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Baixar arquivo - Conselho Federal de Psicologia

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As cida<strong>de</strong>s construídas pelo e para os automóveis são bastante espraiadas,com uma parcela <strong>de</strong>sproporcional <strong>de</strong> espaços públicos <strong>de</strong>stinadosaos automóveis, que po<strong>de</strong>ria ser muito mais bem aproveitada se fossemutilizados os transportes coletivos. Enquanto que, para transportar75 pessoas em uma viagem, são necessários 60 automóveis, com umaocupação média <strong>de</strong> 1,5 pessoa por carro, ou seja, ocupando três faixas <strong>de</strong>quase uma quadra inteira, essas mesmas 75 pessoas po<strong>de</strong>riam ser confortavelmentetransportadas em apenas um ônibus, e elas usariam muitomenos espaço da via. Se usassem um VLT, ou um metrô, o consumo <strong>de</strong>espaço seria muito mais favorável ainda. Até se usassem bicicletas, essarelação seria mais favorável do que o uso do automóvel. Então, na verda<strong>de</strong>,o mo<strong>de</strong>lo que nós usamos em mobilida<strong>de</strong> é extremamente voraz.Ele consome energia, espaço, polui e mata com os aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito.O problema não po<strong>de</strong> ser atribuído apenas ao tamanho das cida<strong>de</strong>s.O que a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, em 1950, e a <strong>de</strong> Belo Horizonte, hoje, têmem comum? Ambas essas cida<strong>de</strong>s contavam com a população <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong>dois milhões e meio <strong>de</strong> habitantes, mas seus problemas <strong>de</strong> circulação erammuito distintos. Então, o problema não é o tamanho. Essas duas cida<strong>de</strong>stinham populações semelhantes, porém, ocupavam o espaço <strong>de</strong> maneiratotalmente diferente. Nos anos 50, o Brasil se movimentava pelos trens,pelos bon<strong>de</strong>s, hoje nossas cida<strong>de</strong>s se movimentam basicamente pelo transporterodoviário. A área que São Paulo ocupava naquela época era <strong>de</strong> 300km², enquanto Belo Horizonte ocupa hoje 900 km², três vezes mais, o quesignifica uma enorme pressão sobre a provisão dos serviços públicos, água,asfalto, luz, coleta <strong>de</strong> lixo, transporte e talvez saú<strong>de</strong> também. Por fim, enquantoa frota <strong>de</strong> veículos automotores que circulava em São Paulo era <strong>de</strong>50 mil veículos, a frota atual <strong>de</strong> Belo Horizonte chega a 800 mil veículos, ouseja, 16 vezes mais carros, caminhões e ônibus do que tínhamos naquelaépoca, para transportar, a princípio, o mesmo número <strong>de</strong>. pessoas.É claro que o padrão <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> mudou, a socieda<strong>de</strong> mudou suamaneira <strong>de</strong> se organizar. Mas o fato é que as cida<strong>de</strong>s que se estruturavampelo transporte coletivo <strong>de</strong>pendiam <strong>de</strong> outro padrão <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>e contavam com uma estrutura que lhes permitia ser mais eficientes. Issoé uma discussão dos urbanistas, uma discussão do uso do solo, <strong>de</strong> como143

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