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A Ideologia da Decadência – Leitura antropo - Nova Cartografia ...

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Em conformi<strong>da</strong>de com isto pode-se ler o seguinte no Relatório<br />

anteriormente mencionado, apresentado pelo Presidente Joaquim Franco<br />

de Sá na sessão aberta em maio de 1847:<br />

Eis aqui, senhores, na opinião dos respeitáveis Estadistas do<br />

nosso país a primeira necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> indústria, e prosperi<strong>da</strong>de<br />

do Império <strong>–</strong> temos imensas terras e numerosos estabelecimentos,<br />

diz-se há muito tempo, aquelas jazem sem roteamento,<br />

estes definham em produção, tudo por falta de braços;<br />

e como o tráfico humano não pode no-los fornecer, cumpre<br />

que o Estado a todo custo promova a emigração estrangeira de<br />

trabalhadores livres, e que a Nação se preste a todos os sacrifícios<br />

para conseguir este remédio salvador. (Franco de Sá,<br />

1847: 60) (g.n.) 43<br />

Com ênfase igual tem-se a formulação do Presidente Eduardo Olympio<br />

Machado conti<strong>da</strong> no seu Relatório 44 <strong>da</strong>tado de julho de 1852:<br />

A extinção do trafego é hoje um fato definitivo, contra o qual<br />

não há luta possível, a não ser a introdução de colonos para<br />

suprir a falta de braços que dele necessariamente se deduz. (E.<br />

O. Machado, 1852: 44) (g.n.)<br />

Assim como estou convencido de que benefício algum se pode<br />

fazer maior a esta Província, do que atrair para ela colonos<br />

moralizados e inteligentes que venham empregar em sua agricultura,<br />

que ameaça próxima ruína, se não for preenchido por<br />

este modo o vácuo produzido pela exportação de escravos. (E.<br />

O. Machado, Ibid: 45) (g.n.)<br />

43. Atente-se para o fato de que a agricultura é considera<strong>da</strong> então também como uma<br />

indústria:<br />

“... cuja principal indústria deve ser a agricultura.” (1856, Ibid.)<br />

“... considere aquela indústria (a agricultura) como a que maiores capitais<br />

se achão empregados, quer como fonte principal, senão a única de suas ren<strong>da</strong>s.” (1856,<br />

Ibid., p. 74)<br />

44. Vide Relatório com que o Presidente <strong>da</strong> Província Eduardo Olympio Machado passou<br />

a administração <strong>da</strong> mesma ao 1.º Vice-Presidente Brigadeiro Manoel de Souza<br />

Pinto de Magalhães em 9 de julho de 1852. Maranhão: Tip. Maranhense <strong>–</strong> Impresso por<br />

A. J. Cruz, 1852.<br />

A ideologia <strong>da</strong> decadência · 93

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