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A Ideologia da Decadência – Leitura antropo - Nova Cartografia ...

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geral do commercio em 1756, <strong>da</strong>ta o princípio de sua prosperi<strong>da</strong>de,<br />

na criação <strong>da</strong> sua riqueza territorial. (Gaioso, 1818:<br />

xxx) (g.n.)<br />

a periodização ortodoxa<br />

Corroborando inteiramente o corte temporal efetuado por Gaioso, Garcia<br />

de Abranches deixa entrever o seguinte:<br />

Consistiu essa tão grande providencia no projeto de criação <strong>da</strong><br />

Companhia Geral do Gram-Pará e do Maranhão, decreta<strong>da</strong><br />

por El-Rey D.José Primeiro em 1756, cujo estabelecimento foi a<br />

aurora <strong>da</strong> prodigiosa opulencia e engrandecimento desta Provincia.<br />

(G. de Abranches, 1822: 6) (g.n.)<br />

A mercantilização <strong>da</strong> economia feita por fora, com a colocação <strong>da</strong> produção<br />

algodoeira no mercado externo, nota<strong>da</strong>mente a partir <strong>da</strong>s<br />

exportações de 1760, é que funciona como elemento explicativo dos<br />

“princípios <strong>da</strong> prosperi<strong>da</strong>de” (Gaioso, 1818) e <strong>da</strong> “aurora <strong>da</strong> prodigiosa<br />

opulencia” (G. de Abranches, 1822). O desenvolvimento <strong>da</strong> lavoura tem<br />

o seu móvel determinado pela esfera de circulação dos produtos. Atribui-se<br />

à Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão o<br />

financiamento para aquisição de escravos, de instrumentos agrícolas e<br />

<strong>da</strong>s primeiras safras. Gaioso e Abranches apresentam copiosos <strong>da</strong>dos e<br />

mapas estatísticos contendo a relação dos gêneros (algodão, arroz,<br />

gengibre, cacau) que se exportavam desde 1760 até, com ligeiras interrupções,<br />

1812 (Gaioso) e 1820 (G. de Abranches).<br />

Para os intérpretes esta é a origem considera<strong>da</strong> legítima não apenas<br />

<strong>da</strong> lavoura, mas também do comércio <strong>da</strong> região. Os vínculos com o<br />

mercado são mostrados como quebrando um suposto isolamento, que<br />

caracterizava a chama<strong>da</strong> pré-história <strong>da</strong> agricultura regional, e instaurando<br />

as bases <strong>da</strong> denomina<strong>da</strong> prosperi<strong>da</strong>de.<br />

Descrevendo a situação do Maranhão, quando <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s de D.<br />

José i, Gaioso permite que se perceba as características principais do<br />

período imediatamente anterior àquele do início <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> prosperi<strong>da</strong>de.<br />

Insiste numa narração que se pauta por alinhar o que não existia,<br />

levando a uma situação limite:<br />

42 · alfredo wagner b. de almei<strong>da</strong>

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