19.04.2013 Views

A Ideologia da Decadência – Leitura antropo - Nova Cartografia ...

A Ideologia da Decadência – Leitura antropo - Nova Cartografia ...

A Ideologia da Decadência – Leitura antropo - Nova Cartografia ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

mente, imprimi-la na Inglaterra, em 1830-1831, na publicação intitula<strong>da</strong><br />

Appendice ao Padre Amaro, objetivando sensibilizar interesses ingleses.<br />

Não o conseguiu, entretanto e seus esforços restringiram-se a algumas<br />

incursões dispersas à região focaliza<strong>da</strong> 25 sem maiores efeitos.<br />

Pode-se asseverar, não obstante, que o afã de despretigiar-se os<br />

produtores diretos, quais sejam indígenas, escravos e pequenos produtores<br />

agrícolas, mediante a fertili<strong>da</strong>de do solo e a abun<strong>da</strong>ncia dos<br />

recursos naturais, coaduna-se com a relevância que o quadro natural,<br />

o meio fisiográfico, adquire nas interpretações eruditas. Tal quadro aparece<br />

aqui associado a um eurocentrismo extremado, considerado em<br />

sinonímia com “civilização”, caracterizando os planos oficiais e as propostas<br />

de ação colonizadora. A considera<strong>da</strong> prodigali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> natureza<br />

é que compensa as depreciações de que são objeto os produtores diretos.<br />

A potenciali<strong>da</strong>de dos recursos naturais é que é apresenta<strong>da</strong> como<br />

resgatando a capaci<strong>da</strong>de produtiva <strong>da</strong> população livre do sertão e dos<br />

indígenas, tão desdenhosamente tratados nas interpretações <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><br />

econômica <strong>da</strong> Província.<br />

considerações finais<br />

Ajustando o quanto foi dito pode-se inferir que os historiadores regionais,<br />

classificados como patronos e clássicos acabam por introjetar nas<br />

representações acerca do Maranhão um dilema básico que contrapõe<br />

a menciona<strong>da</strong> decadência à prosperi<strong>da</strong>de. Configura-se nos desdobramentos<br />

desta oposição uma imagem de progresso que remete<br />

invariavelmente para o passado numa busca de relevar e explicar o<br />

declínio geral sempre observado no tempo presente.<br />

O procedimento resume-se em pensar uma existência anterior<br />

e vive-la, de uma forma idealiza<strong>da</strong>, num momento presente que a des-<br />

Grajaú e Pin<strong>da</strong>ré <strong>da</strong> Província do Maranhão, nas partes dos mesmos rios, que ain<strong>da</strong> se<br />

acham incultas, e infesta<strong>da</strong>s pelos gentios. Offerecido à muito alta consideração do<br />

Senhor D. Pedro i, Imperador e Defensor Perpetúo do Brasil.Por Joaquim José de<br />

Sequeira, ci<strong>da</strong><strong>da</strong>m e morador <strong>da</strong> mesma Província.” Rio de Janeiro. Imperial Typographia<br />

de Plancher, Impressor-Livreiro de s.m.i. 1826<br />

25. Consulte-se Appendice ao Padre Amaro.Tomo vi. 17.ª parte. Londres. Anno de 1830-<br />

1831 pp. 13 a 20. Consulte-se também Archivo do Amazonas. Revista destina<strong>da</strong> à vulgarização<br />

de documentos geographicos e históricos do Estado do Amazonas. Anno i. Vol i,<br />

n.º 4. Manaos, Amazonas. Secção de Obras <strong>da</strong> Imprensa Oficial. Abril de 1907 pp. 135-148.<br />

A ideologia <strong>da</strong> decadência · 57

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!