Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras
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Rumo <strong>de</strong> futuras pesquisas<br />
Pesquisas ulteriores po<strong>de</strong>riam ser realizadas tomando por base a mesma obra<br />
<strong>de</strong> Phillips. No caso da personag<strong>em</strong> Nash, a busca por preencher a lacuna <strong>de</strong> suas<br />
origens e a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> voltar a elas po<strong>de</strong>riam ser mais discutidas. Em um dado<br />
momento, por ex<strong>em</strong>plo, ele pe<strong>de</strong> a Edward que lhe revele seu verda<strong>de</strong>iro nome, já que<br />
carrega o <strong>de</strong> seu amo. Ao voltar à África, Nash retoma suas m<strong>em</strong>órias e tenta recuperar<br />
o elo que tinha com aquela terra. O movimento <strong>de</strong> volta à África, metaforicamente<br />
falando, significa a recuperação da m<strong>em</strong>ória, da história e dos laços familiares perdidos.<br />
Outros pesquisadores po<strong>de</strong>riam tomar este ponto para aprofundar os estudos acerca das<br />
raízes africanas (<strong>de</strong>sconhecidas) dos <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> escravos.<br />
Ainda a respeito <strong>de</strong> Nash, o fato <strong>de</strong> ele não sentir-se cidadão americano, apesar<br />
<strong>de</strong> o ser, po<strong>de</strong>ria ser fonte <strong>de</strong> pesquisa. O sentimento <strong>de</strong> não pertencer <strong>de</strong> que pa<strong>de</strong>ce o<br />
negro é prova irrefutável da exclusão que ele sofre ainda hoje.<br />
Martha, por sua vez, ao recusar converter-se ao cristianismo <strong>de</strong> seus patrões,<br />
traz à baila a questão da religião ligada ao colonialismo, <strong>de</strong> forma que nunca houve<br />
con<strong>de</strong>nação da religião para a expansão imperial. Assim, a responsabilida<strong>de</strong> e tácita<br />
aprovação da Igreja quanto à questão da exploração <strong>de</strong> uns sobre os outros também<br />
po<strong>de</strong>ria ser objeto <strong>de</strong> estudo.<br />
Já Hamilton, mesmo colocado como uma ‘peça’ do imperialismo, po<strong>de</strong> ser<br />
visto como her<strong>de</strong>iro das riquezas proporcionadas pelo tráfico <strong>de</strong> carne humana e sua<br />
culpabilida<strong>de</strong>, metáfora da <strong>de</strong> inúmeras famílias européias, po<strong>de</strong>ria ser discutida.<br />
Incontáveis pessoas foram beneficiadas pela escravidão e a repercussão histórica <strong>de</strong>stas<br />
fortunas esclarecerá as vicissitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong>stes homens que enriqueceram com o tráfico<br />
negreiro.<br />
Ainda sobre o branco escavagista, a busca pelo seu pai r<strong>em</strong>ete aos laços<br />
familiares <strong>de</strong> brancos, que também foram <strong>de</strong>struídos <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> da escravidão e que<br />
po<strong>de</strong>riam ser estudados.<br />
Por outro lado, laços inter-raciais como o <strong>de</strong> Travis e Joyce e seus frutos dão<br />
abertura para estudos ulteriores acerca dos cidadãos <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s segregadas, que<br />
não pertenc<strong>em</strong> ao país on<strong>de</strong> nasceram, n<strong>em</strong> àquele <strong>de</strong> seus pais e que viv<strong>em</strong> hoje nas<br />
gran<strong>de</strong>s metrópoles. O multiculturalismo seria outro estudo pertinente para mostrar a<br />
convivência entre as minorias e suas culturas com a heg<strong>em</strong>onia branca dominadora.<br />
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