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Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

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«E quero <strong>de</strong>scer <strong>de</strong> novo em Mimas e ver o gran<strong>de</strong> crescente, subindo até meta<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

da altura do céu. Deve valer a pena fazer a viagem, apenas para ver Saturno<<strong>br</strong> />

«crescer» e «minguar», e ver as tempesta<strong>de</strong>s umas atrás das outras em torno do<<strong>br</strong> />

equador. Sim, <strong>de</strong>ve valer a pena, mesmo que <strong>de</strong>sta vez eu não volte.<<strong>br</strong> />

As últimas palavras não tinham sido ditadas por um falso heroismo. Tratava-se<<strong>br</strong> />

apenas <strong>de</strong> uma afirmação e todos quantos a ouviram <strong>com</strong>preen<strong>de</strong>ram-na<<strong>br</strong> />

perfeitamente<<strong>br</strong> />

Gibson pôs fim ao longo silêncio. Dirigiu-se à janela e espreitou para a noite.<<strong>br</strong> />

- Po<strong>de</strong>mos apagar as luzes? - perguntou ele. Quando o piloto satisfez o seu pedido<<strong>br</strong> />

as trevas tornaram-se <strong>com</strong>pletas, Os outros acercaram-se também da janela.<<strong>br</strong> />

- Olhem - disse o escritor – Vejam bem. Estiquem o pescoço se quiserem.<<strong>br</strong> />

A colina junto da qual tinham pousado já não era uma muralha <strong>de</strong> trevas<<strong>br</strong> />

absolutas. Nos seus píncaros via-se uma nova luz que se filtrava até o vale. Phobos<<strong>br</strong> />

surgira a oeste e estava subindo meteoricamente para o sul, correndo para trás,<<strong>br</strong> />

através do céu.<<strong>br</strong> />

Minuto a minuto a luz tornou-se mais forte e por fim o piloto <strong>com</strong>eçou a emitir<<strong>br</strong> />

sinais. Mal o <strong>com</strong>eçara a fazer, quando o débil luar <strong>de</strong>sapareceu e subitamente<<strong>br</strong> />

Gibson gritou estupefato. Phobos escon<strong>de</strong>ra-se na som<strong>br</strong>a <strong>de</strong> <strong>Marte</strong>, e ainda que<<strong>br</strong> />

estivesse erguendo-se, <strong>de</strong>ixaria <strong>de</strong> <strong>br</strong>ilhar durante quase uma hora. Não haveria<<strong>br</strong> />

possibilida<strong>de</strong> alguma <strong>de</strong> dizer se ele voltaria ou não a espreitar so<strong>br</strong>e a crista da<<strong>br</strong> />

gran<strong>de</strong> colina ou voltar a estar em posição para receber os seus sinais.<<strong>br</strong> />

Passaram-se quase duas horas antes que per<strong>de</strong>ssem a esperança. De repente a<<strong>br</strong> />

luz nasceu <strong>de</strong> novo nos píncaros, mas <strong>br</strong>lhava a leste. Phobos emergira do eclipse e<<strong>br</strong> />

estava <strong>de</strong>scendo para o horizonte, o qual alcançaria em pouco mais <strong>de</strong> uma hora. O<<strong>br</strong> />

piloto <strong>de</strong>sligou o emissor, <strong>de</strong>sanimado.<<strong>br</strong> />

- Não vale a pena - disse ele. - Temos <strong>de</strong> experimentar outra coisa.<<strong>br</strong> />

- Não po<strong>de</strong>mos levar o emissor para o alto do monte? - perguntou Gibson,<<strong>br</strong> />

entusiasmado,<<strong>br</strong> />

- Já tinha pensado nisso, mas quem conseguiria sem ferramenta a<strong>de</strong>quada? -<<strong>br</strong> />

perguntou o piloto. - A coisa toda, ela e as próprias antenas fazem parte integrante<<strong>br</strong> />

da fuselagem.<<strong>br</strong> />

- Não po<strong>de</strong>mos fazer mais nada – disse Hilton. - Sugiro que durmamos um pouco<<strong>br</strong> />

antes da alvorada. Boa noite a todos.<<strong>br</strong> />

Era um conselho excelente, mas não muito fácil <strong>de</strong> seguir. O espírito <strong>de</strong> Gibson<<strong>br</strong> />

estava longe dali, fazendo planos para o dia seguinte. Só quando Phobos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sapareceu a leste e a sua luz <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> surgir irônicamente so<strong>br</strong>e o monte é que<<strong>br</strong> />

ele <strong>com</strong>eçou a dormir.<<strong>br</strong> />

Mesmo então sonhou que estava tentando arranjar uma transmissão por correia<<strong>br</strong> />

dos motores ao trem <strong>de</strong> aterrissagem para percorrerem os mil quilômetros que os<<strong>br</strong> />

separavam <strong>de</strong> Port Schiaparelli...

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