A Ideologia da Decadência – Leitura antropo - Nova Cartografia ...
A Ideologia da Decadência – Leitura antropo - Nova Cartografia ...
A Ideologia da Decadência – Leitura antropo - Nova Cartografia ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Nos anos que sucederam à primeira edição, de 1983, recebi inúmeras<br />
propostas de novamente publicar este livro. Foram pelo menos<br />
quatro situações dita<strong>da</strong>s por muita gentileza e empenho, por parte dos<br />
professores Maristela Andrade, Dimas Salustiano e Flávio Reis, além <strong>da</strong><br />
direção <strong>da</strong> fapema. Tais iniciativas, entretanto, não lograram êxito.<br />
Certamente que o malogro <strong>da</strong>s iniciativas deve ser atribuído a mim<br />
mesmo, que imaginava que nos circuitos marginais o livro estaria<br />
encontrando afinal o seu sentido e razão de ser.<br />
Eis porque as ativi<strong>da</strong>des adstritas a esta segun<strong>da</strong> edição foram<br />
precedi<strong>da</strong>s de mais de dois lustros de ponderações e debates com companheiros<br />
de inúmeros trabalhos de pesquisa, que discor<strong>da</strong>vam abertamente<br />
<strong>da</strong> eficácia dos circuitos marginais. A minha decisão de republicar,<br />
contrariando meus próprios argumentos anteriores, deve-se a<br />
estes companheiros e a experiências pe<strong>da</strong>gógicas recentes, que relatarei<br />
adiante. Neste sentido os maiores agradecimentos vão para Aniceto<br />
Cantanhede Filho, Wilson de Barros Bello Filho e Cynthia de Carvalho<br />
Martins que, desde 2002, muito tem me animado para prepará-la. Nas<br />
discussões preliminares para se pensar o Curso de Especialização<br />
“Sociologia <strong>da</strong>s Interpretações do Maranhão”, realizado pelo Grupo de<br />
Estudos Socioeconômicos <strong>da</strong> Amazônia (gesea), no âmbito <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de<br />
Estadual do Maranhão (uema), os incentivos aumentaram e se<br />
tornaram mais frequentes. Na própria aula inaugural do mencionado<br />
curso, em julho de 2008, e na disciplina que ministrei a seguir, os estímulos<br />
foram renovados de maneira singular. Vários alunos exibiram-me<br />
xerocópias <strong>da</strong> primeira edição já bem manusea<strong>da</strong>s e com manchas<br />
amarela<strong>da</strong>s perpassando páginas repletas de nódoas, rabisca<strong>da</strong>s e com<br />
inúmeras assinalações de uso intenso, marcando todo o texto. Ao mesmo<br />
tempo em Manaus, no âmbito de minhas ativi<strong>da</strong>des docentes na<br />
ufam, os mestrandos Emmanuel de Almei<strong>da</strong> Farias Jr. e Willas Dias <strong>da</strong><br />
Costa me repetiam sucessivamente <strong>da</strong> relevância de ampliar o acesso ao<br />
trabalho. De algum modo tudo isto me sensibilizou e inverteu em mim<br />
as dimensões de tempo, dispondo em outro plano social a polêmica<br />
com antagonistas oficiosos. Em vez de colocar o livro no passado correspondente<br />
à sua elaboração, vi-o projetado para um determinado<br />
futuro que, antes de ser o meu, era e é aquele dos próprios alunos. Revi<br />
a crença de prosseguir com a minha solitária posição crítica aos critérios<br />
instituídos pelas instâncias de consagração, invocando tão somente soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>des<br />
marginais que eternizavam a “brochura” e configuravam o<br />
16 · alfredo wagner b. de almei<strong>da</strong>