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A Ideologia da Decadência – Leitura antropo - Nova Cartografia ...

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conseqüências do deplorável estado a que ficou reduzi<strong>da</strong> esta província”<br />

(1856: 77) (g.n.).<br />

O segundo acontecimento, alusivo aos movimentos sociais, é<br />

visto como acarretando a desorganização <strong>da</strong> produção. Não se estabelece<br />

qualquer correlação entre o evento anterior, que<strong>da</strong> do preço de<br />

algodão, e a irrupção de movimentos políticos que contestavam o poder<br />

provincial. Esta desorganização ocorre através de uma subtração, pela<br />

proliferação <strong>da</strong>s ações dos quilombolas, <strong>da</strong>s forças produtivas <strong>da</strong>s grandes<br />

proprie<strong>da</strong>des rurais. Ocorre também pela incorporação <strong>da</strong><br />

“população livre” denomina<strong>da</strong> ociosa às “forças rebeldes dos balaios” e<br />

pelas constantes “correrias” dos chamados “selvagens” que ameaçavam,<br />

segundo os administradores, a expansão <strong>da</strong>s fazen<strong>da</strong>s.<br />

Os escravos fugitivos, no caso <strong>da</strong> Balaia<strong>da</strong>, chegaram a constituir<br />

parte substancial <strong>da</strong>s forças de combate que enfrentaram os batalhões<br />

do exército imperial. O então coronel Luiz Alves de Lima, futuro Duque<br />

de Caxias, em 13 de maio de 1841, ao passar o comando <strong>da</strong>s armas <strong>da</strong><br />

intitula<strong>da</strong> Divisão Pacificadora do Norte e ao entregar a presidência <strong>da</strong><br />

província ao Dr. João Antonio de Miran<strong>da</strong> manifesta sua preocupação<br />

com o problema:<br />

Se calcularmos em mil os seus mortos pela guerra, fome e peste,<br />

sendo o número dos capturados e apresentados durante o meu<br />

governo passante de quatro mil, e para mais de três mil os que<br />

reduzidos à fome e cercados foram obrigados a depor as armas<br />

depois <strong>da</strong> publicação do decreto de anistia, temos pelo menos<br />

oito mil rebeldes; se a estes adicionarmos três mil negros aquilombados<br />

sob a direção do infame Cosme os quais só de rapina<br />

viviam, assolando e despovoando as fazen<strong>da</strong>s, temos onze<br />

mil bandidos, que com as nossas tropas lutaram, e dos quais<br />

houvemos completa vitória. Este cálculo é para menos e não<br />

para mais; to<strong>da</strong> esta província o sabe. (g.n.) 18<br />

Segundo Gonçalves de Magalhães 19 e Amaral 20 , um dos maiores dentre<br />

os que compilaram informações e registros sobre a Balaia<strong>da</strong>, a política<br />

18. Cf. José Ribeiro do Amaral que no terceiro volume de seu Apontamentos para a<br />

História <strong>da</strong> Revolução <strong>da</strong> Balaia<strong>da</strong>. Maranhão: Tip. Teixeira, pp. 114-120, 1906, transcreve<br />

o Relatório do Coronel Luiz Alves de Lima.<br />

19. Vide Magalhães, Domingos José Gonçalves de. A revolução <strong>da</strong> província do Maranhão,<br />

76 · alfredo wagner b. de almei<strong>da</strong>

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