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A Ideologia da Decadência – Leitura antropo - Nova Cartografia ...

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Estes núcleos de colonização começaram e caminharam com<br />

animação e esperanças até 1856; mas afinal apareceu a decadência,<br />

e em breve seguiu-se a desorganização e extinção <strong>da</strong> maior<br />

parte deles. (...) Assim, dos seis estabelecimentos coloniais,<br />

quatro desapareceram... (Lustosa <strong>da</strong> Cunha, 1859: 23) (g.n.)<br />

Assiste-se a uma forma de interpretação, que instaura a decadência no<br />

seio <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s que visavam superar uma outra decadência, aquela <strong>da</strong><br />

lavoura e, de certo modo, <strong>da</strong> própria Província. O fato <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s<br />

colônias não ter conseguido se manter nos dois primeiros anos revela um<br />

acontecimento em tudo inesperado, que recoloca a questão do declínio.<br />

Para se ver quanto durou esta experiência na memória dos próprios<br />

documentos oficiais, vale mencionar, que em Relatórios de 1870<br />

constata-se apenas indícios do acontecimento:<br />

Estas tentativas, porém, que tantas esperanças lisongeiras fizeram<br />

nascer, foram se não completamente improfícuas, pelo<br />

menos pouco satisfatórias nos seus resultados, sendo certo que<br />

hoje mal se conhecem vestígios delas subsistindo unicamente a<br />

Colônia de Santa Izabel... (Silva Maya, 1870:39) (g.n.) 72<br />

A menciona<strong>da</strong> decadência <strong>da</strong>s colônias abriu lugar para explicações que<br />

buscavam seus motivos nas calami<strong>da</strong>des. Traça-se um quadro trágico<br />

sobre o passado recente <strong>da</strong> Província e cita-se o “flagelo <strong>da</strong>s epidemias,<br />

que se desenvolveram na província em 1855 e 1856 e ceifaram muitas<br />

vi<strong>da</strong>s de colonos” (Lustosa <strong>da</strong> Cunha, 1859: 23) (g.n.). Consultando-se<br />

o Relatório do Presidente Cruz Machado de 1856 verifica-se que de fato<br />

são registrados falecimentos de “colonos” devido a “febres” e a “epidemia<br />

disentérica”. Na Colônia Petrópolis são anotados 12 falecimentos, na<br />

Colônia de Arapapahy 22 falecimentos e na Colônia de Santa Tereza<br />

também 12 (Cruz Machado, 1856: 53, 54, 55). O Relatório de Magalhães<br />

Taques (1857: 17) conclui, que dos 887 colonos 49 vieram a falecer. No<br />

mesmo período, entre a primeira leva de colonos, 1853, e o ano de levantamento,<br />

1856, houve 29 nascimentos mantendo-se a população de<br />

“colonos estrangeiros” em torno de 867 indivíduos. O Presidente Cruz<br />

72. Vide Relatório que o Vice-Presidente <strong>da</strong> Província José <strong>da</strong> Silva Maya apresentou no<br />

dia 18 de maio de 1870 perante a Assembléia Legislativa Provincial. Maranhão: Tip. De<br />

J. M. Serrão, pp. 39-40, 1870.<br />

114 · alfredo wagner b. de almei<strong>da</strong>

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