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A Ideologia da Decadência – Leitura antropo - Nova Cartografia ...

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livros funcionam como ilustração de histórias de vi<strong>da</strong>, mesmo quando<br />

se pretende anotações pitorescas sobre o consumo de livros no Maranhão<br />

do século xix. 7<br />

O mesmo se verificou com relação às intitula<strong>da</strong>s antologias,<br />

panoramas e apontamentos <strong>da</strong> literatura maranhense. Procedem a um<br />

arrolamento cronológico e acrítico, de características bio-bibliográficas<br />

indicativas, como diria Carpeaux, <strong>da</strong> “decadência <strong>da</strong>s letras”. 8 Na<br />

ânsia de abranger o conjunto dos produtores intelectuais <strong>da</strong> província<br />

em todos os tempos, tal como recortados pela historiografia oficial <strong>–</strong><br />

colônia, império e república <strong>–</strong> transformam a narrativa numa sucessão<br />

de verbetes à molde de um dicionário. Eles contém <strong>da</strong>dos pessoais elementares,<br />

reproduzem excertos de alguns trabalhos alusivos e tecem<br />

breves comentários. Embora se tratando com priori<strong>da</strong>de as dimensões<br />

biográficas, são apresenta<strong>da</strong>s as respectivas listagens bibliográficas correspondentes<br />

a ca<strong>da</strong> autor arrolado. 9<br />

A seguir pode-se verificar ain<strong>da</strong>, que estes trabalhos respondem<br />

a uma classificação genérica de “história literária” ou “literatura<br />

maranhense”. Baixo estes rótulos são agrupados distintos gêneros<br />

como: memórias, poesias, ensaios biográficos, romances, estudos<br />

monográficos e pronunciamentos. Em certa medi<strong>da</strong> a nomeação de<br />

História regional aqui adota<strong>da</strong> cobriria o raio de amplitude desta produção<br />

intelectual. Dentre estes títulos, de características bibliográficas,<br />

7. Viegas Neto.“Literatura de consumo no Maranhão antigo”. In: Velhos Retratos. São Luís<br />

(sioge) e São Paulo (Revista dos Tribunais), pp. 151-156, 1980.<br />

8. A propósito consulte-se Otto Maria Carpeaux. História <strong>da</strong> Literatura Ocidental. Rio de<br />

Janeiro: Alhambra. 1978. 2.ª ed. revista e atualiza<strong>da</strong>. vol. i.<br />

Segundo Carpeaux: “Os antigos embora interessados na coleção e interpretação dos<br />

fatos literários, nunca pensaram em organizar panoramas históricos <strong>da</strong>s suas literaturas.<br />

A nenhum escritor grego ou romano ocorreu jamais a idéia de referir os acontecimentos<br />

literários de tempos idos; e só na época <strong>da</strong> decadência <strong>da</strong>s letras e <strong>da</strong> civilização surgiu o<br />

interesse puramente pragmático, <strong>da</strong> parte de professores de Retórica ou de bibliófilos, de<br />

organizar relações de livros mais úteis para o ensino, para melhorar o gosto decaído...”<br />

(Carpeaux, 1978: 15).<br />

9. Antologia <strong>da</strong> Academia Maranhense de Letras (1908-1968). Publicação comemorativa<br />

do cinqüentenário <strong>da</strong> fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Academia. São Luís, s/d.<br />

Meireles, Mário M. Panorama <strong>da</strong> Literatura Maranhense. São Luís, 1955.<br />

Moraes, Jomar. Bibliografia Crítica <strong>da</strong> Literatura Maranhense. São Luís, 1972.<br />

Apontamentos de Literatura Maranhense. São Luís: sioge, 1977 (2.ª edição aumenta<strong>da</strong>)<br />

(a 1.ª edição é de 1976).<br />

Ramos, Clóvis. Nosso céu tem mais estrelas <strong>–</strong> 140 anos de literatura Maranhense. Rio de<br />

Janeiro: Ed. Pongetti, 1973.<br />

A ideologia <strong>da</strong> decadência · 161

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