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Baixar arquivo - Conselho Federal de Psicologia

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mo<strong>de</strong>lo do ano, nas propagandas com crianças já empurrando seus carrinhos(“Des<strong>de</strong> pequeno você já sonhava”, diz a propaganda <strong>de</strong> uma marcafamosa) ou naqueles comerciais que incentivam a <strong>de</strong>ixar o transportepúblico (“Se você estivesse aqui, já tinha chegado lá”, diz outra campanha<strong>de</strong> veículo conhecido). Nessas e em tantas outras expressões está presentea eficácia da cultura do automóvel no modo <strong>de</strong> vida do brasileiro.Uma das bem-sucedidas práticas <strong>de</strong>ssa cultura é dividir amobilida<strong>de</strong> em vários pedaços, como se fosse possível ter uma viatotalmente dividida em pedaços para cada modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento(um pedaço para o carro; outro pedaço para o ônibus; outro,para o pe<strong>de</strong>stre; outro, para a bicicleta) ou mesmo com se fossepossível à gestão do trânsito ser dividida. Nessa absurda concepçãoexiste o pressuposto básico <strong>de</strong> que a função do po<strong>de</strong>r públicoé garantir o <strong>de</strong>slocamento fluido dos veículos, e não das pessoas.Essa flui<strong>de</strong>z, que é marca registrada <strong>de</strong>sta cultura, tem como baseo fato <strong>de</strong> o ser humano ter <strong>de</strong>, necessariamente, adaptar-se àsnecessida<strong>de</strong>s do automóvel.Estou aqui representando também o Movimento Nacional pelaDemocratização do Trânsito (MNDT), que conta com a participação do<strong>Conselho</strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong> <strong>Psicologia</strong> e <strong>de</strong> outras entida<strong>de</strong>s e é uma açãocoletiva que preten<strong>de</strong> problematizar e <strong>de</strong>nunciar a ausência da socieda<strong>de</strong>civil na participação e na formulação das políticas públicas <strong>de</strong>trânsito e mobilida<strong>de</strong>, assim como exigir transparência nos recursosfinanceiros <strong>de</strong>ssas gestões. Como uma política pública que enseja umconjunto <strong>de</strong> normas e regras para a população po<strong>de</strong> ser eficaz se asocieda<strong>de</strong> civil (ou vários segmentos <strong>de</strong>la) não dispõe <strong>de</strong> mecanismosinstitucionais e/ou políticos que promovam sua inclusão na discussãoe <strong>de</strong>liberação <strong>de</strong> tais mecanismos? Por que só os “técnicos” parecempossuir esse saber sobre as nossas vidas cotidianas e nos transformamem objetos a ser “orientados” sobre como proce<strong>de</strong>r em relaçãoa nossa mobilida<strong>de</strong>? Por que aceitar a norma quando ela vem <strong>de</strong> cimapara baixo como se as questões do espaço público não dissessem respeitoa todos nós e, principalmente, à cidadania e a uma or<strong>de</strong>m socialjusta? Mais à frente discutirei melhor essa questão.66

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