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Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

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- Atenção, <strong>Marte</strong>. Fala Hadfield. Estou no espaço, a caminho <strong>de</strong> vós. Estarei aí<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma hora.<<strong>br</strong> />

«Espero que gostem do nosso novo Sol. Segundo os nossos cálculos, <strong>de</strong>ve<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>morar cerca <strong>de</strong> mil anos para extinguir-se. A ignição foi feita quando Phobos<<strong>br</strong> />

estava bem abaixo do horizonte porque a radiação inicial po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong>masiado<<strong>br</strong> />

intensa. Devo esclarecer que não há qualquer possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>com</strong>bustão<<strong>br</strong> />

instantânea – ou seja: <strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong>ira explosão.<<strong>br</strong> />

«A nossa nova estrela nos dará apenas a décima parte do calor do Sol, mas isso<<strong>br</strong> />

bastará para elevar a temperatura <strong>de</strong> <strong>Marte</strong> a valores semelhantes aos da Terra. No<<strong>br</strong> />

entanto, essa não é a razão principal pela qual incendiamos Phobos.<<strong>br</strong> />

«<strong>Marte</strong> necessitava ainda mais <strong>de</strong> oxigênio que <strong>de</strong> calor - e possui todo o oxigênio<<strong>br</strong> />

que necessitamos para obter uma atmosfera quase tão boa <strong>com</strong>o a da Terra. Mas ele<<strong>br</strong> />

está <strong>de</strong>baixo dos nossos pés, encerrado na areia. Há dois anos <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>imos uma<<strong>br</strong> />

planta que po<strong>de</strong> extrair o oxigênio da areia. É uma planta tropical: só se <strong>de</strong>senvolve<<strong>br</strong> />

em torno do equador. Se tivéssemos luz solar suficiente po<strong>de</strong>ríamos espalhá-la pela<<strong>br</strong> />

superfície <strong>de</strong> <strong>Marte</strong> e <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cinquenta anos teríamos uma atmosfera respirável<<strong>br</strong> />

para o Homem. É esse o nosso objetivo. E quando o atingirmos não teremos<<strong>br</strong> />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redomas e máscaras. É um sonho que muitos entre vós verão<<strong>br</strong> />

realizado e significará que <strong>de</strong>mos um novo mundo à Humanida<strong>de</strong>,<<strong>br</strong> />

«Mesmo num futuro imediado os benefícios serão evi<strong>de</strong>ntes. Teremos muito mais<<strong>br</strong> />

calor, principalmente quando o Sol e Phobos se encontrarem no céu, e os invernos<<strong>br</strong> />

serão muito menos rigorosos. As correntes <strong>de</strong> convecção aquecerão as regiões<<strong>br</strong> />

polares e evitarão que a preciosa umida<strong>de</strong> fique acumulada ali durante meta<strong>de</strong> do<<strong>br</strong> />

ano.<<strong>br</strong> />

«Haverão também algumas <strong>de</strong>svantagens - as estações e as noites vão tornar-se<<strong>br</strong> />

em coisas <strong>com</strong>plicadas! -, mas os benefícios serão muito maiores. Estamos fazendo<<strong>br</strong> />

história, porque é a primeira vez que o Homem tentou mudar a face <strong>de</strong> um planeta.<<strong>br</strong> />

Se o conseguirmos, outros, o tentarão, noutra parte. No futuro teremos civilizações<<strong>br</strong> />

em mundos dos quais nunca ouvimos falar e que <strong>de</strong>verão a sua existência àquilo que<<strong>br</strong> />

fizemos esta noite.<<strong>br</strong> />

«É tudo que tenho para vos dizer agora. <strong>Marte</strong> per<strong>de</strong>u uma Lua, mas ganhou um<<strong>br</strong> />

Sol - quem terá dúvidas so<strong>br</strong>e o que tem maior valor ?<<strong>br</strong> />

«E agora, boa noite a todos!»<<strong>br</strong> />

No entanto, ninguém em Port Lovell voltou a dormir.<<strong>br</strong> />

Era difícil esquecerem-se daquele pequeno disco dourado que subira pelo céu sem<<strong>br</strong> />

hesitar, <strong>com</strong> o seu calor aumentando <strong>de</strong> momento a momento. O que seria quando<<strong>br</strong> />

os dois sóis se juntassem?...<<strong>br</strong> />

O foguete do Chefe pousou meia hora <strong>de</strong>pois, mas Hadfield e os cientistas do<<strong>br</strong> />

«Projecto Alvorada» evitaram a multidão entrando a pé na Redoma Sete e enviando<<strong>br</strong> />

o transporte para a <strong>com</strong>porta principal. Na cida<strong>de</strong>, todo mundo festejava o<<strong>br</strong> />

acontecimento. Gibson e Jimmy encontraram os tripulantes da Ares entre a multidão<<strong>br</strong> />

e insistiram firmemente <strong>com</strong> George para que a<strong>br</strong>isse a taberna.<<strong>br</strong> />

Hilton, <strong>com</strong>o Chefe <strong>de</strong> Máquinas, <strong>de</strong>via saber mais so<strong>br</strong>e energia nuclear que<<strong>br</strong> />

qualquer outra pessoa no grupo, mas quando lhe perguntaram a natureza da reação<<strong>br</strong> />

que criara o novo sol limitou-se a respon<strong>de</strong>r:<<strong>br</strong> />

- Aquilo que esta gente fez em Phobos está anos à frente <strong>de</strong> tudo quanto sei. Na<<strong>br</strong> />

verda<strong>de</strong>, acredito até que na Terra não haja alguém que saiba <strong>com</strong>o fazer tal coisa.<<strong>br</strong> />

Deve ser algo que <strong>Marte</strong> apren<strong>de</strong>u por si próprio.<<strong>br</strong> />

- Queres dizer que <strong>Marte</strong> está à frente da Terra em física nuclear ou em qualquer

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