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Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

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mais importantes da aeronave, mas <strong>com</strong>preendia que a área das asas era<<strong>br</strong> />

anormalmente gran<strong>de</strong>. O aparelho fôra construído para vôos rápidos e longos - e<<strong>br</strong> />

para pousar em qualquer superficie que fosse aproximadamente plana, segundo se<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>duzia do trem <strong>de</strong> aterrissagem, que parecia um trator.<<strong>br</strong> />

Subiu <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Jimmy e Hilton e a<strong>com</strong>odou-se o melhor que pô<strong>de</strong> no pequena<<strong>br</strong> />

espaço disponível. A maior parte da cabine era ocupada por gran<strong>de</strong>s caixas - carga<<strong>br</strong> />

urgente para Skia, por certo.<<strong>br</strong> />

Os motores aceleraram ràpidamente. O avião rumou para oriente e a gran<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

«ilha» do Aurorae Sinus afundou-se no horizonte do planeta. À parte alguns oásis, o<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>serto estava na frente <strong>de</strong>les, numa extensão <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> quilômetros.<<strong>br</strong> />

O piloto passou as <strong>com</strong>andos a automáticos e veio até o meio do aparelho para<<strong>br</strong> />

falar <strong>com</strong> os passageiros.<<strong>br</strong> />

- Estaremos em Charontis <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> quatro horas, mais ou menos – disse ele.<<strong>br</strong> />

Receio que entretanto não tenham muito que ver, apesar <strong>de</strong> encontrarmos alguns<<strong>br</strong> />

efeitos coloridos curiosos quando chegarmos no Euphrates. Depois será um <strong>de</strong>serto<<strong>br</strong> />

muito uniforme até chegarmos ao Sirtis Major.<<strong>br</strong> />

Gibson fez uns rápidos cáculos mentais.<<strong>br</strong> />

- Vejamos: Estamos voando para leste e partimos bastante tar<strong>de</strong>. Quando<<strong>br</strong> />

chegarmos lá já estará escuro.<<strong>br</strong> />

- Não se preocupe; captaremos o radiofarol <strong>de</strong> Charontis quando estivermos a<<strong>br</strong> />

duzentos quilômetros. <strong>Marte</strong> é tão pequeno que raras vezes po<strong>de</strong>mos fazer uma<<strong>br</strong> />

viagem a longa distância sempre <strong>de</strong> dia.<<strong>br</strong> />

- Há quanto tempo está em <strong>Marte</strong>? - perguntou Gibson, que até então estivera<<strong>br</strong> />

tirando fotografias através das janelas.<<strong>br</strong> />

- Cinco anos.<<strong>br</strong> />

- Sempre voando?<<strong>br</strong> />

- A maior parte do tempo.<<strong>br</strong> />

- Não gostaria antes <strong>de</strong> estar nas naves espaciais ?<<strong>br</strong> />

- Não. Não é coisa que me excite... ficar flutuando à volta do nada, meses e meses<<strong>br</strong> />

a fio.<<strong>br</strong> />

- O que é que o excita? - perguntou Gibson.<<strong>br</strong> />

- Ora, aqui ainda temos paisagens para ver, não estamos longe <strong>de</strong> casa muito<<strong>br</strong> />

tempo e temos sempre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> encontrarmos qualquer coisa nova. Fiz<<strong>br</strong> />

meia duzia <strong>de</strong> viagens aos polos, a maior parte no verão, mas tive ocasiões <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

atravessar o Mare Boreum no inverno passado. Cem graus abaixo <strong>de</strong> zero!<<strong>br</strong> />

- Já vi pior - disse Hilton. - Em Titã temos cento e vinte e cinco graus à noite. - Foi<<strong>br</strong> />

a primeira vez que Gibson o ouviu referir-se à expedição a Saturno.<<strong>br</strong> />

- A propósito, Fred – perguntou ele – é verda<strong>de</strong> o que dizem?<<strong>br</strong> />

- O que é que dizem?<<strong>br</strong> />

- Bem sabes. Que vais outra vez a Saturno.<<strong>br</strong> />

Hilton encolheu os om<strong>br</strong>os.<<strong>br</strong> />

- Ainda não foi <strong>de</strong>cidido; há muitas dificulda<strong>de</strong>s. Mas acho que iremos lá <strong>de</strong> novo.<<strong>br</strong> />

Seria uma pena per<strong>de</strong>r a oportunida<strong>de</strong>. Entenda: se largarmos no próximo ano<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>remos passar perto <strong>de</strong> Júpiter e vê-lo convenientemente pela primeira vez. Mac<<strong>br</strong> />

estudou uma órbita muito interessante. Passaremos entre a superfície <strong>de</strong> Júpiter e a<<strong>br</strong> />

órbita do mais próximo dos seus satélites e o seu campo gravitacional far-nos-á<<strong>br</strong> />

curvar a trajetória em direção a Saturno. Será necessária uma navegação muito<<strong>br</strong> />

precisa, mas nada tem <strong>de</strong> impossível.<<strong>br</strong> />

- Então on<strong>de</strong> está a dificulda<strong>de</strong>?<<strong>br</strong> />

- O dinheiro, <strong>com</strong>o <strong>de</strong> costume. <strong>Marte</strong> não nem po<strong>de</strong> pensar em pagar a

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