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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras

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Não po<strong>de</strong>mos esquecer, é claro, que tal literatura é produzida ‘na’ metrópole e,<br />

portanto, mostra comunida<strong>de</strong>s híbridas com novas formas sociais e culturais refletidas<br />

numa rica varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> romances, po<strong>em</strong>as, filmes e canções. Desta forma, o colonizador<br />

e tudo o que concerne a ele (terra, língua, costume etc.) transforma-se nas palavras <strong>de</strong><br />

escritores africanos, asiáticos e caribenhos, mas também britânicos.<br />

Mas o que, então, seria a literatura negra? “O termo ‘negro’ <strong>de</strong>nota cor da pele<br />

ou qualida<strong>de</strong> da mente? Se o primeiro, o que a cor da pele t<strong>em</strong> a ver com o ato da<br />

criação literária? Se o último, como o negro comenta o negro?” [Does black <strong>de</strong>note<br />

colour of skin or quality of mind? If the former, what does skin colour have to do with<br />

the act of literary creation? If the latter, what is ‘black’ about black? (STEIN, 2004, p.<br />

8)].<br />

É incrível como hoje, apesar dos inúmeros estudos sobre literatura negra<br />

britânica, ainda se requer abordagens mais específicas que lev<strong>em</strong> <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração os<br />

termos <strong>em</strong> que a literatura negra se <strong>de</strong>fina. É claro que os negros não formam um grupo<br />

social homogêneo, com as mesmas bases culturais e até mesmo étnicas. O termo<br />

‘literatura negra britânica’ se refere a um conjunto heterogêneo, mas que divi<strong>de</strong> a<br />

experiência da colonização e conseqüentes marginalização e diáspora. Além disso, não<br />

se po<strong>de</strong> negar que “se quer<strong>em</strong>os agrupar textos, comparar textos (…) não há como<br />

escapar <strong>de</strong> práticas sociais” [if we are to group texts, to compare texts (...) there is no<br />

escape from (...) social practices” (STEIN, 2004, p. 14)].<br />

Assim,<br />

O termo literatura negra britânica não quer representar uma<br />

única experiência. Ao invés disso, eu o uso como termo<br />

coletivo que cobre um campo <strong>de</strong> experiência imaginário <strong>de</strong><br />

superposição <strong>de</strong> territórios. Enquanto na sua abordag<strong>em</strong> mais<br />

estreita ele se refere meramente a escritores com raízes<br />

africanas caribenhas, na mais ampla, ele po<strong>de</strong> incluir escritas<br />

que recorram a domínios da África, Ásia ou do Caribe (...). A<br />

Grã-Bretanha, então, está sendo construída como parte,<br />

digamos, do Caribe (...). Este novo espaço <strong>de</strong>notado pelo rótulo<br />

<strong>de</strong> literatura negra britânica está longe <strong>de</strong> ser homogênea; ao<br />

contrário, sua heterogeneida<strong>de</strong> é uma <strong>de</strong> suas características<br />

<strong>de</strong>finidoras.<br />

[The term black British literature does not claim to represent a<br />

singular experience. Rather, I use as a collective term that<br />

covers an imagined experiential field of overlapping territories.<br />

While as its narrowest it merely refers to writers with an<br />

African Caribbean background, at its wi<strong>de</strong>st it can inclu<strong>de</strong><br />

writing that takes recourse to domains such as Africa, Asia, or<br />

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