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A Ideologia da Decadência – Leitura antropo - Nova Cartografia ...

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uni<strong>da</strong>de autônoma, que requer um conjunto de medi<strong>da</strong>s e planos particulares<br />

para a sua consecução, como: o estabelecimento de associações<br />

particulares para implementá-la, a concessão de favores pelos “Poderes<br />

Geraes do Estado” e o emprego de “grandes capitais” para levar a efeito<br />

o recrutamento e a implantação dos “colonos”.<br />

A Colonização não se confunde, pois, com a chama<strong>da</strong> “Colonização<br />

Militar” estimula<strong>da</strong> em outros momentos pelo Estado, visando<br />

assegurar o domínio de territórios de possível contestação <strong>da</strong> soberania<br />

ou mesmo ocupação efetiva de territórios alheios. 50 Não se confunde<br />

também com a denomina<strong>da</strong> “Colonização Indígena Provincial”, que buscava<br />

pelo confinamento <strong>da</strong> população nativa em determina<strong>da</strong>s áreas e<br />

sua “pacificação” ou o seu ingresso no chamado “grêmio <strong>da</strong> civilização”<br />

(Leitão <strong>da</strong> Cunha, 1869: 9), isto é, eliminar focos de resistência à ocupação<br />

econômica de novas regiões ain<strong>da</strong> não cultiva<strong>da</strong>s e ocupa<strong>da</strong>s por<br />

grupos indígenas e instituir reservatórios de mão-de-obra que, eventualmente,<br />

poderiam ser mobilizados. 51<br />

50. Há varias passagens nos Relatórios referentes à Colônia Militar do Gurupi. Há inclusive,<br />

dentre eles, aqueles que apresentam um tópico particular com tal denominação.<br />

Para um detalhamento deste ponto consulte-se Relatório com que o Presidente<br />

Desembargador Ambrozio Leitão <strong>da</strong> Cunha passou a administração d'esta Província<br />

ao Vice-Presidente Dr. José Maya, no dia 4 de abril de 1869. Maranhão, 1869,p.9.<br />

51. Nos documentos compulsados as notícias primeiras relativas à formação de Colônias<br />

Indígenas dizem respeito às instruções do Coronel Luiz Alves de Lima no decurso<br />

<strong>da</strong> Balaia<strong>da</strong>. Assim como manobrava no sentido de impedir a junção dos “rebeldes”<br />

com os escravos, este militar, na mesma direção, procurava firmar pactos com os grupos<br />

indígenas de forma a fazer com que aderissem às tropas imperiais. Em seu Relatório de<br />

13 de maio de 1841 evidencia-se a associação entre o surgimento <strong>da</strong> Colônia Pin<strong>da</strong>ré e<br />

a promessa de arcos para combater os adversários:<br />

“Expedi o major de engenheiros Fernando Luiz Ferreira com um missionário, instruções<br />

e todo o necessário para estabelecer uma colônia de índios no Pin<strong>da</strong>ré, para o que<br />

me havia convencionado com o chefe guajajara Maracapé, que a esta capital mandei chamar,<br />

e me prometeu a coadjuvação de quatrocentos arcos que o obedeciam.” (Lima, Ibid.)<br />

Passados três anos Moura Magalhães, em seu Relatório de 20 de junho de 1844, afirma<br />

que <strong>da</strong>s três Missões decreta<strong>da</strong>s pela Lei n.º 85 somente uma se achava cria<strong>da</strong> a de<br />

Pin<strong>da</strong>ré. Registra que <strong>da</strong>s cabeceiras do rio do mesmo nome haviam chegado indígenas<br />

com frascos de copaíba que noticiavam a vin<strong>da</strong> de outros trazendo cravo, pedra de<br />

amolar e canela o que do ponto de vista do administrador provincial permite supor<br />

uma intensificação de circulação de mercadorias na Colônia tornando-a um importante<br />

empório.<br />

Em 11 de abril de 1854 foi instituído um Regulamento que previa as “diretorias<br />

parciais de índios.” Havia então três colônias: São Pedro do Pin<strong>da</strong>ré, Januária,<br />

Leopoldina. Segundo <strong>da</strong>dos arrolados na Falla com que o Desembargador José Pereira<br />

<strong>da</strong> Graça dirigiu à Assembléia Legislativa em 29 de abril de 1972 havia na província<br />

96 · alfredo wagner b. de almei<strong>da</strong>

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