br</strong> />

havia palavras que pu<strong>de</strong>ssem dar uma i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> quanto era terrível essa perspectiva,<<strong>br</strong> />

- Não posso ficar em <strong>Marte</strong>, mesmo que me <strong>de</strong>ixassem - disse Jimmy. - Não<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>ria ganhar a vida enquanto não tivesse o curso e ainda me faltam dois anos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

aprendizado e uma viagem a Vênus! Há apenas uma solução.<<strong>br</strong> />

Os olhos <strong>de</strong> Irene entristeceram.<<strong>br</strong> />

- Já não é a primeira vez que tal acontece. O Pai nunca concordaria<<strong>br</strong> />

- Bem, não haverá mal nenhum em experimentar. Vou pedir a Martin que trate<<strong>br</strong> />

disso. Estou certo <strong>de</strong> que ele concordará. Não é direito que estejas presa a <strong>Marte</strong> e<<strong>br</strong> />

nunca tenhas visto a Terra. Paris, Nova Iorque, Londres... ninguém po<strong>de</strong> dizer que<<strong>br</strong> />

viveu, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que nunca a tenha visitado. Sabes o que penso?<<strong>br</strong> />

- O quê?<<strong>br</strong> />

- O teu pai é egoísta, ao conservar-te aqui.<<strong>br</strong> />

Irene não gostou da afirmação. Mas aceitou-a. E respon<strong>de</strong>u:<<strong>br</strong> />

- Estou certa <strong>de</strong> que se estivesses na Terra e tivesses <strong>de</strong> voltar a <strong>Marte</strong>, serias<<strong>br</strong> />

capaz <strong>de</strong> usar os mesmos argumentos!<<strong>br</strong> />

Foi a vez <strong>de</strong> Jimmy mostrar-se um pouco magoado, mas <strong>de</strong>pois notou que a moça<<strong>br</strong> />

não se estava rindo <strong>de</strong>le. - Muito bem - disse. - Está <strong>com</strong>binado. Falarei a Martin<<strong>br</strong> />

assim que o vir e pedir-lhe-ei para cuidar do teu pai. Portanto, até lá esqueçamos o<<strong>br</strong> />

assunto, sim?<<strong>br</strong> />

Quase o fizeram.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!