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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras

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significado é um produto do discurso, ele é, então, mutável, e o próprio discurso <strong>em</strong> si é<br />

questionado. Deste modo, o significado po<strong>de</strong> não ser <strong>de</strong>finido e a linguag<strong>em</strong> torna-se<br />

algo que ‘faz<strong>em</strong>os’ ligado intimamente à nossa vida diária. Tudo está envolvido na<br />

‘construção’ da linguag<strong>em</strong> e nas <strong>de</strong>finições e a ‘<strong>de</strong>sconstrução’ proposta por Derrida é<br />

um jogo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r (no caso <strong>de</strong>ste estudo, entre colonizador e colonizado), cujo vencedor<br />

é aquele que consegue se livrar dos conceitos pré-estabelecidos ou dos gran<strong>de</strong>s t<strong>em</strong>as.<br />

Para ele, a <strong>de</strong>sconstrução é, portanto, um ato político que consiste <strong>em</strong> <strong>de</strong>smontar o<br />

sist<strong>em</strong>a lógico <strong>de</strong> pensamento que escon<strong>de</strong> estruturas políticas e sociais.<br />

É importante citar também os trabalhos <strong>de</strong> J. P. Sartre, principalmente a sua<br />

obra O ser e o não-ser a respeito do Existencialismo e a possível imanência (resignação)<br />

ou transcendência (mudança) do sujeito.<br />

Quanto ao sujeito colonial, Fanon propõe um esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> evolução <strong>de</strong> fases<br />

ambos durante a até <strong>de</strong>pois da experiência da colonização. Ele parte da pr<strong>em</strong>issa da<br />

fragilida<strong>de</strong> cultural progressiva do grupo subjugado e da necessária ocupação do<br />

colonizador.<br />

A posição <strong>de</strong> Fanon acerca da cultura está baseada no seu<br />

reconhecimento essencialmente materialista do motivo <strong>de</strong><br />

exploração econômica do colonialismo como fator <strong>de</strong>terminante<br />

<strong>de</strong> todos os aspectos da vida do colonizado.<br />

[Fanon’s position on culture is predicated on his essentially<br />

materialist recognition of the exploitative economic motive of<br />

colonialism as the <strong>de</strong>cisive <strong>de</strong>terminant of all aspects of the life<br />

of the colonized (ASHCROFT, 1999 p. 158, grifo nosso)].<br />

Desta forma, ele dividiu didaticamente a evolução do sujeito colonial e da<br />

liberação nacional <strong>em</strong> três fases: a assimiladora, a nacionalista cultural e a nacionalista.<br />

Na fase assimiladora, como o próprio nome sugere, o nativo prova que<br />

assimilou a cultura do po<strong>de</strong>r opressor. Neste período, as práticas dos colonizados se<br />

ass<strong>em</strong>elham às da tradição do país colonizador.<br />

Na fase seguinte, a nacionalista cultural, o nativo se recorda <strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

autêntica e tenta não se ass<strong>em</strong>elhar ao colonizador, mas <strong>de</strong>vido à sua própria alienação<br />

cultural, sua reafirmação é barrada pelo passado romanceado com convenções<br />

<strong>em</strong>prestadas do mundo do colonizador.<br />

Mas<br />

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