15.04.2013 Views

Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

locais que ele mal pô<strong>de</strong> <strong>com</strong>preendê-lo. No entanto, as dificulda<strong>de</strong>s da principal<<strong>br</strong> />

personagem – obviamente baseada no «Mayor» Whittaker - originavam<<strong>br</strong> />

tempesta<strong>de</strong>s<strong>de</strong> riso. E as gargalhadas aumentaram quando ele <strong>com</strong>eçou a ser<<strong>br</strong> />

perseguido por outra personagem fantásticia que fazia continuamente perguntas<<strong>br</strong> />

ridícuias, anotando sempre as respostas num pequeno livro, que perdia<<strong>br</strong> />

constantemente, e fotografando tudo quanto via.<<strong>br</strong> />

Passaram-se alguns minutos antes que Gibson <strong>com</strong>preen<strong>de</strong>sse o que estava<<strong>br</strong> />

acontecendo, Ficou ru<strong>br</strong>o por um momento. Depois fez a única coisa que lhe era<<strong>br</strong> />

possivel: riu ainda mais que os outros.<<strong>br</strong> />

Por fim, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> terem entoado algumas canções em coro - numa expressão <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

quanto aqueles homens e aqueIas mulheres estavam unidos numa mesma tarefa,<<strong>br</strong> />

em direção a um objetivo <strong>com</strong>um, na consciência <strong>de</strong> que o seu trabalho era vital<<strong>br</strong> />

para a <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>, sairam do teatro, aos dois e aos três, rindo, falando e cantando,<<strong>br</strong> />

e dissolveram-se na noite. Gibson e os seus amigos dirigiram-se para o hotel, <strong>de</strong>pois<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> se <strong>de</strong>spedirem do Chefe e do «Mayor» Whittaker. Os dois homens que dirigiam<<strong>br</strong> />

<strong>Marte</strong> viram-nos <strong>de</strong>saparecer nas ruas estreitas. Depois Hadfield virou-se para a filha<<strong>br</strong> />

e disse:<<strong>br</strong> />

- Vai para casa, querida. Mr Whittaker e eu vamos passear um pouco. Daqui a<<strong>br</strong> />

meia hora estarei lá.<<strong>br</strong> />

Esperaram até que a pequena praça ficasse <strong>de</strong>serta. O «Mayor» Whittaker, que<<strong>br</strong> />

sabia o que o esperava, parecia muito inquieto.<<strong>br</strong> />

- Lem<strong>br</strong>a-me <strong>de</strong> dar os parabéns a George amanhã - disse Hadfield.<<strong>br</strong> />

- Sim. Gostei da alusão so<strong>br</strong>e a nossa dor <strong>de</strong> cabeça: Gibson. Queres proce<strong>de</strong>r à<<strong>br</strong> />

autópsia da última habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>le?<<strong>br</strong> />

O Chefe mostrou-se um pouco hesitante.<<strong>br</strong> />

-Agora é tar<strong>de</strong> e não há prova <strong>de</strong> ter havido um prejuizo verda<strong>de</strong>iro. Pergunto<<strong>br</strong> />

apenas qual será a maneira <strong>de</strong> evitar aci<strong>de</strong>ntes futuros.<<strong>br</strong> />

- Não se po<strong>de</strong> dizer que o motorista tenha sido o culpado. Não conhecia o Projeto<<strong>br</strong> />

e foi por sorte que <strong>de</strong>parou <strong>com</strong> ele.<<strong>br</strong> />

- Achas que Gibson suspeita <strong>de</strong> qualquer coisa?<<strong>br</strong> />

- Não sei. Mas ele é muito esperto.<<strong>br</strong> />

- Que belo momento para mandarem um jornalista para cá! Só Deus sabe o que<<strong>br</strong> />

eu invento para mantê-lo afastado <strong>de</strong> tudo.<<strong>br</strong> />

- Se ficar aqui muito mais tempo acabará <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>indo qualquer coisa. Creio que só<<strong>br</strong> />

há uma solução.<<strong>br</strong> />

- Qual?<<strong>br</strong> />

- Contar-lhe o que se passa. Não tudo, mas o suficiente.<<strong>br</strong> />

Caminharam alguns metros em silêncio. Depois Hadfield falou:<<strong>br</strong> />

- Isto é muito drástico. Estás partindo do princípio <strong>de</strong> que ele é inteiramente digno<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> confiança.<<strong>br</strong> />

- Tenho-o a<strong>com</strong>panhado muito estas semanas. Fundamentalmente está do nosso<<strong>br</strong> />

lado. Entenda, estamos fazendo aquilo que tem sido o motivo do seus escritos,<<strong>br</strong> />

durante toda a vida. Seria fatal se o <strong>de</strong>ixássemos voltar à Terra, suspeitando<<strong>br</strong> />

qualquer coisa, mas sem saber <strong>de</strong> nada.<<strong>br</strong> />

Seguiu-e outro longo silêncio. Chegaram à periferia da redoma e olharam para a<<strong>br</strong> />

paisagem marciana, mal iluminada pela cida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

- Tenho <strong>de</strong> pensar no assusnto – disse Hadfield voltando para trás. - De resto,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito da rapi<strong>de</strong>z <strong>com</strong> que as coisas avançarem.<<strong>br</strong> />

- Quaisquer indícios?

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!