Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br

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cidade que dormia. Phobos tivera o seu ocaso uma hora antes e as únicas luzes que<br />se viam eram as das estrelas e de Deimos. Olhou para o relógio – dez minutos de<br />espera, se não tivesse havido alguma dificuldade.<br />- Anda, Squik - disse ele, - Vamos correr um pouco para aquecer. - Como aquelas<br />plantas tinham crescido nas últimas semanas! Eram agora mais altas que um homem<br />e, apesar de parte do seu aumento dever ser de origem natural, Gibson estava certo<br />de que muito dele se devia a Phobos. O «Projeto Alvorada» já estava imprimindo a<br />sua marca no planeta. A calota polar do norte, que devia estar aproximando-se do<br />seu máximo invernal, parara no seu avanço sobre o hemisfério oposto – e os restos<br />da calota do sul tinha desaparecido por completo.<br />Pararam a cerca de um quilômetro da cidade. Suficientemente longe para que as<br />suas luzes não impedissem a observação. Gibson olhou de novo para o relógio.<br />Faltava menos de um minuto. Olhou o ponto luminoso que era Deimos e aguardou.<br />De repente, o satélite pareceu tornar-se muito mais brilhante. Um momento depois<br />pareceu ter-se partido em dois pedaços. Uma estrela pequena, incrivelmente<br />luminosa, separou-se dele e começou a afastar-se lentamente para leste.<br />Lá em Cima, na Ares, deveriam estar junto às grandes janelas, olhando aquele<br />imenso crescente como o tinham olhado ao chegarem, tanto tempo antes.<br />O que Hadfield estaria pensando? Perguntaria a si próprio se voltaria a Marte?<br />Gibson já não tinha dúvidas a esse respeito. Por muito que ele tivesse de lutar, o que<br />fizera não poderia ser esquecido. Voltaria da Terra em triunfo, e não em desgraça.<br />O contorno do Sol surgiu no horizonte, as altas plantas verdes estremeceram no<br />seu sono. Gibson olhou mais uma vez para as duas estrelas que desciam para oeste<br />e ergueu a mão num adeus silencioso.<br />- Anda, Squik - disse ele. - É tempo de voltarmos. Tenho muito o fazer - Deu uma<br />pequena torcidela!a nas orelhas do pequeno Marciano. - E creio que contigo também<br />acontece o mesmo - acrescentou ele. - Ainda não sabes, mas temos um grande<br />trabalho pela frente.<br />Pela primeira vez, Gibson sabia o que ficava no fim da estrada onde pusera os pés.<br />Um dia talvez fosse seu dever e privilégio tomar conta da tarefa que Hadfield iniciara.<br />Talvez fosse uma ilusão... ou a primeira consciência dos seus recursos adormecidos.<br />Com um passo mais rápido, Martin Gibson, escritor, que fora da Terra, voltou para<br />a cidade. A sua sombra confundiu-se com a de Squik, enquanto o pequeno Marciano<br />pulava a seu lado, e lá no alto, os últimos tons da noite se extinguiam no céu, e por<br />toda parte, à sua volta, as plantas altas sem flores se abriam para enfrentar o sol.
Primeiro livro da “Série Space Trilogy “(Areias de Marte, Ilha no Céu, O Fim da Infância), e também<br />um dos primeiros livros escritos por Arthur C. Clarke.<br />“Martin Gibson fôra aclamado por suas histórias de ficção científica, mas a ficção tinha<br />se tornado rapidamente um fato. O homem tinha conquistado o espaço e uma pequena<br />colônia havia se estabelecido em Marte.<br />Agora Gibson tinha realizado seu sonho de visitar a rochosa comunidade - somente para<br />descobrir os colonizadores trabalhando no misterioso Projeto Alvorecer. Mas o que eles<br />estavam escondendo?<br />Uma lua inteira de Marte é declarada "fora dos limites". Um desconhecido projeto de<br />pesquisa caminha para sua conclusão. E então há as bizarras faixas nas remostas areias de<br />Marte. Quem - ou o quê - as fez?<br />Para o escritor Martin Gibson, o clímax da sua aventura Marciana é comparável a qualquer<br />de suas fantásticas histórias de ficção quando se encontra numa batalha pela colônia, pela<br />exploração do espaço - por sua vida”
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O Diretor-Geral manteve-se silencio
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