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A Ideologia da Decadência – Leitura antropo - Nova Cartografia ...

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agrícola consistia na mobilização dos produtores intelectuais regionais<br />

com vistas, inclusive, à fun<strong>da</strong>ção de escolas de formação de técnicos<br />

agrícolas.<br />

Enquanto iniciativa renovadora a colonização, de outra parte,<br />

coaduna-se com o período classificado como de recuperação <strong>da</strong> agricultura<br />

e reforça aquilo que os documentos oficiais <strong>da</strong> província<br />

enunciam como revolução industrial (Franco de Sá, 1847: 57). Semelhante<br />

transformação compreende a reativação <strong>da</strong> lavoura canavieira,<br />

em 1846, e é coloca<strong>da</strong> como uma alternativa à cultura do algodão. A par<br />

<strong>da</strong> diversificação <strong>da</strong> produção nota-se as novi<strong>da</strong>des técnicas no seu<br />

beneficiamento.<br />

O mencionado despreço do algodão que por tanto tempo, e o<br />

desengano de podermos competir com os Estados Unidos além<br />

do Egito, e outros lugares cultores do mesmo gênero, despertou<br />

“Foram, entretanto, os positivistas os que pela primeira vez colocaram com to<strong>da</strong><br />

clareza o problema de formulação de uma teoria <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de brasileira, como fun<strong>da</strong>mento<br />

<strong>da</strong> ação política e social. O primeiro estudo positivista sobre problemas sociais<br />

já manifesta o interesse dos adeptos de Conte pelos problemas nacionais. Tratava-se de<br />

‘A Escravidão no Brasil,’ de autoria de Francisco A.Brandão, editado em Bruxelas em<br />

1865.” (Ramos, 1955:04) (g.n.)<br />

Brandão Jr. é também mencionado em História do Positivismo no Brasil, de Ivan<br />

Lins, como recusando “a abolição incondicional, sem indenização” e “propondo fossem<br />

os senhores, por lei, obrigados a atribuir ao escravo um salário proporcional ao seu<br />

trabalho, salário com que compraria a sua liber<strong>da</strong>de, insistia Brandão na necessi<strong>da</strong>de<br />

de serem fixados como colonos nas mesmas fazen<strong>da</strong>s em que se encontravam aqueles<br />

homens que até então nelas labutavam como cativos.” (Lins, 1967:102).<br />

Brandão Jr. já era reconhecido, entretanto, ao tempo <strong>da</strong> publicação de seu trabalho,<br />

que tem um excerto incluso em anexo, no livro de Perdigão Malheiro intitulado A Escravidão<br />

no Brasil <strong>–</strong> ensaio histórico, jurídico, social, publicado no Rio de Janeiro, em 1866.<br />

57. No pronunciamento de Francisco de Sá, em 3 de maio de 1847, lê-se o seguinte propósito<br />

<strong>da</strong> incorporação dos produtores intelectuais <strong>da</strong> Província na ativi<strong>da</strong>de pe<strong>da</strong>gógica<br />

prevista pelas políticas que prometiam a prosperi<strong>da</strong>de:<br />

“Felicitando a Socie<strong>da</strong>de Philomatica Maranhense pela sua existência convidei-a a<br />

organizar um tratado sobre todo o processo <strong>da</strong> plantação de cana, fabrico do açúcar e destilação<br />

dos resíduos incristalizáveis e de extrair deste trabalho um compendio resumido, e<br />

claro para ser gratuitamente distribuído a to<strong>da</strong>s as classes de agricultores indicando-lhes a<br />

conveniência de entreter com os chefes dos principais estabelecimentos correspondência<br />

mais ou menos regular sobre os métodos adotados, e os resultados conseguidos, em<br />

ordem a tornar-se a Socie<strong>da</strong>de um centro de luz, aviso e direção a esta esperançosa cultura.<br />

O convite do Governo foi patrioticamente atendido e o serviço recomen<strong>da</strong>do está<br />

quase completo.” (Franco de Sá, 1847: 58) (g.n.)<br />

100 · alfredo wagner b. de almei<strong>da</strong>

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