Arthur C. Clarke - Areias de Marte.pdf - Mkmouse.com.br
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tempesta<strong>de</strong> surgiu repentinamente do Ha<strong>de</strong>s - um nome apropriado, não é? - e<<strong>br</strong> />
provàveimente já se dissipou. Não creio que tenha chegado a Oharontis, <strong>de</strong> modo<<strong>br</strong> />
que eles também não po<strong>de</strong>riam ter nos avisado. Trata-se <strong>de</strong> um daqueles aci<strong>de</strong>ntes<<strong>br</strong> />
em que ninguém tem culpa.<<strong>br</strong> />
Pareceu que isso bastava para que ele se sentisse satisfeito, mas Gibson não se<<strong>br</strong> />
sentia disposto a ser filósofo.<<strong>br</strong> />
- Entretanto estamos perdldos no meio do <strong>de</strong>serto retorquiu o escritor. - Que<<strong>br</strong> />
tempo <strong>de</strong>morarâo a encontrar-nos ? Há alguma esperança <strong>de</strong> repararmos o<<strong>br</strong> />
aparelho?<<strong>br</strong> />
- Não. Os motores estão arruinados. Foram feitos para trabaiharem no ar e não na<<strong>br</strong> />
areia!<<strong>br</strong> />
- Bem, po<strong>de</strong>mos emitir um pedido <strong>de</strong> socorro.<<strong>br</strong> />
- Agora estamos na superfície. Quando Phobos nascer – daqui a... a cerca <strong>de</strong> uma<<strong>br</strong> />
hora - po<strong>de</strong>remos chamar a atenção do observatório e ele retransmitirá a nossa<<strong>br</strong> />
mensagem. É a maneira <strong>com</strong>o resolvemos o problema das <strong>com</strong>unicações a longa<<strong>br</strong> />
distância. A ionosfera é muito fraca para po<strong>de</strong>r refletir os sinais em torno do planeta,<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>o acontece na Terra. De qualquer modo, vou ver se o rádio funciona.<<strong>br</strong> />
Jimmy sorriu.<<strong>br</strong> />
- Pelo menos isto nos dá a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contar qualquer coisa aos outros<<strong>br</strong> />
quando voltarmos. Talvez até possamos fazer uma exploraçãozinha autêntica. -<<strong>br</strong> />
espreitou através das janelas, colocando as mãos em volta dos olhos para isolá-los<<strong>br</strong> />
da luz da cabine. A paisagem circundante estava imersa em trevas <strong>com</strong>pletas exceto<<strong>br</strong> />
a zona ilunimada pelo próprio aparelho.<<strong>br</strong> />
- Parece que há colinas por toda a parte. Temos sorte em não estar em pedaços.<<strong>br</strong> />
Meu Deus... há um monte mesmo ao nosso lado! Mais uns metros e teríamos batido<<strong>br</strong> />
nele!<<strong>br</strong> />
- Tem qualquer i<strong>de</strong>ia do lugar on<strong>de</strong> estamos ? - perguntou Gibson ao piloto. A<<strong>br</strong> />
pergunta <strong>de</strong>via ter sido muito estúpida, pois que teve por resposta um olhar tão frio<<strong>br</strong> />
cromo se fosse <strong>de</strong> pedra.<<strong>br</strong> />
- Cerca <strong>de</strong> 120 leste, 20 norte. A tempesta<strong>de</strong> não <strong>de</strong>ve ter nos afastado muito do<<strong>br</strong> />
rumo.<<strong>br</strong> />
- Então <strong>de</strong>vemos estar em qualquer parte da Aetheria - disse o escrttor, inclinandose<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e os mapas. Sim, há uma região aci<strong>de</strong>ntada, por aqui. Não se sabe muito<<strong>br</strong> />
so<strong>br</strong>e ela.<<strong>br</strong> />
- É a pirmeira vez que alguem pousou aqui. Esta parte <strong>de</strong> <strong>Marte</strong> quase não foi<<strong>br</strong> />
ainda explorada: foi muito bem fotografada do ar, mas ficaram por aí.<<strong>br</strong> />
- Lamento entristecê-los – disse Hilton num tom que mostrava ser essa, afinal, a<<strong>br</strong> />
intenção <strong>de</strong>le. - Não tenho certeza <strong>de</strong> que possamos nos <strong>com</strong>unicar <strong>com</strong> Phobos.<<strong>br</strong> />
- O quê?! - griitou o piloto. - O emissor funciona perfeitamente!<<strong>br</strong> />
- Sim. Mas notou on<strong>de</strong> estamos ? Nem sequer po<strong>de</strong>mos ver Phobos. Esse monte<<strong>br</strong> />
ao sul nos corta <strong>com</strong>pletamente a vista. Isto significa que o satélite não po<strong>de</strong>rá<<strong>br</strong> />
captar os nosso sinais. E o que é pior: não nos po<strong>de</strong>rão localizar <strong>com</strong> os seus<<strong>br</strong> />
telescópios.<<strong>br</strong> />
Houve um silêlnclo <strong>de</strong> choque.<<strong>br</strong> />
- Então que faremos? - perguntou Gibson. Teve uma visão horrivel <strong>de</strong> uma viagem<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> mil quilômetros através do <strong>de</strong>serto, mas afastou-a imediatamente do seu espírito.<<strong>br</strong> />
Não seria possível transportar o oxigênio necessário para tal viagem, e ainda menos<<strong>br</strong> />
os alimentos e o equipamento. E ninguém podia passar a noite sem protecção na<<strong>br</strong> />
superficie <strong>de</strong> <strong>Marte</strong>.<<strong>br</strong> />
- Teremos <strong>de</strong> fazer outra espécie <strong>de</strong> sinal! - disse Hilton calmamente... Amanhã <strong>de</strong>